Correu até sua bicicleta como se sua vida dependesse disso. Os pés quase tropeçaram na grama molhada, mas ela não parou. As mãos agarraram o guidão com força, e sem pensar, sem um plano, sem sequer saber para onde estava indo, ela se lançou para frente.
Precisava fazer algo. Qualquer coisa. O que quer que estivesse esperando por ela no final daquele trajeto, Singh não conseguia, e nem queria, parar para pensar.
O vento cortava o rosto da morena enquanto ela pedalava sem parar, as pernas já começando a queimar com todo o esforço. O mundo ao redor era um borrão. Casas, postes, árvores passando como sombras indistintas. Ela não sabia para onde estava indo, não importava. O que importava era se mover.
O peito subia e descia em respirações irregulares, os pulmões queimando, o coração martelando nas costelas como se quisesse pular para fora.
A adrenalina pulsava forte, empurrando-a para frente, mas ao mesmo tempo, algo mais profundo a corroía. Um medo que tentava se infiltrar por entre a euforia. E se Andie estivesse mesmo viva? O que isso significava para tudo? Para Sal? Para ela mesma? Será que ela sabe que Sal está morto?
Na casa dos Ward, Pip não perdeu tempo. Enquanto todos estavam distraídos assistindo ao filme na sala, ela se esgueirou pelo corredor até o escritório de Elliot. A porta estava entreaberta, e ela deslizou para dentro silenciosamente, sentindo o coração martelar no peito.
O ambiente estava escuro, iluminado apenas pela luz fraca do monitor do computador. Sentando-se rapidamente na cadeira, seus dedos voaram pelo teclado. Precisava ser rápida. Abriu o histórico da impressora, os olhos varrendo a tela em busca de algo, qualquer coisa que confirmasse aquela suspeita.
E então encontrou.
Um arquivo impresso no dia do aniversário de Cara. O mesmo dia em que recebeu sua primeira ameaça. O sangue dela gelou. O cursor pairou sobre o documento por um segundo, antes que ela clicasse para imprimir.
O silêncio do escritório foi quebrado pelo barulho familiar da impressora. A garota virou-se para a máquina, o estômago afundando conforme o papel deslizou para fora. Quando finalmente o pegou nas mãos, sentiu o ar escapar de seus pulmões.
“Pare de investigar, Pippa.”
Era a exata mesma ameaça que havia encontrado em seu saco de dormir. A mesma fonte. Mesmas palavras.
Acabava de ser impressa.
Não podia mais negar.
Elliot Ward. O pai de Cara. Um homem que conhecia desde que podia se lembrar, que a cumprimentava nos corredores da escola, que ria com facilidade, que oferecia conselhos como se realmente se importasse.
Um homem que a ameaçava nas sombras.
Pip sentiu uma onda de enjoo subir por sua garganta. Seu peito apertou, a respiração curta e instável. Sentiu raiva. Nojo. Traição.
E, acima de tudo, sentiu medo.
Porque se Elliot sabia que ela estava chegando perto, se ele sabia o suficiente para ameaçá-la antes mesmo de ela perceber quem ele realmente era… então o que mais ele poderia saber? O que mais ele poderia fazer?
A garota saiu do escritório com passos rápidos e silenciosos, o papel dobrado com firmeza em sua mão. O coração ainda martelava em seu peito, mas ela manteve a expressão neutra enquanto caminhava pelo corredor, controlando a respiração antes de abrir a porta do quarto de Cara.
Até mesmo olhar para sua melhor amiga lhe causava dor.
Lá dentro, todos ainda estavam imersos no filme, as luzes apagadas e o brilho da tela piscando nos rostos distraídos. Lauren e Connor estavam sentados no chão, encostados na cama, enquanto Zach e Cara dividiam um balde de pipoca.
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𝗡𝗢 𝗕𝗢𝗗𝗬, 𝗡𝗢 𝗖𝗥𝗜𝗠𝗘 : 𝗉𝗂𝗉𝗉𝖺 𝖿𝗂𝗍𝗓-𝖺𝗆𝗈𝖻𝗂 ੭
Fanfiction،،̲ ﹕𝐀𝐐𝐔𝐄𝐋𝐄 𝐄𝐌 𝐐𝐔𝐄... 𝅄 ⁀ 𝖯𝗂𝗉𝗉𝖺 𝖥𝗂𝗍𝗓-𝖠𝗆𝗈𝖻𝗂 𝖽𝖾𝖼𝗂𝖽𝖾 𝖾𝗆𝖻𝖺𝗋𝖼𝖺𝗋 𝖾𝗆 𝗎𝗆𝖺 𝗂𝗇𝗏𝖾𝗌𝗍𝗂𝗀𝖺𝖼̧𝖺̃𝗈 𝖾𝗑𝗍𝖾𝗇𝗌𝖺 𝗉𝖺𝗋𝖺 𝖽𝖾𝗌𝗏𝖾𝗇𝖽𝖺𝗋 𝗈 𝗊𝗎𝖾 𝗋𝖾𝖺𝗅�...
͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏𝗍𝗁𝗂𝗋𝗍𝗒-𝖿𝗈𝗎𝗋
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