Ele não podia ser culpado. Ele não é o culpado.
Aquele ódio se misturou com a saudade e ela soluçou mais e mais. Até perder o fôlego e sentir que não estava mais chorando de dor.
Ela ergueu os olhos inchados e finalmente percebeu onde estava: em frente à escola. A ironia a atingiu como mais um golpe, mas talvez fosse um sinal. Não ia parar de investigar. Mesmo machucada, mesmo sozinha, ela sabia o que precisava fazer. A investigação continuava, custasse o que custasse.
A morena levantou com dificuldade, ignorando a dor que pulsava no joelho e no cotovelo. Cambaleando, ela se aproximou da bicicleta caída sob a árvore, ergueu-a e limpou as folhas presas nos raios com movimentos rápidos e irritados. Não estava pronta para ir embora, não ainda.
Se estava ali, talvez pudesse aproveitar a oportunidade. A lembrança das palavras de seu professor na manhã anterior ecoou em sua mente: "Na verdade, posso te ajudar com o que precisar." Isso deveria valer agora, não?
Passou a manga do casaco pelo rosto, limpando qualquer vestígio de sujeira ou emoção que pudesse denunciá-la. Deixou a bicicleta escorada contra a árvore, ignorando o estado dela, e respirou fundo antes de seguir em direção à escola. Sabia que naquela noite haveria o encontro de ex-alunos, o que significava uma chance de encontrar Ward em sua sala.
Ainda assim, o pensamento de cruzar com outras pessoas a incomodava. O time de futebol americano? Melhor passar longe. As líderes de torcida? Definitivamente não. Formandos? Também não. Na verdade, talvez fosse melhor evitar qualquer aluno que estivesse por lá. Com sorte, conseguiria entrar e sair sem ser notada.
Singh parou diante da porta da sala de literatura, sua respiração ainda irregular do tombo recente. Por um momento, apenas ficou ali, imóvel, com a mão suspensa no ar, hesitando. Não sabia ao certo se Elliot estaria ali, mas uma estranha sensação percorria seu corpo, como um alerta silencioso. Ele havia prometido ajuda, e ela precisava de ajuda. Mas algo parecia errado, mesmo que ela não conseguisse colocar em palavras.
Antes que tomasse coragem para bater, a porta se abriu abruptamente, e o homem surgiu, quase trombando nela. O susto fez a mais nova recuar ligeiramente, o coração já acelerado disparando ainda mais. Estava claramente apressado, mas seu semblante mudou na hora em que viu a garota.
──── Cairo? - chamou, com o tom ameno e carregado de curiosidade. Ele rapidamente notou o estado dela, os joelhos arranhados e sangue de seu cotovelo escorrendo pelo braço e sujando suas mãos. ──── O que aconteceu? Você está bem?
A garota escondeu o braço atrás do corpo, seus pés inquietos
──── Não foi nada… só… só uma queda boba.
Ele inclinou a cabeça, estudando-a por um momento antes de abrir a porta completamente e dar um passo para o lado.
──── Vamos, entra ai. Tenho alguns curativos na minha gaveta.
Cairo hesitou, olhando para o interior da sala. Estava como sempre, papéis sobre a mesa, as carteiras todas nos lugares. Seu lugar, bem no canto ao lado da janela, praticamente intacto.
Ela não tinha certeza se queria estar ali, não queria parecer tão vulnerável. Mas a dor no cotovelo pulsava, e o peso emocional da última discussão com Pippa ainda parecia sufocá-la. Sem mais resistência, deu um passo para dentro.
Elliot fechou a porta com um clique suave, indo até a mesa para pegar um lenço e uma garrafa de água.
──── Senta aqui - apontou para a cadeira dele, atrás da mesa, molhando o lenço e se ajoelhando na frente dela. ──── Não precisa ficar assim, eu disse que te ajudaria e falei sério.
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𝗡𝗢 𝗕𝗢𝗗𝗬, 𝗡𝗢 𝗖𝗥𝗜𝗠𝗘 : 𝗉𝗂𝗉𝗉𝖺 𝖿𝗂𝗍𝗓-𝖺𝗆𝗈𝖻𝗂 ੭
Fanfiction،،̲ ﹕𝐀𝐐𝐔𝐄𝐋𝐄 𝐄𝐌 𝐐𝐔𝐄... 𝅄 ⁀ 𝖯𝗂𝗉𝗉𝖺 𝖥𝗂𝗍𝗓-𝖠𝗆𝗈𝖻𝗂 𝖽𝖾𝖼𝗂𝖽𝖾 𝖾𝗆𝖻𝖺𝗋𝖼𝖺𝗋 𝖾𝗆 𝗎𝗆𝖺 𝗂𝗇𝗏𝖾𝗌𝗍𝗂𝗀𝖺𝖼̧𝖺̃𝗈 𝖾𝗑𝗍𝖾𝗇𝗌𝖺 𝗉𝖺𝗋𝖺 𝖽𝖾𝗌𝗏𝖾𝗇𝖽𝖺𝗋 𝗈 𝗊𝗎𝖾 𝗋𝖾𝖺𝗅�...
͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏𝗍𝗐𝖾𝗇𝗍𝗒-𝖿𝗂𝗏𝖾
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