— Ai, obrigada! Estava mesmo precisando ouvir isso de mais pessoas.

— E para de chorar, ela não merece uma lágrima sua sequer e você já derramou demais para o meu gosto.

— Eu vou tentar.

Dulce se afastou dele e ele enxugou seu rosto. — Amo você minha maluquinha. Posso te fazer uma pergunta?

— Todas, agora se vai ter resposta é outra coisa.

— O Candy.com é seu, não é?

— Por que acha isso?

— Primeiro que sei falar inglês e segundo que aquilo lá é a sua cara.

— Por que eu faria uma fofoca falando de mim? Viu a última postagem?

— Uma postagem para se safar?

— Jurou.

Dulce desviou o olhar. Era um segredo entre ela e a irmã e não seria ela a pessoa que iria deixar vazar.

— Eu não aguento comer mais, se forçar eu vou vomitar.

— Pelo menos comeu um pouco, vamos lá embaixo? A gente toma um ar fresco no pátio ajuda na ressaca.

— Pode ser, mas já vou logo avisando que não estou com paciência para aquele imbecil, estou no limite com ele hoje.

— Essa briga de vocês dois ainda vai dar o que falar.

— Cala a boca, vai. Calado é um poeta.

— Você nunca pensou em beijá-lo?

— Não, Christian, eca! Ele namora a Annie, lembra?

— Ah, sei lá, é muito tiro trocado de vocês dois.

— Vamos mudar de assunto? Não quero ter indigestão.

Dulce saltou para fora de sua cama e pegou seu prato com o que sobrara de sua comida e já foi logo seguindo, enquanto Christian cantarolava uma música a seguindo até o andar de baixo.

Para o desgosto dela, Christopher estava na cozinha quando ambos chegaram lá, paradk de frente para a geladeira de pensativo.

— Sentiu o ar pesado por aqui, Christian?

— Às vezes parece que ela tem doze anos de idade.

Christopher fechou a geladeira e se virou sério para ela, que continuou seu percurso até a pia, deixando seu prato lá dentro.

— Ela comeu?

— Um pouco, melhor que nada.

— Pelo menos não terei que levar ninguém para o hospital, menos um trabalho que essa maluca vai me dar.

— Vai se foder e para de falar de mim como se eu não estivesse presente.

— Vai você, vou lavar sua boca com sabão, Porteiro de Gaiola.

Dulce soltou um suspiro, qual era a necessidade de ele provocá-la o tempo todo? Tudo bem que ela não era a mais quieta da história, mas ela só desejava que por um momento ele a deixasse em paz.

— Christopher, cala sua boca, eu não suporto ouvir sua voz, que coisa chata, me deixa em paz! Sério, eu não tenho um minuto de paz dentro da minha própria casa, você nem deveria estar aqui.

— Tenho tanto direito de estar aqui quanto você, primeiro porque sou afilhado do seu pai e ele me deu livre acesso à casa e segundo porque ele me paga e muito bem para poder cuidar da filha mimada e insuportável que ele trouxe ao mundo.

— Eu não preciso de um guarda-costas, está perdendo seu tempo.

— Se não precisasse eu estaria tranquilo na minha cidade com os meus amigos, minha família e não tendo que me submeter a uma pessoa que não pensa duas vezes antes de dopar alguma pessoa.

— Ela fez o quê?

— Não dê ouvidos a ele. — Dulce tentou fugir do assunto, era certo que se isso vazasse o pai dele iria querer matá-la.

— A sorte dela é que não preciso correr para o pai dela e contar essa barbaridade. Sabia que dopar pessoas é crime?

— Melhor ser presa que viver com você, por mim que tivesse morrido.

— Dulce! Não exagera.

— Eu bem que poderia continuar a trabalhar como antes, estava bem na delegacia. Os bandidos davam menos trabalho que essa menina idiota.

Havia um tom na voz de Christopher que dizia que ele já estava no limite. Por muito tempo levou na brincadeira, mas ele sabia que a briga estava ficando muito mais séria que o normal. 

Meu Guarda-Costas | VONDY (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now