CAPÍTULO OITO

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Foi preciso muita lábia para que Christian conseguisse convencer Dulce a comer e enquanto ela empurrava com certa dificuldade a comida para dentro, seu melhor amigo a distraía com fofocas sobre as pessoas que eles conheciam.

— E eu estou falando, logo a Mai se casa, não aguento mais ela falando do Mane.

— Pelo menos ele é legal.

— Mas é muita melação. — Dulce revirou seus olhos. — Entretanto ela parece feliz, isso que importa.

— Sim. Ao contrário do Christopher e da Annie, quer dizer, acho os dois li dos, beijaria os dois, — Dulce fez uma careta e Christian riu. — Mas não acho que eles combinem.

— Prefiro não opinar.

— Você também não aprova o relacionamento deles, dá ora ver as costadas que você sempre dá, as vezes parece que tem ciúmes.

— Eu? Até parece, não tenho nada a ver com a decisão dos dois, só não me interessa nada do Pudim de Calabresa.

— Por favor me conta por que Pudim de Calabresa.

— Não. Segredo de estado, além do mais se eu disser vai perder a graça.

— Eu só consigo ver maldade nisso, espero que antes que esteja no meu leito de morde eu descubra o significado.

— Pois então demore a morrer.

— Por que você chutou o Ucker?

— Porque ele mereceu. Primeiro me levou a força lá pra baixo depois ficou no meu caminho.

— Você me assusta, sabia?

— Vai defender ele?

— Não estou do lado de ninguém, vocês que são parentes que se entendam.

— Ele não é nada meu, sai.

— Priminho Ucker.

— Teu cú, não tenho primos e por pouco não teria uma irmã.

— Falar em irmã, e a Lunna? Faz tempo que não a vejo pessoalmente, só nas redes sociais. Aquela senhora continua pegando nos pés dela?

Incomodada, Dulce voltou sua atenção à comida e um silêncio constrangedor pairou pelos ares. Christian conhecia toda a história, sabia quanto o assunto a machucava e ela evitava falar ao máximo sobre isso.

— Tá tudo bem?

— Vai ficar.

— Você não foi lá de novo né?

Dulce sacudiu seus ombros, fingindo não se importar, mas um nó se prendeu em sua garganta. Christian soltou um suspiro e puxou Dulce para um abraço confortável.

— Gatinha, precisa parar de correr atrás dessa mulher, sempre se machuca.

— Eu sei, sou uma idiota, mas é errado desejar que a mulher que te colocou no mundo tenha no mínimo respeito por você? Eu só queria que ela me amasse.

— Quem perde é ela. Você é um ser incrível e tenho certeza que qualquer outra mulher amaria ter tido você como filha.

— A única que pôde não quis e eu me sinto um lixo por isso. Não sabe como dói saber que ela nunca esteve presente porque não quis, isso dói sabe? Quando era mais nova, todos na escola tinham os pais lá, mas eu não tinha minha mãe e sempre perguntavam, ela sempre estava ocupada demais pra mim.

Dulce enxugou o rosto que agora se molhava com suas lágrimas, mas fora completamente em vão.

— Ela é um monstro e sei que cedo ou tarde ela vai pagar pela ausência dela e pelas atrocidades que sempre te diz. E quer saber? Você tem a gente, eu não sou sua mãe, mas sou seu melhor amigo e sempre estarei aqui pra você.

Meu Guarda-Costas | VONDY (EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora