Capítulo 23

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Plumas de poeira subiam sob os cascos trovejantes. As orelhas do cavalo estavam achatadas para trás, as narinas dilatadas. Ele estava bufando e quase ao ponto de ofegar, o suor brilhando onde se acumulava em sua parte dianteira. O cavaleiro estava encolhido sobre a cernelha do cavalo, empurrando o animal com força.

Quando Ben Lockwood recebeu o telegrama do xerife Stanley, ele deixou seu pai, seus irmãos e os tropeiros para trás em Webb City, onde haviam feito um desvio para comprar cavalos de corrida. Um cavaleiro solitário em um caminho mais curto, ainda levaria um pouco mais de quatro semanas para chegar a Conrad, em vez de outras seis semanas. Lockwood não sabia quem era esse filho da puta que havia tomado sua mulher, mas quando voltasse para Conrad, o homem seria um filho da puta morto.

* * *

Lena estava no sexto mês de gravidez e não poderia estar mais feliz. Ela passou a sentir como se a criança que carregava pertencesse a ela e a Kalel. Seus enjoos matinais diminuíram apenas em raras ocasiões, mas ela apresentava outros sintomas igualmente irritantes. Ela estava feliz por ter o cônjuge compreensivo que tinha e por não ter que sofrer mais abusos e humilhações nas mãos de Ben Lockwood.

Certa noite, sentada na varanda, compartilhando um momento de silêncio, Lena gentilmente pegou a mão de Kalel e apertou-a na sua. Kalel sorriu enquanto olhava para o cercado vazio. Lena descansava distraidamente a xícara de chá na barriga distendida e tomava um gole ocasional e satisfeito. "Eu te amo, Kalel," ela murmurou.

"Eu também te amo. Muito mesmo."

Lena acreditava nisso e estava confiante de que Kalel nunca tinha estado apaixonada antes, pelo menos não nada parecido com a intimidade que compartilhavam. "Sabe, Kalel, você faz meu coração inchar quase tanto quanto minha barriga."

"Eu faço agora?"

A voz de Kalel era baixa, sexy, e os expressivos olhos azuis brilhando ao luar fizeram a pele de Lena queimar. Foi incrível a rapidez com que seu esposo conseguiu levá-la ao frenesi. "Sim." Ela tentou não parecer tão sem fôlego quanto se sentia. "Você me salvou."

"É justo, meu amor. Você me salvou também." Kalel levou a mão de Lena aos lábios e beijou seus dedos. "De mais maneiras do que você imagina."

Kalel disse isso mais de uma vez, fornecendo apenas breves detalhes do que ela queria dizer, mas disse o suficiente para que Lena soubesse que compartilhar suas vidas era mutuamente gratificante. Lena corou quando o fogo atingiu sua cintura. Embora o ato sexual fosse frequente e satisfatório, ela nunca conseguia entender o quanto sempre desejava Kalel.

Limpando a garganta, Lena tentou se concentrar em lembrar o que havia começado a dizer. "Se você não tivesse aparecido naquele momento, eu  realmente acho que estaria condenada a ficar à mercê dos Lockwood."

"Mas você disse que nunca se renderia a eles."

"Eu sei o que eu disse. Mas estou grávida de uma criança Lockwood. Não demoraria muito para que toda a cidade soubesse disso, e isso teria alterado severamente minhas opções. Você aparecer e se casar comigo mudou tudo. E sou infinitamente grata por isso, por você estar em minha vida. Você me mostrou um amor inquestionável, Kalel. Sinto que o que temos juntas não tem limites. Estou eternamente em dívida com o Senhor acima de que é você e não Ben quem está aqui para mim quando fico um pouco irritada, quando o bebê me faz dizer e fazer coisas que não quero. Ben só teria piorado minha vida se ele e eu tivéssemos casado, Deus me livre." Lena balançou a cabeça em desespero. "Eu simplesmente não consigo pensar nisso." Ela suspirou. "Você me deu escolhas. Você me devolveu minha vida. Não consigo nem imaginar estar com outra pessoa. Você é uma... um marido maravilhoso, Kalel."

KARLENA - Candy Couldn't Be So SweetOnde as histórias ganham vida. Descobre agora