– Acha que eu te deixaria sozinha hoje? – uma voz soou à minha frente, levantei rapidamente a cabeça e meus olhos encontraram aquele sorriso lindo.

     – Anda me seguindo, YoonGi? – indaguei, cruzando os braços enquanto o via sentar-se na cadeira à minha frente.

     – Não é "seguir" – ele se defendeu. – Eu só queria saber onde você iria.

     – Então, tecnicamente, você estava me seguindo – levantei uma sobrancelha, comendo um biscoito.

     – Tecnicamente – ele confirmou com um sorriso. Ele era o cara de casaco preto, que me olhava de cinco em cinco minutos.

     – Você mandou que fizessem isso?

     – Sim – ele respondeu. – Enquanto você estava mexendo no celular, eu chamei uma garçonete e expliquei que o seu café-da-manhã teria que ter algumas decorações, já que você vai embora amanhã – sua expressão mudou, e agora, estava triste, com um biquinho fofo. – Não pode ficar?

     – Eu queria muito – confessei –, mas a vida em Connecticutt me chama. – Quando ele me escutou dizer isso, olhou para baixo, e suspirou, em seguida olhou para mim com olhos brilhantes. – Não faz essa cara!

     – Com uma condição – ele falou.

     – Qual? – perguntei, tomando um gole do café.

     – Vem comigo – ele estendeu a mão para mim, por cima da mesa. Eu a agarrei e fiz algumas carícias.

     – Para onde?

     – Você vai ver – ele respondeu, piscando para mim.

     Sorri.

*

     Depois de comer e pagar o meu café-da-manhã, YoonGi e eu saímos do restaurante e fomos para a estação de metrô mais próxima.

     Fomos para um restaurante no bairro de Hongdae e YoonGi me fez provar um prato bem famoso por la: o KOREAN BBQ, que consistia em carne de porco assada, uma porção de arroz, sopa, molhos e kimchi, bem apimentado, por sinal. Nós mesmos nos servimos, e YoonGi me mostrou como usar os palitinhos para comer. Quase derrubei toda a comida... Quase.

     Os coreanos usavam uma forma bem interessante de comer aquele prato: eles mergulhavam a carne no molho, em seguida embrulhavam numa folha de alface e comiam. O embrulhado era algo que eu achava particularmente fofo. Depois que saímos do restaurante - e meu estômago estava muito cheio -, nos deparamos com uma barraquinha que vendia comida e eu implorei para que YoonGi não comprasse nada, porque eu estava cheia, mas ele ainda comprou um potinho de comida, mesmo tendo repetido duas vezes o prato no restaurante. No ranking de quem come mais, ele com certeza fica em segundo lugar.

     Depois de algum tempo, pegamos outro metrô para irmos ao centro de Seul, e ficamos perambulando por algumas ruas. YoonGi havia colocado uma peruca de cabelos pretos e um óculos de sol, então eu acho - tenho certeza - que, junto com o casaco preto, ninguém o reconheceria.

     Eu não sei o que aconteceu, mas ele me empurrou para uma loja de roupas – nem tive tempo de ver o nome –, e disse:

     – Vamos comprar algumas roupas? – ele sussurrou no meu ouvido, fazendo com que eu estremecesse por causa dos calafrios que percorreram minha espinha naquele momento. – O que foi?

     – Nada – eu respondi rápida, me virando para encará-lo; ele estava com as sobrancelhas franzidas. – Comprar roupas? Eu não trouxe muito dinheiro... – tentei mudar de assunto, e fiquei grata por funcionar.

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