CAPÍTULO TREZE

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Demorou cerca de uma hora para o sinal do intervalo tocar, as duas desceram e foram diretamente para a lanchonete, onde encontraram Alfonso e Anahí em uma discussão que chamava a atenção de quem passasse por perto.

— Me desculpe, mas eu não sou como você, tá bom? Não sei se você se lembra, mas eu tenho um namorado e não saio por aí pegando todo mundo como você faz.

— Em primeiro lugar, não me compare com você, e em segundo, eu fico com quem eu quiser, você não tem que ficar falando sobre isso porque sou um homem livre e desimpedido. – Alfonso olhou para um grupo de meninas que passavam ao lado murmurando algo. — Eu sou atraente, as meninas gostam de mim, quem quer, pega, é só pedir.

— Pois eu sou muito mais eu, elas não chegam aos meus pés.

— Você se acha demais!

Anahí revirou seus olhos azuis. Os amigos ali ao lado olhavam aquela discussão que não parecia ter sentido algum, estavam todos confusos, sem saber exatamente o que tinha dado início àquelas palavras cruzadas.

— Pelo menos eu sou uma menina descente, que não abre as pernas para o primeiro retardado que aparece na minha frente.

Alfonso gargalhou. – Falou a santinha né? Quem te conhece que te compre.

— Pois o Christopher comprou muito bem, e quer saber? Ele dá de mil em você, aposto que nem sabe beijar direito, enquanto ele beija muito bem.

Chega! – Gritou Dulce, incomodada com a situação, ou seria porque ela não estava gostando de ouvir a amiga falar dos beijos de Christopher que por sinal, ela já tinha experimentado e o pior, gostado. — Estão parecendo duas crianças, deixem de ser chatos!

— Foi ela quem começou. – Alfonso apontou Anahí que apesar de ter se mantido firme na discussão, tinha seus olhos avermelhados como quem estava prestes a chorar.

— Eu comecei? Você veio falar coisas horrorosas para mim porque me viu conversando com o Otávio.

— Aquele cara estava quase te comendo com os olhos Anahí, e como você mesma disse, você tem namorado e ele é meu amigo.

— E daí? Eu tenho direito de conversar com quem eu quiser e não estava fazendo nada demais.

— A não, todo esse teatro só porque a Annie estava conversando com o pedaço de mal caminho do Otávio? Sério, às vezes acho que meu grupo de amigos fugiram do jardim de infância.

— Me tira dessa daí. — Dulce se defendeu.

— Você principalmente, vive discutindo com o Christopher e agora a palhaçada com o Christian, sinceramente, não é preciso ser vidente para entender o que tá rolando aqui com vocês quarto.

— Do que está falando? — Perguntou Alfonso sem entender o que Maite queria dizer. Dulce por sua vez não pareceu nada contente, mas o motivo era que vira Christian se aproximar, trazendo consigo sua mais nova amiga, Amy.

— Bom dia amiguinhos do meu coração, já pediram algo pra comer? – Ele tentou abraçar Dulce por trás, mas no mesmo instante ela se afastou, indo para o lado de Alfonso.

— Quem é a gatinha Christian? – Perguntou Alfonso olhando Amy dos pés à cabeça, e a mesma ficou claramente envergonhada, deixando suas bochechas levemente coradas.

— Essa é Amy. – Sorriu, pegando a mão dela. – Amy, esses são Christopher, Anahí e Maite. – Apontou um a um e eles se cumprimentaram.

— Dulce cadê o deus grego? – Perguntou olhando à procura de algum aglomerado de meninas, já que sempre que ele estava sozinho isso acontecia.

— Por que sempre pergunta pra mim?

— Porque você mora com ele, se esqueceu? – Ergueu uma sobrancelha.

— E desde quando isso significa que eu tenho que saber do paradeiro do Pudim de Calabresa? Eu sou lá babá dele? – Falou ignorante.

— Pudim de Calabresa? – Perguntou Amy e Dulce ignorou.

— É o apelido que ela colocou no Christopher, mas ninguém sabe o significado disso. – Respondeu Maite.

— E nem é do interesse de ninguém saber. — Dulce se encolheu na cadeira, sem conseguir encarar ninguém ali e ficou ainda mais chateada vendo Christian abraçar Amy como se já se conhecessem há muito tempo.

— Christian! – Maite o repreendeu. — Meu Deus, quem vê acha que gosta de mulher, só fica agarrando as meninas.

— Que foi?

— Sabe bem que Dulce morre de ciúmes de você. – Falou ainda séria, esperando algum posicionamento de Dulce, mas ela não falou nada.

— Dul, amor, sabe que eu te amo né? Mas aqui tem Christian pra todo mundo.

— Desculpem, não foi minha intenção. — Amy corou, completamente sem graça com a situação.

— Relaxa, Amy. Não tem que se desculpar, né Dulce? — Ela sacudiu os ombros, ainda em silêncio.

— Estou sem fome, vejo vocês depois. – Falou Anahí fitando Alfonso que não tirava os olhos de Amy e depois se retirou em passos largos.

— O que houve aqui hein? Que clima pesado.

— Alfonso e Anahí, sabe bem que o bicho pega quando eles discutem. – Respondeu Maite, a única ali que ainda parecia não estar afetada pelas situações.

— Qual o motivo da briga?

— Ciúmes, o que mais seria? Eu só te falo uma coisa, não dou mais que algumas semanas pra tudo se inverter aqui e a gente ainda vai rir muito de tudo isso.

— Vocês brigam sempre? – Amy perguntou curiosa, sentando-se em uma das cadeiras vazias.

— Isso não foi uma briga, espera só até você ver Dulce e Christopher juntos, aí sim a casa cai.

— Nossa! Eu vou é comprar algo pra comer, não tive tempo para o café da manhã.

— O que vai querer? Posso ir buscar pra você.

— Deixa que eu mesma vou, tá?

Amy saiu, restando apenas os três ali. Dulce estava ignorando a presença de Christian e ele não fez muita questão de tentar conversar naquele momento. Talvez o ciúmes que Dulce sentia dele não tivesse mais tanta graça como costumava ter.

— Só tome cuidado, acho que já temos brigas demais aqui.

— Mai, deixa isso pra lá, eu sei me proteger, se ele quer fazer novas amizades ele é livre.

— Dul...

— Eu vou pra sala, estou com dor de cabeça.

Meu Guarda-Costas | VONDY (EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora