Eu não posso me apaixonar por você.

E por que não?

Dulce manteve alguns segundos em silêncio. Tinha que dizer algo que nem ela mesma sabia o que era. Disse a primeira coisa que lhe veio em mente. – Você namora a minha amiga. – Se levantou.

Dulce, isso não é desculpa. Você sabe mais que qualquer um que o meu namoro com a Annie não é real.

Quem garante isso? Quem garante que ela não gosta de você de verdade?

Eu. Ela só faz isso pelo Poncho, e você sabe disso.

Christopher, eu amo outra pessoa. Já te disse isso. – Voltou a se sentar no sofá.

Mais uma tentativa frustrada. – Você não ama outra pessoa Dulce. Pode até não sentir nada por mim, mas sei que você não ama mais ninguém.

Realmente, não sinto nada por você, além de ódio. – Falou friamente. – Eu vou esperar o Rodrigo voltar. Eu o amo, e estou muito triste por saber que ele está indo embora.

Ele não vai voltar Dulce. – Falou sério. – Se você soubesse... – Falou chateado.

Se eu soubesse o quê? – O olhou, mas ele não respondeu. – Responde caramba. O que o Rodrigo está me escondendo?

Se ele não te contou, não serei eu a te contar. – Deu de ombros.

Christopher me responde! – Suspirou.

Não posso Dulce. – A olhou com pena. Queria muito lhe contar toda a verdade, mas ele não podia.

Dulce apenas o olhou furiosa. O que teria de tão ruim que ele não podia contar? – É melhor eu ir embora. Vou ligar para alguém ficar aqui com você. – Se levantou empurrando o sofá novamente para o lugar. O sofá dessa vez aparentava mais pesado, e depois de chegar com ele até a metade do caminho, Dulce sentiu suas pernas bambearem e sua vista escurecer, e sentou-se no sofá fechando os olhos.

Dulce. – Gritou o nome dela e desceu da maca arrancando o soro. – Dulce, o que você tem? – Se sentou ao lado dela. – Olha pra mim, o que você tem?

Não é nada. – Abriu os olhos. Acho que minha pressão caiu. – Olhou para o braço dele que escorria um pouco de sangue. – Christopher por que você fez isso? – Perguntou brava.

Quer mesmo que eu te responda? – Ironizou. – Vou chamar uma enfermeira.

Não precisa, eu estou bem. – Se levantou e se apoiou nele.

Você não está bem. Senta aqui. – Pegou o celular na mesa ao lado da maca e telefonou pra casa. – Alô... Tio a Lourdes está aí?... Estou! Deixa-me falar com ela... – Dulce o olhou sem intender. – Oi Lourdes... Estou sim, obrigada... A Dulce comeu hoje?... Disseram-me que ela mal tocou na comida na hora do almoço... Nada?... Ok... Obrigada... Fala para o tio Fernando vir busca-la imediatamente... Ok... Até mais. – Desligou o celular.

O que pensa que está fazendo? – Falou brava.

Impedindo você de desmaiar a qualquer momento Dulce. Você praticamente passou o dia com um iogurte e um copo de leite, você está ficando doida? Quer levar uma bronca do medico? Quantas vezes ele já lhe disse para não ficar tanto tempo sem comer? Você sabe que não pode. – Suspirou. – Não faça mais isso ok?

Eu não estava com fome, queria que eu empurrasse a comida?

Pelo menos você não estaria fraca assim. É por isso que está trêmula. – Pegou a mão dela. – Vê só como você está.

Eu já vi ok? – Soltou a mão. - Não precisa brigar comigo ok? Não fiz de propósito. – Encostou-se e no sofá cruzando os braços.

Tudo bem, me desculpe. É que não quero que você fique anêmica novamente Dul. – Dulce o olhou.

Não foi de propósito. – Fez bico.

Se fosse levaria umas boas palmadas. – Dulce sorriu.

Não vai mais se repetir. – Christopher assentiu e a puxou para deitar em seus braços.

Sua louca. – Sorriu lhe beijando o cabelo.

Como você sabia que era isso? – Levantou a cabeça olhando pra ele.

Você fica fraca quando fica horas sem comer nada. Aquele dia que você quase caiu no quarto, você também não tinha comido nada.

Eu não estava fraca. – Mordeu o lábio inferior.

A não? – riu. – Então quer dizer que agora você é um bebê que está começando a aprender a andar e perdeu o equilíbrio.

Eu perdi as forças quando você se aproximou de mim. – Abaixou novamente a cabeça se arrependendo do que disse.

Como? – Sorriu. – O que isso quer dizer?

Na... Nada! – Se limitou. – Não quer dizer nada. Você apenas me pegou de surpresa, eu não estava esperando que você estivesse atrás de mim. – Corou.

Dulce. – Fez com que ela ficasse de frente pra ele. – Por que não me dá uma chance?

Christopher, eu já disse que não. Por favor, não insiste. Você é o мєu Guαrdα-Cøsŧα, mais nada, além disso.

Nem mesmo podemos ser amigos? – Sentiu um aperto no coração.

Prefiro ter você como inimigo a ter que me apaixonar por você. – Pegou a blusa e a bolsa e se levantou. – Eu sei que se formos amigos você vai tentar me conquistar, então deixa eu te odiar. Pra mim é mais fácil assim. – Andou até a porta, e quando foi abrir deu de cara com Anahí e Alfonso. Anahí tinha os olhos arregalados e Christopher segurava pra não rir.

Meu Guarda-Costas | VONDY (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now