͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏𝗍𝗐𝖾𝗇𝗍𝗒-𝗌𝖾𝗏𝖾𝗇

Depuis le début
                                        

Independente disso, era agora ou nunca.

Segundo o irmão mais velho de Singh, o treino acabava em dez minutos, tempo o suficiente para Pip passar e repassar suas palavras. Se aproximando, conseguia ouvir gritos do treinador corrigindo o que faziam de errado e ver como Cairo ficava afastada das outras garotas. O que estava esperando? Óbvio que ela estaria afastada das outras.

Ocupando um lugar na arquibancada, também conseguiu ver um curativo vermelho no joelho da morena, enquanto seu cotovelo estava enfaixado.

Uma expressão de preocupação surgiu em seu rosto, fazendo seu cenho se franzir.

Foram longos dez minutos, mas quando viu ela tirar o colete azul que vestia e jogá-lo na pilha com os outros, sabia que estava na hora. Desceu as arquibancadas no passo mais lento que podia e esperou Singh notar ela. Para sua sorte, ou azar, não demorou muito.

Os ombros da mais nova caíram, seus dedos começaram a brincar desesperadamente com sua garrafa de água enquanto olhava ao redor, procurando qualquer distração para tirá-la dali. Não encontrou nada e já não podia mais fugir. Amobi se aproximou ainda em seus passos lentos.

  ──── Ei, Singh!

  ──── Pode ser rápida por favor? Não acho que queira ser vista conversando com a irmã de um assassino.

Pip desviou o olhar para o chão, sentindo as palavras como golpes no estômago.

  ──── O que aconteceu com seu joelho? E seu braço? - ela perguntou, os olhos fixos nos curativos visíveis pelo corpo de Singh.

  ──── Caí de bicicleta - Cairo respondeu, sua voz vazia e sem emoção, como se estivesse apenas repetindo palavras sem sentido. ──── Por que você se importa mesmo?

Mais um soco, dessa vez em seu rosto. Era difícil, e a dor a consumia, mas ela sabia que estava doendo muito mais na mais nova. Não podia ser egoísta. Com um suspiro pesado, ela se forçou a continuar falando.

  ──── Eu sinto muito pelo que eu fiz, Singh. Estava errada, é óbvio que eu estava errada. Eu só… fiquei com medo, mas não tem justificativa para isso. Você poderia me dar um soco no rosto agora mesmo e eu ia entender, mas realmente espero que não faça isso porque sei que vai doer muito, então...

  ──── Vai direito ao ponto, Pippa. Veio pedir desculpas? Tá bom, posso pensar nisso. A investigação já acabou, não precisava vir aqui, sabe?

  ──── Não. Não acabou. Eu preciso de você, do meu Watson, a gente precisa provar que o Sal é inocente - insistiu, a urgência em sua voz quase quebrando a camada de gelo entre elas.

Cairo olhou para ela, os olhos opacos, como se estivesse vendo algo distante, mas não a Pippa que estava ali, implorando por sua ajuda. A garota parecia perdida, o olhar vazio, uma sombra de quem ela costumava ser.

  ──── Não tem mais “a gente”, Pippa. Não sou mais sua parceira. Não quero que me encha de esperança de novo e então destrua isso da forma mais dolorosa possível.

Mais uma vez Amobi sentiu um forte aperto no peito, queria trocar de lugar com a mais nova e tentar aliviar um pouco tudo que ela estava sentindo. Singh estava afundada em algo que a Pippa não sabia como alcançar, e o peso da culpa por ter causado tudo aquilo só aumentava.

  ──── Singh… eu sei que eu errei. E sei que não posso apagar o que fiz. Mas por favor, não desista disso. Não desiste do Sal agora…

A mais nova respirou fundo, quase como se estivesse buscando forças para responder.

𝗡𝗢 𝗕𝗢𝗗𝗬, 𝗡𝗢 𝗖𝗥𝗜𝗠𝗘 : 𝗉𝗂𝗉𝗉𝖺 𝖿𝗂𝗍𝗓-𝖺𝗆𝗈𝖻𝗂 ੭Où les histoires vivent. Découvrez maintenant