͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏𝗍𝗁𝗂𝗋𝗍𝗒-𝗌𝗂𝗑

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  ──── Como assim?

  ──── Quero melhorar as coisas.

  ──── Como?

Amobi não respondeu dessa vez. Não havia nada que pudesse dizer. Como encontrar palavras depois de ser a responsável por levar o pai da sua melhor amiga para a cadeia? A essa altura, já estava claro: o peso recairia mais sobre ela do que sobre o verdadeiro culpado. E olhar nos olhos de Cara só deixava isso mais claro.

Ward se afastou primeiro, os passos lentos e pesados pelo corredor. Pip pegou a mochila do chão e a acompanhou em silêncio, os dedos entrelaçados como um fio tênue tentando mantê-las juntas. Mas então pararam diante da antiga sala de Elliot Ward.

Na porta, o nome “Sr. Ward” estava riscado com traços violentos de caneta vermelha. Logo ao lado, alguém escreveu em letras tremidas: “monstro”.

Cara fixou o olhar ali por um segundo, o suficiente para perder o fôlego.

  ──── Eu… eu não consigo - murmurou, antes de se afastar às pressas, quase correndo.

Sozinha no corredor, a garota ficou encarando a porta, sentindo a culpa subir pela garganta como uma maré prestes a transbordar.

Mais tarde, o sol já havia desaparecido por trás das janelas da casa dos Amobi quando Pip ajudava a mãe na cozinha. Cortava cenouras com atenção mecânica, os movimentos cuidadosos demais, como se estivesse tentando não pensar em mais nada. Mas era impossível segurar por muito tempo.

As lágrimas vieram antes que pudesse evitar. Caiam em silêncio, borrando sua visão e manchando a tábua de corte. Leanne, que lavava a louça ao lado, se virou imediatamente, enxugando as mãos com o pano de prato antes de se aproximar.

  ──── Querida? - chamou suavemente, e bastou isso para que a garota desabasse.

  ──── Eu destruí a vida da Cara - murmurou, a voz embargada. ──── Ela só tinha o Elliot, e agora ele se for por minha causa.

Sua mãe a puxou para um abraço firme, envolvendo-a com os braços como fazia quando Pip era pequena e acordava de pesadelos.

  ──── Ei, não, não. Isso é culpa dele, não sua. Sem você, todos ainda pensariam que o Sal matou a Andie, e os Singhs carregariam essa vergonha que não é deles - disse com firmeza. ──── A família de Andie nunca veria o responsável pela morte da filha preso. Aquela garota ainda estaria presa no sótão. Sei que havia um milhão de obstáculos, mas você nunca desistiu.

Elas se desfizeram do abraço antes de Leanne continuar:

  ──── Sim, tudo parece estranho e triste agora, mas preciso que saiba que é a melhor pessoa do mundo, está bem? Eu não poderia estar mais orgulhosa da minha filha louca e determinada.

A mais nova tentou respirar fundo, mas o ar parecia denso demais. Ainda assim, se agarrou à voz da mãe como um bote em mar revolto. Por fim, suspirou, limpando o rosto e assentindo devagar.

  ──── Obrigada… - sussurrou.

Então, voltou para a bancada e pegou a faca novamente. As cenouras estavam meio tortas agora, mas ela continuou cortando, tentando acompanhar o ritmo da própria mãe, como se aquilo pudesse trazê-la de volta à superfície.

Leanne secou uma travessa e disse, quase num desabafo:

  ──── O que mais me enoja é ele não ter assumido o que fez. Como se sequestrar uma garota por cinco anos já não fosse monstruoso o bastante. E nem sequer admitir ter matado a Andie…

Pip parou. A faca ficou suspensa por um segundo no ar.

A respiração prendeu na garganta.

Uma luz se acendeu na sua mente, era pequena, mas impossível de ignorar. Elliot não confessou ter matado Andie. Nem sob pressão, nem em desespero.

Talvez porque… não tenha sido ele.

A lâmina caiu sobre a tábua com um som seco.

Algo estava faltando. Precisava ligar para Cairo.

 Precisava ligar para Cairo

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⟡ ֺ 𓂂 notes ! ˚

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⟡ ֺ 𓂂 notes ! ˚

OO1 : Atrasei mais saiu, né? O que acharam? Tá quase acabando, meu deus.

OO2 : Votem e comentem para me ajudar, vejo vocês no próximo capítulo.

𝗡𝗢 𝗕𝗢𝗗𝗬, 𝗡𝗢 𝗖𝗥𝗜𝗠𝗘 : 𝗉𝗂𝗉𝗉𝖺 𝖿𝗂𝗍𝗓-𝖺𝗆𝗈𝖻𝗂 ੭Where stories live. Discover now