𝗡𝗢 𝗕𝗢𝗗𝗬, 𝗡𝗢 𝗖𝗥𝗜𝗠𝗘 : 𝗉𝗂𝗉𝗉𝖺 𝖿𝗂𝗍𝗓-𝖺𝗆𝗈𝖻𝗂 ੭

͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏𝗍𝗁𝗂𝗋𝗍𝗒-𝗍𝗁𝗋𝖾𝖾

Assim que chegaram ao quarto, a mais velha fechou a porta atrás delas, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, Singh começou a falar, as palavras saindo rápidas e atropeladas, como se ela as estivesse segurando por tempo demais.

  ──── Cara me contou sobre o Barney, Pip, eu sinto muito! - começou a morena, sua voz carregada de sinceridade, ansiedade e um toque de culpa ──── Sinto muito de verdade! Eu não sabia o que tinha acontecido até hoje de manhã. Não queria te incomodar ontem à noite... e você não estava atendendo minhas ligações, então... eu fiquei sem saber o que fazer!

Ela respirou fundo, os olhos escuros brilhando com algo entre preocupação e remorso, enquanto continuava:

  ──── Talvez eu devesse ter vindo mesmo assim, mas eu só... não queria forçar nada, sabe? Só queria que você soubesse que estou aqui…

Seus dedos começaram a brincar uns com os outros, inquietos, traçando linhas invisíveis na palma da mão ou puxando as mangas do suéter até cobrirem quase completamente suas mãos. Era como se a própria energia que a fazia falar antes estivesse se dissipando, deixando apenas aquela hesitação crua.

  ──── Singh, tá tudo…

  ──── Aquela mensagem que recebeu quando eu estava aqui… - Cairo voltou a falar, levantando o olhar finalmente. ──── Foi só o começo né?

Um silêncio denso pairou no quarto, carregado de tudo que nenhuma das duas conseguia dizer.

Pip engoliu seco, tentando manter a compostura, mas não conseguiu. Seus ombros cederam, e lágrimas começaram a escorrer por seu rosto, rompendo a barreira que ela tanto tentara manter. Ela apenas assentiu, incapaz de encontrar palavras.

Sem hesitar, Singh atravessou a curta distância entre elas e a envolveu em um abraço apertado, quase desesperado, ficando na ponta dos pés como se estivesse tentando segurá-la inteira enquanto ela desmoronava. As mãos firmes da mais nova passaram pelos fios de cabelo de Amobi, enquanto sua voz baixa murmurava palavras de consolo quase inaudíveis.

  ──── Eu tô aqui, sargento…

A mais velha apertou os punhos contra o tecido do suéter de Cairo, soluçando contra seu ombro, enquanto a outra apenas continuava ali, oferecendo o silêncio de sua presença como refúgio.

Quando as lágrimas começaram a cessar, Singh a guiou gentilmente até o chão. As duas se sentaram lado a lado, as costas apoiadas na cama de Pip. O quarto parecia menor, mais íntimo, envolto naquela espécie de quietude que só o luto traz.

  ──── Pode… pode me contar o que aconteceu?

Com um longo suspiro, Amobi abaixou a cabeça e começou a brincar com seus dedos enquanto organizava as palavras em sua mente.

  ──── Recebi uma mensagem dizendo que precisava destruir tudo da investigação se quisesse Barney de volta… e… eu destruí… Tudo o que eu trabalhei por meses, simplesmente destruí meu computador e todas as anotações. Mas… era mentira. Disseram que iam trazer Barney de volta e então o mataram.

  ──── Isso é doentio, sargento… Isso precisa parar. Sinto muito por ter feito você gastar tanto tempo com Sal e…

  ──── Não! Cairo, eu escolhi isso! Vamos provar que seu irmão não é culpado e isso não pode ter acabado agora… Precisamos pensar no próximo passo!

  ──── Precisamos parar, Pip! Mataram o seu cachorro!

Pip sentiu como se o chão tivesse sumido por um instante, mas não recuou. Seu rosto endureceu, e ela rebateu com a mesma intensidade: