͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏𝗍𝗁𝗂𝗋𝗍𝗒-𝗌𝗂𝗑

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Afinal, Elliot finalmente confessou. Ele admitiu ter matado Sal e o feito parecer suicídio para incriminar ele e desviar a atenção da polícia, alegando que Sal havia sido responsável pela morte de Andie.

O peso das palavras foi como um alívio torturante para todos, mas a verdade deixou uma marca ainda mais profunda. Com a confissão, o caso foi encerrado, mas as cicatrizes nunca desapareceriam. Andie ainda estava desaparecida, e agora, mais do que nunca, o mistério de seu destino pairava no ar. Só não mais do que a culpa mortal que pulsava em seu peito.

Pensar em olhar para sua melhor amiga, saber tudo o que ela tinha causado… era uma dor física, quase insuportável. Cada respiração parecia mais difícil. Ela sabia que as palavras que haviam sido ditas, os segredos que estavam sendo revelados, não poderiam ser desfeitos. Não agora. Não depois de tudo.

Prometeu não mandar Naomi para a cadeia, mas, no fim, acabou mandando outro membro de sua família. O que havia feito, o que tinha sido feito… isso não iria embora tão facilmente.

  ──── Tinha uma equipe forense na casa, procurando DNA e essas coisas - Lauren comentou, quebrando aquele silêncio desconfortável.

  ──── Não consigo aceitar que ele simplesmente andava entre nós, como um cara comum - Connor disse, franzindo o cenho e brincando com as alças de sua mochila. ──── Dava aulas, cozinhava, nos dava carona, enquanto guardava esse segredo sombrio.

  ──── Não foi só um segredo - Zach começou. ──── Ele prendia uma mulher em um sótão de uma casa secreta, tinha uma amante adolescente secreta, assassinou essa amante, escondeu o corpo dela e ainda matou o namorad dela.

  ──── Ele pegou meu cachorro e matou ele - Pip praticamente sussurrou.

A ruiva ao lado de Amobi estava prestes a continuar o assunto, mas seus olhos focaram em algo no fim do corredor e o silêncio praticamente abafou as conversas dos outros alunos ao redor. Os olhos dos quatro se voltaram para a porta, todos suavizando lentamente enquanto Cara, com as mãos nos bolsos, caminhava até eles em passos lentos e hesitantes.

Seus olhos ainda estavam inchados, as tranças malfeitas pendendo como se tivessem sido feitas às pressas, e os ombros pareciam carregar o peso de algo que ia além das palavras. Era o pai dela quem estava preso, mas quem parecia realmente em ruínas era ela. Seu olhar caiu para o chão depois de analisar cada um dos amigos individualmente, andando como um fantasma até eles.

Ward parou em frente aos quatro e abriu um sorriso triste, agora olhando para eles e brincando com os anéis em seus dedos.

  ──── Aqui estou eu - sua voz soou vazia e distante.

Pip foi a primeira a se mover. Sem dizer nada, apenas deu um passo à frente e envolveu sua melhor amiga num abraço forte, urgente, como se quisesse segurar as partes dela que estavam prestes a quebrar. Cara correspondeu sem hesitar, afundando o rosto no ombro da amiga.

Connor, Zach e Lauren logo se juntaram, formando um círculo apertado de braços e silêncio, como se pudessem proteger Ward do mundo, nem que fosse só por um instante.

Quando o sinal tocou, os braços começaram a se soltar devagar, como se ninguém quisesse ser o primeiro a deixar o abraço. Um a um, foram se afastando rumo às salas, mas Amobi permaneceu. Puxou a morena para perto mais uma vez, dessa vez com ainda mais força, como se pudesse pedir desculpas sem precisar dizer nada.

A culpa apertava em seu peito como uma mão fechada. Cada decisão, cada risco, cada verdade que ela desenterrou havia trazido justiça para alguns… mas dor demais para outros.

  ──── O que eu posso fazer? - Pip sussurrou ainda no abraço.

Cara soltou ela e olhou bem em seus olhos, dava para ver como segurava as lágrimas.

𝗡𝗢 𝗕𝗢𝗗𝗬, 𝗡𝗢 𝗖𝗥𝗜𝗠𝗘 : 𝗉𝗂𝗉𝗉𝖺 𝖿𝗂𝗍𝗓-𝖺𝗆𝗈𝖻𝗂 ੭Where stories live. Discover now