– Eu sei das suas coisas ruins – ela sibilou e eu travei ali mesmo, de costas para ela. Minhas coisas ruins? Do que ela estava falando?

     – Do que você está falando? – eu indaguei, virando-me lentamente para encará-la. Meus olhos estavam levemente arregalados por causa do medo da resposta dela ser o que eu estava pensando. O meu caso. Engoli em seco, esperando ela responder.

     – Eu sei que você faz magia negra – ela disse acusadoramente, apontando para mim e arregalando os olhos. Quase me deixei tomar pelo alívio, mas resolvi atuar um pouco.

     – Oh Deus, você descobriu! – eu tampei minha boca, fingindo espanto.

     – Eu sabia! – ela deu uns pulinhos. – Ninguém vai para a Coreia do Sul apenas por destino. Vou espalhar para todo mundo o que você faz – ela empinou o queixo e eu as costas para mim. As pessoas não acreditariam no que Mônica contaria... Não é mesmo? Eu não sei, mas essa garota pode ser muito convincente quando quer.

     É melhor se prevenir.

     – Eu te dou algo em troca se você não contar isso – falei antes que ela saísse. Mônica parou de andar e virou-se para mim; ela inclinou a cabeça para o lado e semicerrou os olhos, me analisando.

     – Quero que me dê... o Scott – ela falou, por fim. Eu não fiquei surpresa, mas também não esperava que ela respondesse algo assim. Ela sempre desejou o Scott ou era outra coisa? O que realmente estava acontecendo ali?

     – Scott não é meu e está livre, nós terminamos – rebati. – Se você o quer, então eu não sou impedimento nenhum. Que coisa estúpida.

     – Quem disse que eu estava interessada nele só porque ele te namorava? – ela indagou, cruzando os braços.

     – Do jeito que você é, invejosa e querendo as coisas dos outros... – comecei a falar e dei de ombros, deixando a frase no ar. Voltei a fazer o laço com a fita e o prendi em cima da caixa.

     – O que disse? – com o canto do olho, a vi fechar suas mãos em punhos e esticar os braços ao lado de seu corpo.

     – Você é surda? E não é verdade? – a encarei, com os braços cruzados. Ela andou com passos apressados até mim, mas antes que fizesse qualquer coisa, estendi minha mão para ela, num sinal de "pare". – É melhor não fazer nada, vai que eu coloco alguma maldição em você...

     Ela parou imediatamente e engoliu em seco. Pensei que ela falaria alguma coisa, mas ao invés disso, ela deu meia volta e saiu. Eu caí na gargalhada e peguei a caixa pronta, saindo também dali e batendo na porta do escritório do Simon e escutando um "entre".

     Eu fiz questão de entregar o álbum pessoalmente para os pais do bebê, que o receberam alegremente. Disse para que eles dessem um beijo no recém-nascido por mim, e de lá, fui para uma lanchonete. Comprei um Capuccino e fiquei bebericando, enquanto conversava com YoonGi; estava sem nada para fazer no trabalho, então fiquei esperando o tempo passar para que desse a hora de eu ir tirar a foto que Simon tinha ordenado. Era quatro e meia da tarde aqui, e isso significava que deveria ser quatro e meia da manhã lá. Eu estava sentada numa mesa do lado de fora da lanchonete, e era algo bom, porque a brisa fria que passava me refrescava.

     "Você não deveria dormir?" - eu perguntei.

     "Eu estou escrevendo músicas, as inspirações só vêm à noite"

     "Entendi. Espero não estar atrapalhando"

     "Você nunca atrapalha. Então, Scott te encheu o saco?"

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