𝗡𝗢 𝗕𝗢𝗗𝗬, 𝗡𝗢 𝗖𝗥𝗜𝗠𝗘 : 𝗉𝗂𝗉𝗉𝖺 𝖿𝗂𝗍𝗓-𝖺𝗆𝗈𝖻𝗂 ੭

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  ──── Oi Becca.

A loira girou na cadeira, seus olhos fixando Pippa com uma leve surpresa. As outras duas mulheres que estavam na sala desviaram o olhar para ela.

  ──── Ah. Então é você que veio me ver? Não deveria estar na escola? - Becca perguntou, com uma expressão que parecia misturar curiosidade e uma ponta de reprovação.

Sentiu um desconforto com o olhar de Becca, a tensão crescendo ao lembrar o quão perto ela e Cairo haviam estado de serem pegos na casa dos Bell. Ela forçou um sorriso nervoso, tentando disfarçar a inquietação.

  ──── Sim, desculpe. Hoje é meio só período - respondeu, tentando manter a calma, mas sentindo os dedos das mãos se apertarem contra a bolsa.

Não pôde evitar olhar por cima do ombro da garota, observando o computador cheio de palavras digitadas. Um rascunho incompleto e bagunçado.

Becca seguiu o olhar de Pippa e imediatamente se virou, minimizando a janela do documento.

  ──── Desculpe. É o primeiro artigo que estou escrevendo para o jornal e está um desastre. Não quero que ninguém veja isso - disse, sorrindo de maneira forçada, visivelmente desconfortável com a visão de seu trabalho inacabado.

  ──── Sobre o que é? - perguntou Pippa, tentando manter a conversa fluindo, embora sua mente estivesse em outro lugar.

  ──── Ah, hum, é sobre uma antiga casa de fazenda, que está desabitada há uns onze anos, no final da estrada Sycamore. Parece que ninguém conseguiu vendê-la, e agora alguns vizinhos estão pensando em se juntar para comprar e pedir uma mudança de uso, para transformar a casa em um pub. Estou escrevendo sobre como isso é uma péssima ideia - explicou Bell, mexendo nos papéis com uma expressão pensativa.

Uma das mulheres do outro lado da sala, sem levantar os olhos da tela, interrompeu com uma risada cortante.

  ──── Meu irmão mora nos arredores e não acha uma má ideia. Cerveja perto de casa, ele está em êxtase! - Ela riu para a outra colega, trocando olhares divertidos.

Becca soltou um suspiro, encolhendo os ombros e olhando para suas mãos, que mexiam distraidamente com a manga do suéter.

  ──── Só acho que a casa merece voltar a ser um lar para uma família algum dia. Meu pai quase a comprou e restaurou há alguns anos, antes de tudo acontecer. Depois, ele desistiu, mas sempre me perguntei como seria se tivesse seguido em frente.

O som dos teclados das outras duas mulheres se apagou, e o ambiente ficou silencioso por um breve momento.

A mulher que havia feito a piada sobre o pub, agora com um tom mais suave, olhou para Becca e disse:

  ──── Ah, Becca, querida, não fazia ideia de que esse era o motivo. Bom, agora me sinto péssima. - Ela deu um tapinha leve na própria testa, como se estivesse se repreendendo. ── Vou ficar encarregada pelo chá até o final do dia.

  ──── Não se preocupe - respondeu a loira, abrindo um sorrisinho pequeno para ela. A mulher acenou, e as duas voltaram a se concentrar no trabalho.

A loira então se virou para Pippa, baixando a voz para que as outras não ouvissem.

  ──── Pippa, né? - perguntou suavemente, seus olhos fixos nela. ── Como posso ajudar? Se é sobre aquilo que a gente conversou antes, você sabe que eu não quero me envolver…

  ──── Confie em mim, Becca. É importante. Muito importante. Por favor - disse, as palavras quase um sussurro, carregadas de urgência.

Os olhos azuis de Becca se fixaram nos de Pip, avaliando a sinceridade ali.