Capítulo 8

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Gianne

Idiota!

Devíamos ter ido direto para casa depois do jantar.

Mas não, eu precisava querer sair, beber e dançar.

Eu precisava ver aquela oferecida dando em cima dele descaradamente e ter perdido o controle da situação querendo voar na garganta dela.

Nos meti nessa confusão.

Como se já não tivesse tido drama demais com a família do oficial essa noite. Como se já não tivesse me sentido desconfortável o suficiente ao envolver outras pessoas no nosso teatro particular.

Foi no momento que me pediu com toda honestidade para me comportar porque eles eram importantes para ele, que entendi o quanto nossa farsa estava indo longe demais.

Uma coisa é mentir e atuar perante algumas das pessoas com quem convivo, que fazem isso o tempo todo, vivem uma vida de mentira, postando uma realidade que não condiz com a delas.

Outra totalmente diferente é fazer isso para uma família de verdade, sabendo que só querem o bem estar do único sobrinho que têm.

Seus tios terem sido extremamente simpáticos e educados me ajudou a relaxar um pouco, e posso dizer com certeza que não tem nada a ver com o fato de estarem acostumados a lidar com todo tipo de pessoas em seu restaurante cinco estrelas deles.

Dona Ottavia e o senhor Carlo apenas são o que são, e estar na presença do casal italiano fez eu me sentir um pouco em casa. Não que meu lar algum dia tivesse tido tanto calor humano.

Só não consigo definir a reação dos seus primos à minha presença. É como se estivessem dispostos a irritar Oliver de todas as formas possíveis.

Preciso...

Desvio meus pensamentos assim que ele abre o portão de ferro da entrada pelo controle, cumprimentando o único segurança da guarita.

- Por que demos tantas voltas antes de entrar no condomínio? - Pergunto ao descer do carro olhando mais adiante para a construção de dois andares.

- Obviamente, por questões de segurança. Precisava me certificar que não estávamos mais sendo seguidos.

Observo ao nosso redor.

- Até que é bem bonitinha sua casa. - Minimizo ao ser convidada a entrar. Não gosto que as pessoas saibam exatamente como penso ou reajo a certas coisas que me deixam maravilhada.

- Obrigado.

Sou apresentada a todos os cômodos da casa. Ela se mostra ainda mais linda por dentro. Pena minha cabeça estar tão agitada para mal prestar atenção em tudo de forma mais detalhada.

- Fique à vontade. - Oliver abre passagem ao escancarar a porta de um dos quartos do segundo andar.

- Seu? - Pergunto curiosa.

- Não. O meu fica do outro lado. Última porta do corredor. - Informa com os olhos atentos à mim.

- Pensei que me colocaria ao seu lado. - Testo seu temperamento. - Por... questões de segurança, sabe?

- Estará bem segura aqui. - Ele não cai na provocação.

Sua fisionomia está ainda mais séria com o que acabou de acontecer. Culpa corrói meus ossos, fazendo eu me sentir bem mais culpada por não ter dado ouvidos e aceitado ir direto pra casa.

- Não se preocupe. A casa tem câmeras do lado de fora, monitoradas 24h, alarmes e trancas eletrônicas, e as janelas são de vidro laminado. - Arqueio uma sobrancelha.

Minha Perdição Where stories live. Discover now