𝗡𝗢 𝗕𝗢𝗗𝗬, 𝗡𝗢 𝗖𝗥𝗜𝗠𝗘 : 𝗉𝗂𝗉𝗉𝖺 𝖿𝗂𝗍𝗓-𝖺𝗆𝗈𝖻𝗂 ੭

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  ──── Seus pais não estão em casa? - Deduziu Amobi devido ao silêncio mortal.

  ──── Não - Singh tomou um enorme gole do chá, deixando Pip mais tranquila ao ver que ele não era do tipo barulhento.  ──── E, se eles estivessem, você não estaria aqui. É meio proibido falar do Sal, chateia a minha mãe. Chateia todo mundo na verdade…

  ──── Mal posso imaginar - Sussurrou a morena.

Era nítido como os ombros da Singh mais nova quase tocaram no chão ao ouvir o nome de Sal, os olhos também estavam baixos e mal tocou no café quente em sua frente. Aquela garotinha tagarela sumindo apenas de lembrar do irmão mais velho. Também era difícil para Ravi, claro, mas parecia comandar bem a situação.

Não importava quanto tempo fazia, podiam ser até mesmo 10 anos, Sal ainda era irmão deles.

A mais nova pegou um dos cookies no pote, mordendo um pedaço pequeno enquanto deixava migalhas caindo sobre sua camiseta que era claramente um pijama do homem aranha. Seu pai diria que a mesma come como um passarinho.

  ──── Não é só o fato dele ter feito o que fez consigo mesmo - Ravi continuou falando, tirando a atenção de Pip na irmã mais nova do mesmo.  ──── O problema é… Nem tivemos tempo de ficar chateados de verdade. E se eu dissesse que sinto falta do meu irmão, isso me transformaria em algum tipo de monstro.

  ──── Não acho isso.

  ──── Eu também não, mas nós somos a minoria, então…

Para quebrar o silêncio, Pippa levou o chá até a boca, ignorando a fervura do líquido. Seus olhos encheram-se de lágrimas em segundos, até mesmo sua bochecha tomou uma cor avermelhada.

A morena do outro lado da mesa arqueou as sobrancelhas, o canto dos lábios se contraindo em uma risada.

  ──── Já está chorando? Achei que seria mais durona, Pippa Fitz-Amobi.

  ──── O chá está quente - Murmurou em meio a dor em sua língua.

  ──── Deixe esfriar por alguns segundinhos, ah, desculpa, por alguns segundos.

  ──── Lembrou disso?

  ──── Impossível esquecer uma estranha batendo em minha porta e me ensinando que não existem segundos filhotes - Singh deu de ombros, dando um gole em seu café e fazendo uma careta rápida, logo mordendo mais um pedaço do biscoito com chocolate.  ──── Então, quais são as perguntas?

Antes de responder, olhou para o celular sobre a mesa.

  ──── Posso gravar nossa conversa?

  ──── Parece que sua sexta à noite vai ser divertida - O moreno comentou.

  ──── Vou tomar isso como um ‘sim’.

Depois de posicionar o celular, sem iniciar a gravação de áudio, Pip tira algumas folhas de dentro da mochila, ajeitando-as sobre a madeira.

  ──── E o que é isso? - Ravi perguntou, apontando para o papel.

  ──── As perguntas que preparei - Respondeu como a coisa mais óbvia do universo, arrancando algumas risadas da morena.

  ──── Está levando isso muito a sério - Comentou o garoto.

Cairo abriu mais um sorrisinho, apoiando o cotovelo sobre a mesa e o seu rosto sobre sua mão.

  ──── Quase uma detetive profissional, exceto por ter queimado a língua, a gente trabalha melhor nisso depois.

Por um segundo, o estômago de Pippa revirou na simples palavra ‘a gente’, precisou se segurar para não sorrir sem motivo nenhum. As bochechas coraram de uma forma boa, nenhum dos dois protestou o vermelho repentino em seu rosto, só pareciam esperar pelo que viria pela frente.

  ──── Legal, agora minha irmã também vai fazer parte disso, incrível! - Disse o mais velho, sem nenhuma empolgação, mesmo no fundo sentindo um pouco de esperança naquilo, independente do quão incomodado ficou da primeira vez.  ──── Eu deveria estar nervoso?

As duas trocaram olhares rápidos, Singh somente dando de ombros e deixando a resposta nas mãos de Amobi, a qual logo respondeu:

  ──── Ainda não.

⟡    ֺ   𓂂  notes  !  ˚

OO1 :  Comparado ao que escrevo normalmente, está pequeno, maaas, é só um aquecimento para o próximo que vai estar enorme! O que acharam??

OO2 :  Votem e comentem para me ajudar, vejo vocês no próximo capítulo.