𝗡𝗢 𝗕𝗢𝗗𝗬, 𝗡𝗢 𝗖𝗥𝗜𝗠𝗘 : 𝗉𝗂𝗉𝗉𝖺 𝖿𝗂𝗍𝗓-𝖺𝗆𝗈𝖻𝗂 ੭

͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏𝗍𝗐𝖾𝗇𝗍𝗒-𝗍𝗁𝗋𝖾𝖾

Os relatos de Emma e Chloe não batem com o relato de Joanna.

──── Ei, sargento - Chamou a morena, lendo o email inteiro antes de voltar a falar. ──── Laura Hands acabou de responder.

Pip deixou o celular de lado, desviando o olhar para a tela do notebook.

──── E o que ela disse?

Singh brincava distraidamente com uma mecha de cabelo enquanto seus olhos se fixavam no notebook à sua frente. Respirou fundo antes de recitar a mensagem recebida, sua voz suave, mas carregada de uma estranha tensão.

──── "Oi, Poppy, fico feliz em ajudar. Lembro de comentarem sobre bebidas sendo batizadas nas festas. Uma amiga minha, Natalie da Silva, achou que isso aconteceu com ela no início de 2019. Disse que só tomou uma bebida e não se lembrava de nada depois. Acho que ainda tenho o número dela, se quiser entrar em contato. Boa sorte com a reportagem! Me avise quando sair, adoraria ler. Abraços, Laura"

Então, desviou o olhar para seus próprios dedos, mexendo-os sem realmente notar o movimento. Ela pensou por um momento, antes de lançar uma pergunta no ar.

──── Não acha estranho Emma e Chloe não saberem de nada?

Amobi, ainda absorvendo a mensagem, não conseguiu evitar olhar para a mais nova, a presença dela, mesmo em silêncio, sempre mexeria com a mais velha. Tentou focar no que estava diante de si.

──── Na verdade... acho sim - Respondeu quase hesitando. ──── Às vezes, pode ser que simplesmente não tenha acontecido com elas, mas... se o que Laura está dizendo for verdade, Nat pode ter sido uma vítima.

──── E acha que isso relevante para o assassinato de Andie? Será que algo aconteceu com Nat quando drogaram ela?

──── Eu não sei... Também não podemos simplesmente perguntar para ela. Não depois dela quase acabar com nós duas sozinha.

──── Não é muito difícil acabar com você - Cairo provocou, um sorriso travesso brincando em seus lábios enquanto olhava Pip pela tela do notebook.

──── Olha quem fala! Sou muito mais alta que você!

──── Mas eu sou mais forte! E eu corro mais. Você é só... a Pippa Fitz-Amobi.

──── E isso não é o suficiente? - Ela não pôde evitar a provocação, mas a resposta de Singh estava mais perto do que ela imaginava.

A mais nova riu, levantando-se da sua posição e se sentando assim como sua parceira. As pernas de Pip ainda estavam de um jeito que prendiam a morena ali.

──── É o suficiente para mim.

O calor das bochechas de Amobi preencheram o quarto em segundos. Tudo parecia mais intenso, mais envolvente, como se a tensão inicial tivesse se dissolvido em algo muito mais profundo. Não era necessário discutir o que aconteceu no hotel, nem o que estava prestes a acontecer.

Foi Pip quem deu o primeiro passo - como fez no hotel. Com as mãos trêmulas, ela se levantou ligeiramente e agarrou a gola da camisa de Cairo, puxando-a para mais perto. A ação foi suave, mas cheia de uma necessidade incontida.

Ao contrário de Amobi, havia uma hesitação nos olhos da mais nova, uma sombra de receio. Não era o medo do que poderia acontecer entre elas, mas o medo do que ela mesma poderia causar. Ao longo de sua vida, assistiu as pessoas que amava se afastando, enquanto Pip, de alguma forma, só parecia querer trazê-la mais para perto. A sensação era boa e Ravi não tinha com o que se preocupar.

Então, sem mais palavras ou qualquer sinal de que não deveria fazer aquilo, Cairo se inclinou, os lábios se encontrando com os dela de maneira suave, mas cheia de uma intensidade que foi como um farol em meio ao silêncio. O beijo foi lento, exploratório, como se ambas estivessem tentando entender o que aquilo significava, mas ao mesmo tempo, era claro que não havia mais volta. Agora pareciam ter o tempo que não tiveram no hotel.