CAPÍTULO SEIS

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Para o azar de Christopher, Dulce tirou de seu rosto o travesseiro, mostrando aos dois homens presentes que estava acordada suficiente. — É muita cara de pau mesmo sua de vir aqui e ficar fofocando da minha vida do meu lado.

— Acha que não notei que estava acordada?

— Papai, o que esse idiota faz aqui? Aliás, o que fazem aqui? Eu deixei claro que não queria ser acordada, não foi?

Fernando se sentou na beirada da cama e ficou observando a filha que agora esfregava seus olhos. — Melhorou?

— Ainda dói a minha cabeça e estou com náuseas, mas vai passar, já tive ressacas antes.

— Claro. — O homem olhou as próprias mãos em silêncio.

— Está tudo bem?

— Sim, mas quero conversar com você.

— O que foi que eu fiz dessa vez? Seja lá o que o Pudim de Calabresa tenha lhe dito, é mentira.

Uma gargalhada explodiu da boca de Christopher, o qual se divertia pela situação. — Você se entrega tão fácil, já tem plena consciência de que aprontou alguma coisa e olha que eu nem falei nada.

— Vai se foder, vai, você nem deveria estar aqui.

— Eu moro aqui, ou a bebida te fez esquecer isso também? — Era explícito a satisfação no sorriso dele porque desde o momento que Dulce deixou claro que não estava feliz com a presença dele, ele se sentia na obrigação de provocá-la.

— Vai se ferrar e some logo do meu quarto! — Alcançando um dos travesseiros em sua cama, Dulce jogou sem pensar duas vezes o objeto na direção dele, mas para sua infelicidade, ele o agarrou no ar com facilidade. — Droga, isso dói.

— Eu te ofereci o remédio lá na Universidade, mas você é tão teimosa que não quis, agora fica aí sofrendo.

— Crianças, parem de brigar, pelo amor de Deus, vocês nunca vão me dar um tempo de descanso?

— Não sou criança! — A exclamação saíra completamente igual da boca de ambos que em seguida trocaram olhares de ódio.

— Estou vendo que não, um cantinho da disciplina talvez resolvesse o problema de vocês. E você chega de ficar na cama, está me deixando preocupado, se não melhorar terei que levar você ao médico.

— Tio me desculpe, mas depois do tanto que ela bebeu, é normal, me surpreenderia se não tivesse assim.

— Fernando, tire logo esse Pudim daqui, por favor? Sério, cara chato do caralho, só fica se metendo onde não foi chamado.

— Só fica se metendo onde não foi chamado. — Christopher a imitou, fazendo uma voz afinada e Dulce lhe mostrou o dedo do meio.

— Chega vocês dois, eu só queria que agíssemos como uma família.

— Família? — Agora fora a vez de Dulce rir. — Ele não é da família, tá louco?

— Não se esqueça que é meu afilhado, Dulce.

— Bem disse o senhor, ele é seu afilhado, o que significa que não é nada meu e eu não devo nada a ele. — Fernando a olhou mais sério que de costume. Gostava de Christopher, o tinha como um filho que nunca tivera. — Desculpe, eu entendo que tenha apreço pela tia Ale e eu também adoro ela e o tio Victor, mas o Pudim de Calabresa daí é outra história.

— Pare de me chamar desse jeito, senhorita Saviñon!

— Enfia o Saviñon no cu.

— Dulce! — Ela revirou os olhos, impaciente, aquele era o sobrenome de sua mãe e ela não aceitava que ninguém a chamasse assim a não ser se fossem lugares sérios. — O que esse apelido significa?

Meu Guarda-Costas | VONDY (EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora