͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏𝗍𝗐𝖾𝗇𝗍𝗒

Start from the beginning
                                        

  ──── Você está ciente de que vamos levar as fotos à polícia se não responder às nossas perguntas sobre Andie? - Disse Pippa, a voz firme enquanto observava a lata de cerveja nas mãos do homem, que claramente não era a primeira da noite.

  ──── Sim, querida. - Howie riu, um som áspero e desdenhoso. ──── Você deixou isso bem claro.

  ──── Ótimo. Minhas perguntas também vão ser bem claras. Quando Andie começou a trabalhar com você e como isso aconteceu?

  ──── Não lembro, no início de 2018, talvez. Foi ela quem me procurou. Queria dinheiro. Eu concordei. Ela me trazia adolescentes, um público que eu não tinha.

Cairo não disse nada, mas Pippa sentiu o corpo da amiga se enrijecer ao seu lado, como se a conversa trouxesse memórias indesejadas. Bowers olhou diretamente para a garota, o sorriso perverso brincando em seus lábios.

  ──── E o que aconteceu depois? — Amobi perguntou, estendendo sua mão até o joelho de Singh, onde suas mão estavam inquietas.

  ──── Estabelecemos algumas regras. Manter o estoque escondido, usar códigos. Dei a ela um celular descartável e a deixei seguir com a vida. - Ele sorriu novamente, o rosto e a barba mal feita formando uma estranha simetria irritante.

Pip olhou para a garota ao seu lado antes de fazer a pergunta seguinte. A tensão entre elas estava presente no ar, com Cairo visivelmente abatida, os ombros curvados e os olhos opacos, como se carregasse o peso do mundo em silêncio.

  ──── Andie tinha um segundo telefone?

  ──── Claro. Não dava para fazer negócios com o celular dos pais. Comprei dois pré-pagos pra ela, em dinheiro. O segundo foi quando o crédito do primeiro acabou, poucos meses antes dela morrer

Pip hesitou antes de continuar.

  ──── Onde ela escondia as drogas? - Perguntou, com cuidado.

  ──── Acho que era no closet. Debaixo de uma tábua solta no piso. Ninguém sabia.

  ──── Então o telefone ainda pode estar lá? - Arriscou Pip.

  ──── Não sei. A menos que estivesse com ela quando…

Howie passou o dedo com força pela garganta. Pip olhou para Cairo antes de fazer a pergunta seguinte. Ela estava com a mandíbula tensa por cerrar os dentes e se concentrava em não tirar os olho

  ──── E quais drogas ela vendia? - Continuou.

  ──── Começou só com maconha. No fim, ela estava vendendo um monte de coisas.

  ──── Ela perguntou quais drogas Andie vendia - Disse Cairo, firmemente. ──── Pode falar.

  ──── É, está bem - Howie pareceu irritado, sentando-se com as costas mais retas e cutucando uma mancha marrom em sua camiseta. ──── Ela vendia maconha, às vezes ecstasy, mefedrona, cetamina. Tinha uns poucos clientes regulares de Flunitrazepam.

  ──── Flunitrazepam? - Repetiu Pip, incapaz de esconder o choque. ──── Quer dizer Boa-noite, Cinderela? Andie estava vendendo Boa-noite, Cinderela nas festas da escola?

  ──── Isso. É que também serve para, tipo, relaxar, não só para o que a maioria das pessoas pensa.

  ──── Você sabe quem estava comprando Flunitrazepam da Andie? - Perguntou a garota.

  ──── Hum, tinha um garoto rico, acho que foi isso que ela disse. Sei lá.

Howie balançou a cabeça.

𝗡𝗢 𝗕𝗢𝗗𝗬, 𝗡𝗢 𝗖𝗥𝗜𝗠𝗘 : 𝗉𝗂𝗉𝗉𝖺 𝖿𝗂𝗍𝗓-𝖺𝗆𝗈𝖻𝗂 ੭Where stories live. Discover now