O quarto de Pippa estava mergulhado em sombras, iluminado apenas pela luz fria do laptop aberto sobre a cama. As anotações de seu diário preenchiam a tela enquanto o cursor piscava, apenas esperando que letras digitadas o movessem para frente.
Ainda escutava levemente seu pai chamando por Barney na floresta, logo depois dela entrar correndo na casa gritando que seu cachorro havia sumido. Seu melhor amigo havia sumido. O jantar foi silencioso e pesado. A casa toda estava silenciosa demais, o tipo de silêncio que grita nos ouvidos.
Em meio aquela bagunça, cada um dos bilhetes e mensagens que recebeu pareciam ecoar em sua mente. As palavras queimavam, cada uma um lembrete de quão longe ela havia chegado e de tudo o que poderia perder. E por quê? Por que ela não ficou de olho nele?
Pip apertou os olhos, lutando contra o formigamento em sua garganta, o nó de pânico que ameaçava subir.
E se Barney não tivesse apenas fugido? E se isso fosse algo mais? Algo dirigido a ela? Era a única explicação que fazia sentido, não era? Se invadiram sua casa para avisar o quão perto ela estava chegando, sequestrar seu cachorro poderia ser só mais um aviso. Quem seria o próximo? Seu irmão? Seus amigos? Cairo?
A imagem de sua parceira sendo sequestrada lhe causou enjôo, uma dor no peito quase instantânea. Ela inspirou fundo, mas o ar parecia raso, preso.
Foi quando o telefone vibrou em suas mãos, arrancando-a de seus pensamentos. Ela olhou para a tela, o nome de Singh brilhando junto de sua foto pequena bem ao lado da mensagem.
Ela estava na porta da frente.
O alívio foi instantâneo, mas misturado com uma onda de preocupação. Pip deixou o celular de lado, levantando-se com pressa.
Desceu as escadas rapidamente, seus pés quase trocando os degraus. Cada batida na madeira ecoava pela casa silenciosa, como se amplificasse o pânico que ainda rastejava em sua mente. Quando alcançou a porta da frente, hesitou por um momento. A visão da mais nova ali fora, à espera, era um fio de conforto em meio ao caos.
Ao abrir a porta, a morena estava parada sob o brilho pálido da luz da varanda. O rosto parecia mais cansado do que de costume, a testa levemente franzida. Era notório como se esforçou para chegar ali rapidamente, mesmo não estando nem um pouco ofegante. Antes que Pip pudesse dizer algo, Singh deu um passo à frente e a puxou para um abraço apertado.
Amobi ficou rígida por um momento, surpresa com a intensidade do gesto, mas logo relaxou, deixando os braços caírem ao redor de Cairo. Ela cheirava a café e manteiga de amendoim, algo que agora estaria registrado na mente da mais velha para sempre.
Nenhuma delas ousou interromper aquilo, o rosto de Singh ficou escondido no pescoço de Amobi, como se aquele abraço fosse mais para ela mesma do que para a outra.
Quando aquele contato foi quebrado por Pip, algo chamou sua atenção. Ainda havia um resquício avermelhado na pele pálida de Cairo, logo abaixo de seu nariz.
──── Entrou em alguma briga, Singh?
A morena franziu o cenho brevemente, levando a mão até seu rosto. Foi quase uma visão daquelas mostradas em filmes, podia sentir o toque de seu professor novamente e ouvir sua voz. Ela limpou o nariz com a manga do moletom, uma mancha de sangue fresco ficando evidente no tecido.
──── Dessa vez não, só começou a sangrar do nada, sabe como é.
Pip estreitou os olhos, a preocupação pintando suas feições.
──── Você tá bem?
Na mesma hora, Cairo deu um passo à frente e segurou as mãos de sua parceira.
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𝗡𝗢 𝗕𝗢𝗗𝗬, 𝗡𝗢 𝗖𝗥𝗜𝗠𝗘 : 𝗉𝗂𝗉𝗉𝖺 𝖿𝗂𝗍𝗓-𝖺𝗆𝗈𝖻𝗂 ੭
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