— Se descobrir, me conte, porque pelo visto ela nunca vai me dizer, entretanto, não gosto.
Dulce deu uma risadinha enquanto se arrastava para fora da cama, depois, em silêncio se dirigiu até a porta de saída. — Morra de curiosidade, agora, será que pode sair? Preciso conversar com meu pai e você não é bem-vindo.
— Eu só vou porque respeito o tio Fernando. — Christopher se levantou, e entregou o travesseiro de volta a ela. — Você ainda vai me contar o por que desse apelido, escreve o que estou te dizendo.
Após fechar a porta, Dulce foi na direção do banheiro para jogar um pouco de água no rosto para ver se conseguia se sentir melhor. Fernando a acompanhou depois de garantir que ela não iria se fechar lá dentro. — Por que o trata assim?
— Porque não gosto dele, nunca gostei, sabe que nunca nos demos bem, fora que ele é um idiota. Se acha o garanhão porque vive rodeado de meninas onde vai, mas na verdade a pessoa que ele diz ser namorada dele nem mesmo gosta dele.
— A Annie não gosta dele. — Ele a interrompeu e ela o olhou através do espelho, sabendo que havia falado demais.
— Ai meu Deus, santa boca aberta, esquece o que te falei, se ela descobre que deixei isso escapar ela arranca minha cabeça fora ou no mínimo costura minha língua.
— Ela está o enganando?
— Se tivesse eu ia achar pouco, mas não, é algo combinado entre os dois.
— A bom, não vou admitir que façam essas brincadeiras com ele. — Dulce não pode revirar virar os olhos, talvez se sentisse enciumada pelo fato de seu pai ter tanto apreço pelo cara que ela tanto odiava. — Vem aqui, quero conversar com você.
Fernando a puxou até a cama e ambos se sentaram lá. — O que houve dessa vez?
— Filha, você sabe o quanto você é importante pra mim, não sabe? — Ela assentiu já desviando o olhar para longe, imaginando o que a. conversa poderia ser. — Eu nunca impedi você de ver sua mãe Dulce, mas você a conhece e sabe que isso não te faz bem.
— Pai...
— Eu sei que você foi lá na casa dela ontem Dulce, e como todas as outras vezes você saiu de lá machucada.
— Como soube disso?
— Foi por isso que você saiu ontem à noite, para aquela boate e descontou tudo na bebida, não foi?
— Foi? Quer dizer, acho que sim. Estou meio confusa ainda.
— Eu não quero ter que te impedir de ir lá, porque ela é sua mãe, mas me machuca cada vez que você vai lá e acaba se machucando.
— Não diga que ela é minha mãe, ela não merece seu posto.
— O que foi que ela te disse lá Dulce?
— Que me odeia, e que só não me abortou porque você não deixou, isso é verdade?
O silêncio fora a resposta naquele momento, Dulce simplesmente se deixou chorar. — Por que o senhor teve que engravidar aquela mulher? Eu só queria ter uma mãe que gostasse de mim. O que eu fiz de errado?
— Você não fez nada, me ouviu?
— Ela disse que o acidente que eu sofri quando criança, foi culpa minha.
— Ela fez o quê?
— Ela disse que eu tirei a atenção dela no trânsito, e que eu quase a matei.
— Puta que pariu, qual o problema dessa mulher? Isso não é verdade, você foi a única prejudicada dessa história, ela sofreu apenas alguns arranhões, e o carro que bateu, bateu do seu lado, e quase te matou. Você pode não se lembrar direito, mas ficou mais de mês no hospital correndo risco de vida, que ódio dessa mulher.
— Tenho pequenas lembranças, mas não sei direito o que houve. Se é mentira, o que aconteceu?
— Eu não sei, ela me disse que se distraiu com algo, nunca tive certeza.
— Por que ela me odeia tanto?
— Não é você, o problema sou eu porque ela nunca gostou de mim.
— Então por que você se casou com ela?
— Porque eu a amava, e ela apostou com suas amigas que ficaria comigo. Eu caí como um idiota e ela acabou engravidando.
— Que estúpida!
—Mas ela me deu o ser mais precioso de minha vida. — Por fim Dulce conseguiu dar um sorriso. Ela sentia o amor que o pai tinha por ela e ela também sentia o mesmo por ele. — Ela queria sim te tirar, mas eu não deixei. Fomos obrigados a nos casa pelo pais dela e eu disse a ela, que quando você tivesse uma idade boa, eu pediria o divorcio e ficaria com você, ela concordo, mas como percebeu, ela acabou engravidando de outro homem.
— Então o motivo do divórcio foi a Lunna?
— Não diria que tenha sido ela e ficaria extremamente feliz se ela fosse minha filha também, mas para sua saúde mental preferi ir embora contigo.
— Infelizmente ela não é, mas fico feliz que vocês duas tenham uma relação boa, apesar dos pesares.
— Ela pode vir passar o final de semana aqui? Os pais dela vão viajar e como ela vai começar as aulas, ela vai ficar sozinha.
— Ela é sempre bem-vinda aqui, sabe disso.
Dulce sorriu, dando um abraço no pai. Ele era a única pessoa que ele tinha e para ela, era a melhor pessoa do mundo, entretanto ainda sentia que precisava se controlar mais em seus impulsos.
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Meu Guarda-Costas | VONDY (EM REVISÃO)
FanfictionDulce, uma jovem rebelde de 20 anos, filha de um dos maiores empresários da Cidade do México, Fernando Saviñon, que está quase sempre viajando a trabalho mas tenta conviver o maximo com a filha que tanto ama. Christopher, um policial de Nuevo Leon...
CAPÍTULO SEIS
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