͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏𝖿𝗂𝗏𝖾

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Ajeitou-se na cadeira, lançando um olhar breve para o corredor tendo certeza de que não havia ninguém por perto, então voltou às perguntas.

  ──── Então Sal era muito inteligente?

  ──── Era, com certeza. O que aconteceu foi uma tragédia… Os dois eram jovens demais e Sal ainda tinha uma brilhante carreira pela frente.

  ──── Lembra de ter dado aula para Sal na segunda-feira após o desaparecimento de Andie?

Ele suspira, olhando para o teto e puxando aquela memória de cinco anos atrás.

  ──── Hum… Acho que sim. É, eu lembro sim, lembro de conversar com ele e de perguntar se estava tudo bem.

  ──── Ele estava agindo de forma estranha?

  ──── Honestamente, Pip, todo mundo estava estranho naquela segunda-feira. Uma das alunas tinha desaparecido e isso estava em todos os jornais. Lembro dele quieto, quieto demais para Sal, mas também estava preocupado.

  ──── Preocupado com Andie?

  ──── Acho que sim.

  ──── E na terça? Quando ele se matou? Viu ele na escola?

  ──── Eu… Não, não o vi. Eu estava doente nesse dia, não vim para escola, apenas deixei Cara e Naomi e depois passei o dia em casa. Fiquei sabendo do que aconteceu quando a escola me ligou a tarde e me disse sobre a história do álibi de Naomi e Sal, disseram que a investigaram na escola.

  ──── Então a última vez que viu Sal foi na segunda-feira? Acha que foi ele quem matou Andie?

Desviando o olhar novamente, suspirando e esfregando a barba rala em seu rosto.

  ──── Bom… Eu diria que não, ele era um garoto tão legal e é impossível dizer que ele mataria alguém. Mas com tantas provas, não tem como ele não ter matado ela. Então… Por pior que pareça, acho que deve ter sido ele. Não há outra explicação, certo?

  ──── Certo… Mas e a Andie? Dava aula para ela?

  ──── Ela estava na turma de literatura com o Sal, então sim, dei aulas para ela naquele ano. Depois ela não quis mais continuar estudando, então não conhecia muito ela.

  ──── Tudo bem, obrigada, senhor Ward - Encerrou a gravação de áudio, levantando da cadeira e colocando a mochila nas costas novamente.  ──── Pode continuar fazendo suas coisas de professor.

Também levantando da cadeira e a colocando de volta no lugar, Elliot assentiu com um sorrisinho de sempre, um sorriso acolhedor.

Pippa se sentia assim com ele e seu padrasto, acolhida. Gostava de pensar que tem três pais, o biológico, o qual nem sequer pode conhecer, Victor, o que mora com ela e faz as piadinhas sem graça no natal e ação de graças, e Elliot, pai de sua melhor amiga que a conhece desde os 4 anos.

  ──── Obrigado por ter me dado essa permissão - Ele respondeu brincando, acenando ao ver ela saindo da sala.

Agora seu objetivo era outro, encontrar a irmãzinha de Sal.

Tem pensado muito nela, mal sabe que Singh também tem pensado muito em Amobi.

Não eram pensamentos distantes, os dois tinham o mesmo ponto central, criando raízes diferentes. Pippa queria ter Cairo do seu lado naquelas investigações, era óbvio como aquilo tinha a ver com aquela palavrinha mágica dita pela morena na última sexta-feira. “A gente trabalha melhor nisso depois” ecoava em sua cabeça, segundos antes de toda a culpa voltar e ver o rosto choroso da mais nova mais uma vez.

𝗡𝗢 𝗕𝗢𝗗𝗬, 𝗡𝗢 𝗖𝗥𝗜𝗠𝗘 : 𝗉𝗂𝗉𝗉𝖺 𝖿𝗂𝗍𝗓-𝖺𝗆𝗈𝖻𝗂 ੭Where stories live. Discover now