Capítulo 76

1.2K 86 0
                                    

- Oi Dulce. - Alfonso tirou o capacete. Ele estava com uma roupa jaqueta de couro preta, cachecol, jeans e tênis. - O que houve? Porque tanta urgência?

- Entra. - Ela se arrepiou com o vento gelado que entrava. Alfonso entrou e ela fechou a porta. Os dois foram para a sala e um silêncio pairou no ambiente. - A gente precisa conversar.

- Sobre? - Ele se sentou no sofá. Viu na cara dela que era algo realmente sério.

- Você, Anahí, Christopher e eu. - Ele engoliu seco. Claro que Anahí teria dito.

- O que tem agente?

- Você ainda gosta dela?

- Claro que gosto.

- Eu preciso lhe contar algo, mas antes quero que me escute até o final. Sem me interromper.

- Tudo bem. - Ele parecia tranquilo. - Deve ser algo bem sério pra você me tirar de casa a essa hora da noite.

- É sim. - Ela se sentou colocando uma almofada em seu colo. - Christopher nunca foi namorado da Anny. - Ele ergueu a sobrancelha direita. - Tudo, sempre foi uma farsa. - Ele pensou em perguntar algo, mas ela continuou. - Foi uma ideia tosca, eu sei, mas agora deve chegar ao fim. Anny e Christopher fingiram o namoro por sua causa. - Ele se apontou incrédulo. Talvêz aquilo fosse piada. - Ela foi e ainda é apaixonada por você Poncho. Ela quis fazer ciúmes em você, o tempo todo. Pensava que você a odiava, assim como você pensava o mesmo dela. É por isso que ela ficou tranquila quando viu Christopher e eu juntos. Ela já sabia de nós dois. Ela foi nossa confidente todo esse tempo, e bom, Christopher e eu também estamos juntos.

- Você me chamou aqui pra dizer que vocês me fizeram de idiota todos esses anos? - Ele se levantou pegando o capacete. Talvêz fosse embora e nunca mais voltasse ali. Caminhou até a porta. Não queria ouvir mais nada. Seus amigos mentiram, enganaram, ocultaram todo esse tempo.

- Não.Claro que não. E ninguém te fez de idiota Alfonso. Simplesmente não quis me intrometer onde não fui chamada. - Ele parou com a mão na maçaneta. - Você me pediu pra não dizer nada a ela, assim como ela pediu para não dizer nada a você.

- E porque diabos, a essa altura do campeonato, a senhorita resolveu me dizer?

- Porque a sua pernoitada com a Barbie, gerou um filho. - O capacete deslizou por seus dedos e caiu no chão.

- O quê você está falando?

- Cabe a você decidir se vai ou não ficar com raiva da gente. - Ela se levantou. - Eu sempre soube que você ficaria bravo, que se sentiria traído, mas não cabia a mim por um ponto final nisso. Nunca coube. - Seus olhos merejjaram. Ela olhou pra cima tentando não chorar. - Eu não quero perder meu amigo por uma coisa que eu não tenho culpa. E também não vou permitir que você abandone minha amiga no estado que ela está.

- Ela tem os pais pra ajudá-la não é? Darei o auxílio que for preciso a esse bebê.

- Não. Ela não tem.

- Como não?

- Os pais a colocaram para fora, de mãos atadas quando descobriram. Ela está lá em cima no meu quarto.

- Eles fizeram isso?

- Se você a ama como diz, ainda que esteja chateado com a gente, com ela, não a deixe desamparada. Ela te ama de verdade mas teme que você não queira nem reconhecer o filho.

Meu Guarda-Costas | VONDY (EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora