Capítulo 28

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Oliver

Vivo dizendo a Gianne que ela está brincando com fogo.

A verdade?

Sou eu quem estou jogando um jogo extremamente perigoso.

Percebi isso na noite anterior com nossa brincadeira.

Ela realmente não se lembra de ter ficado bêbada no aniversário da tia Vic. Não lembra de ter me encurralado no corredor de madrugada. De ter lambido meu pescoço, e sendo a boa atrevida que é, tentado descer a mão pela frente da minha calça de moletom.

Não se recorda que mesmo relutante, permiti que me puxasse para dentro do seu quarto e me jogasse na cama, me beijasse.

Isso só aconteceu porque eu também tinha bebido e estava tão cansado de resistir que deixei as coisas fluírem com ela sentada na minha coxa, seu vestido embolado, dando uma plena visão da sua calcinha vermelha.

Mas quando percebi o que ia fazer, se abaixar e me tocar do jeito que eu mais queria, o quanto as coisas estavam saindo do controle, porque no fim das contas ela estava muito alterada, me afastei.

Me afastei e me tranquei no quarto de hóspedes que eu dormiria.

No dia seguinte, pensei que apenas faria uma piada sobre eu ter recuado. Mas Gianne me olhou como sempre, brincou, contudo, não tocou no assunto.

Ontem percebi que esse dia ficou perdido na sua memória cheia de álcool. E por falar em álcool, não devia ter bebido tanto. A dor de cabeça com a qual acordei agora a pouco, concorda comigo.

Observo o analgésico fervilhando no fundo do copo com água. Viro de uma vez, com os pensamentos voltados para nossa brincadeira de ontem.

Bom, uma hora ou outra sei que descobrirá o que de fato é verdade, o que é mentira.

Mas... de todas as afirmações, apenas uma ainda me perturba.

Não acredito que ficou chateada com a história do café. Dito isso, teria... transado com Alex?

Pensar nisso faz meu estômago embrulhar, por mais provável que seja.

Merda.

Odeio não ter respostas para minhas perguntas.

- Bom dia! - Me assusto ao vê-la entrar na cozinha bocejando, extremamente sonolenta.

- Bom dia. Acordou cedo. - Estudo seu pijama de short e camiseta.

- Acordar é uma palavra muito forte. - Cruzo os braços observando Gianne abrir a geladeira e se abaixar para ver o que temos. - Vai ficar aí parada olhando pra minha bunda? - Questiona antes de tirar a jarra de suco.

Merda.

Com quem ela anda aprendendo essas coisas?

Desvio minha atenção para a água do café fervendo e me afasto.

- A culpa é...

- Não faço de propósito. - Paro de virar a água no coador de papel.

- O que você não faz de propósito?  - Olho por cima do ombro.

Minha Perdição Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora