Capítulo Seis

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A chuva caía cada vez mais forte e eu não via uma tempestade assim faz um bom tempo. Os relâmpagos caem e os trovões faziam barulhos capazes de assustar qualquer criança. E eu estava entre as árvores correndo com meu cavalo pela mesma trilha que peguei para fugir, mas desta vezes fazendo o caminho de volta para o castelo, eu tenho certeza de que eu exagerei e fiquei muito tempo fora do castelo mas eu nunca senti nada do que senti naquele vilarejo, dançando e festejando. Eu nunca senti meu coração tão aceso e eu nunca senti meu corpo arrepiar como arrepiou perto de Zayn como todas as outras sensações, com certeza isto também fez com que este dia se tornar cada vez mais inesquecível.

Assim que cheguei no castelo, a primeira coisa que faço é guardar meu cavalo e depois eu entro pela cozinha e peço para os criados que lá estão permanecerem em silêncio e isso faz com que alguns riem. Eu começo a subir as escadas mas acabo vendo Harry e papai, ambos caminhavam rapidamente até a entrada principal e conversavam sem parar com alguns soldados juntamente de Harry. Eu acabo espirrando, o que faz Harry olhar pra trás.

— Serena! -Harry fala e vem até mim apressado me abraçando. — Você está bem? Aonde você estava?

— Minha filha. -Papai fala vindo às pressas até mim, assim como Harry. Ele me olha, me analisando e franze um pouco a testa quando percebe meu vestido sujo de lama. — Você está bem? Como você sai sem avisar, ficamos preocupados, ainda mais que você deveria permanecer de repouso, minha filha. -Papai fala e me separo do Harry olhando para ele e depois para papai, ele está decepcionado, eu sei que fui irresponsável.

— Eu estou bem. Eu tinha ido dar uma cavalgada, mas acabei perdendo a noção do horário. -Minto pois sei que se contar a verdade dizendo que fui ao vilarejo papai falaria com mamãe e eles iriam me proibir de sair por um longo tempo.

— E por que suas roupas estão tão sujas? -Papai me pergunta desconfiado mas não tive nem tempo de lhe responder.

— Serena! -Mamãe grita bem alto do corredor, então sobe correndo as escadas e vindo ao meu encontro. Ela me abraça rápido depois me olha. —Você está maluca em sair assim? Você deixou preocupada, deixou todos nós preocupados. Você está bem?

— Sim mamãe estou bem. -Falo cansada.

— E essas roupas sujas? Aonde você estava? -Mamãe me olha séria.

— Meu Deus desse jeito a garota irá enlouquecer. -Anne fala vindo ao nosso encontro.

Obrigada... Ela realmente me salvou, devo está a ela, espero que ela saiba disso, mas por eu ter sorrido um pouco para ela e ela ter me respondido com um piscada de olhos, tenho certeza de que ela sabe desta dívida.

— Você está bem certo? -Ela me pergunta e concordo com a cabeça. —Então é o que importa, ela quis da apenas uma passeio a cavalo. Ninguém merece ficar apenas em um lugar só. -Anne fala e mamãe estava de costas para ela e a minha frente e pude ver exatamente uma pequena careta em seu rosto.

— Aonde estava? -Mamãe me pergunta.

— Dando uma cavalgada. Me desculpe se deixei vocês preocupados. -Fala e mamãe me olha um pouco estranho, me parece uma mistura de desconfiança com raiva se é que uma expressão pode mesmo expressar tudo isso ao mesmo tempo. — Se vocês me dão licença eu preciso de um banho. -Falo calma e sigo até meu banheiro para tomar meu banho.

A água da banheira estava quente e tenho que agradecer a Carmen por ter esquentado a água para mim antes de derramá-la na banheira. Depois que tomei meu banho, Carmem estava me ajudando com a cinta. Ouvi a porta abrindo e me virei para ver quem era, mamãe.

— Pode ir. -Mamãe fala e Carmen concorda saindo às pressas. Mamãe começou a passar as cordas da cinta.

— O nome dela é Carmen. -Falo e mamãe aperta a cinta me fazendo soltar um gemido.

— Não me interessa. -Mamãe fala rude. — Você é uma boa mentirosa. -Mamãe fala e meu coração gela, o que ela quer dizer com isso? Acho que eu já sei a resposta.

— Não sei do que está falando. -Minto mas acabei hesitando um pouco e como respiro eu escuto sua risada sarcástica fazendo meu corpo se arrepiar de medo.

— Sei que você foi ao vilarejo. -Mamãe me vira para ela e seus olhos estão enfurecidos. — Você foi ver ele? -Ela fala e não parecia acreditar no que estava dizendo.

— Fui apenas a cidade mamãe eu não sabia. Além disso, nem sei do que está falando. -Continuo a mentir mas minha mãe segura minhas bochechas as apertando.

— Você não entende não é mesmo Serena? Estamos passando por uma crise, estamos ficando sem dinheiro e você vai se encontrar com aquele plebeu imundo? -Ela fala e solta minhas bochechas e passei a mão nas mesmas.

— Eu não fiz nada de mais mamãe. -Falo e a olho. Seu olhar furioso me encara. E além de tudo ela é minha mãe é quase impossível mentir para ela. — Fui apenas em uma festa com ele.

— Sim e é assim que tudo começa. A partir de hoje você está proibida de sair desse castelo sozinha, me ouviu bem Serena? -Ela fala com raiva e concordo com a cabeça. — Ótimo. Nós não podemos perder essa linda oportunidade de voltarmos a riqueza e não vou deixar que nada impeça isso, nem que eu tenha que me livrar de alguém para que isso aconteça. -Mamãe fala e havia certa certeza em sua voz, como ambição também e isto fez meu coração gelar, de medo.

Ela não seria capaz...

Ela não seria capaz...

Ela seria capaz.

Mamãe é capaz de fazer tudo para ter dinheiro. Tudo para ser bem rica e da realeza e agora ela me proíbe de voltar a viver justo na hora que estava aprendendo a sentir essa sensação. Acabo ficando calada, pelo o que ela havia dito e em resposta, ela sorriu.

— Ótimo que você entendeu minha princesa. -Mamãe fala e deposita um beijo em minha testa, o que me faz sentir náuseas. Eu não aguentava mais um momento sequer ao seu lado. Isso é torturante demais para mim. Mas felizmente, Carmen voltou ao quarto para anunciar que a janta estava pronta, então mamãe me ajudou a colocar o vestido, ficamos caladas.

Na mesa de jantar estávamos conversando sobre como foi nossos dias. Ate que Anne tocou no assunto do casamento.

— Estava me lembrando de que a festa de noivado será em sete dias. -Anne fala sorridente.

— Isso vai ser fantástico. -Mamãe sorri. — Vou mandar fazer o convites para as pessoas da nobreza.

— Quero que todo reino participe. -Falo e mamãe me lançou um olhar de reprovação como também furioso.

— Isso vai ser uma ótima idéia. -Harry fala imediatamente e sorrindo. Ele coloca sua mão sobre a minha. —Adoraria que os dois reinos fossem convidados. Tanto nobres, como clero, mas também adoraria camponeses e plebeus, este castelo é grande o suficiente para isto, será maravilhoso. -Harry fala empolgado e mordo meus lábios, meu plano improvisado de irritar minha mãe, está saindo melhor do que imaginei.

— Vou mandar o mensageiro avisar para todos,amanhã mesmo. -Anne sorri.e olhou para minha mãe. — Não seria incômodo ele avisar para o seu reino seria majestade, nem mesmo que a festa seja aqui? -Anne perguntou olhando para papai.

— Não haveria o menor problema. -Meu pai fala e sorri um pouco. — Nem sequer me lembro da última vez que teve um evento tão grande como este. -Confessa e Anne sorri murmurando excelente.

Mas minha mãe não estava com uma cara nada boa e isso era tudo que eu queria, vê-la no meio de pessoas pobres, cujo ela odeia. Era disso que eu mais precisava, vê-la no meio das pessoas que ela faz mal.

Continua...

Clouds || Z.M || CompleteWhere stories live. Discover now