𝗡𝗢 𝗕𝗢𝗗𝗬, 𝗡𝗢 𝗖𝗥𝗜𝗠𝗘 : 𝗉𝗂𝗉𝗉𝖺 𝖿𝗂𝗍𝗓-𝖺𝗆𝗈𝖻𝗂 ੭

͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏𝗍𝗁𝗂𝗋𝗍𝗒-𝗌𝗂𝗑

  ──── Te fazer parecer legal? Isso seria difícil demais, Singh. Teria que me pagar muito - Pip deu uma risada suave vendo a falsa indignação de sua parceira, a tensão que antes pesava sobre elas agora se dissipando aos poucos.

  ──── Eu sou muito legal, sargento! É praticamente um crime você ousar em pensar nisso!

Amobi riu novamente, sem perceber o sorriso satisfeito que se formava nos lábios de Singh. Ouvir a risada da mais velha soou como uma vitória.

  ──── Acho que ainda jogaria futebol, pelo menos um pouco, sabe? - A mais nova continuou, agora também se deitando de lado, de frente para Amobi.

Pippa arqueou a sobrancelha, um sorriso provocativo crescendo em seus lábios, sentindo o calor da brincadeira inundando o ambiente.

  ──── Cientista e jogadora de futebol?

  ──── Tenho que manter meu esteriótipo de lésbica, né? Já viu yellowjackets?

  ──── Por que você e a Cara são obcecadas por isso?

  ──── Por que gostamos de mulher, Pippa Fitz-Amobi. Você como sáfica deveria assistir também, tem futebol, mulheres bonitas e canibalismo - Cairo se sentou um pouco na cama, com os olhos brilhando só de olhar para sua parceira.

  ──── Parece… educativo.

Singh deu de ombros e se deitou de novo.

  ────  É… educativo.

Por um momento, tudo parecia fácil. Como se o peso do mundo tivesse desaparecido, e as duas estivessem apenas sonhando juntas com o futuro. A tensão que antes existia entre elas, o luto que ambas carregavam, foi suavemente substituído por esse momento compartilhado, cheio de sonhos e risadas.

Pip olhou para Cairo, e sem pensar muito, se inclinou para frente. Singh, que estava olhando para o teto de novo, virou o rosto, encontrando os olhos azuis de Amobi.

Sem palavras, sem pressa, a mais velha tocou suavemente o rosto da morena, com a ponta dos dedos, como se quisesse garantir que este momento fosse real. A respiração delas se misturou, e, sem dizer nada, a mais nova fechou os olhos. O movimento foi tão natural, tão quente, que o beijo aconteceu sem esforço.

Foi suave, lento, um toque doce e natural. Quando se separaram, estavam tão perto, o calor da outra ainda presente.

Cairo abriu os olhos, sorrindo.

  ──── Me acha mais legal agora? - Perguntou ela, a voz suave.

Pip sorriu, com o coração acelerado.

  ──── Talvez… vai ter que me beijar mais vezes para eu ter certeza - respondeu.

O silêncio voltou, agora mais tranquilo, e, por um momento, tudo parecia estar no lugar certo.

Com os olhos fixos na garota em sua frente, Pip sorriu. Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Cairo se aproximou e capturou seus lábios em um beijo mais profundo. Desta vez, não havia hesitação, apenas a certeza de que, naquele momento, tudo estava certo.

──

O beijo ainda parecia pulsar nos lábios de Pip quando a realidade começou a se infiltrar de volta.

O som das conversas dos outros alunos e o barulho dos armários sendo fechados pareciam distantes enquanto Pippa esperava no corredor, apoiada contra os armários.

Ao seu redor, Connor, Lauren e Zach esperavam com ela. Àquele ponto, todos sabiam quem o professor de literatura era de verdade. Um assassino e nojento que ficou com uma aluna dele e manteve uma garota em cativeiro por anos.