Capítulo 18

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Quando finalmente chegou ao Wilburs, Kalel relaxou, pois  realmente gostava da atmosfera de tolice e atrevimento despretensioso do bar. Ela estava feliz por ter sido aceita no público, em sua maior parte, tida em alta estima, embora silenciosa, por enfrentar o xerife Stanley e se tornar conhecida por sua generosidade.

Havia uma razão para sua gorjeta generosa. Os bartenders sempre tiveram o controle da vida que circulava em seu feudo. Kalel aprendeu rapidamente que Winn era o cara mais procurado na cidade tanto para obter informações quanto para fechar negócios. Quanto mais benevolente ela fosse com o afável barman, maior seria a probabilidade de ele se sentir obrigado a ajudá-la. E ele  realmente gostava dela, então isso também contava. Ela também sabia que ele teria que confiar nela implicitamente se quisesse ajudá-la em qualquer coisa que desafiasse os Lockwood. Ela sorriu para si mesma. Sim. Um exército, uma pessoa de cada vez.

Kalel empurrou com confiança as meias portas com dobradiças e examinou o salão em busca de rostos familiares, amigáveis e hostis, e indivíduos desconhecidos que pudessem estar tramando algo ruim. Ela não sabia quem era propriedade dos Lockwoods e quem não era, então ela tinha que depender de Winn e de seu próprio sexto sentido para lhe dizer quando alguém poderia estar tentando causar seus problemas. Ela esperava que problemas viessem procurá-la e não queria ser pega de surpresa.

Indo até o bar, onde um sorridente Winn Scott já tinha uma caneca cheia de cerveja esperando por ela, Kalel notou uma mesa de nativos americanos no canto perto da escada. Ela não tinha certeza se isso era incomum, mas ninguém parecia estar prestando mais atenção aos quatro homens vestidos com camisas que pareciam ser feitas de pele de veado, leggings debruadas com o que ela esperava que fosse crina de cavalo e calças de couro cru na altura dos joelhos e mocassins com sola. Três dos índios usavam cabelos longos e negros presos para trás, longe do rosto, enquanto um, que parecia ser consideravelmente mais jovem que os outros, deixava sua cabeleira escura fluir livremente. Todos observavam Kalel com mais interesse do que ameaça, e isso a intrigou. Eles também achavam que ela compartilhava algum tipo de herança com eles?

Kalel colocou alguns dólares no bar. "Winn, uma bebida para todos. Irei me casar." Uma súbita quietude envolveu o salão. Ela se perguntou se era por causa de suas núpcias iminentes ou da bebida de graça.

"Casar? Você e Lena?" O silêncio parecia equilibrar-se com a resposta de Kalel.

"Sim, senhor, e me considero um homem de sorte." Kalel se virou para encarar os outros clientes. "Alguém tem algum problema com isso?" Seu tom não era tão desafiador quanto de esclarecimento sobre quem estava bem com a notícia e quem não estava. Kalel queria saber contra quem ela estava lutando e queria memorizar os rostos dos homens que não pareciam concordar com sua união.

"Kalel" falou Bartholomew Allen, quebrando o silêncio ofegante , "contanto que você mantenha o suco de inseto sendo distribuindo as suas custas, você pode se casar com Winn, se quiser."

O riso encheu a sala, mas não de Winn, que não tinha certeza se deveria rir ou não.

"Confie em mim quando digo isso, Barry. Winn simplesmente não faz meu tipo." Isso foi seguido por outra rodada de risadinhas, desta vez com Winn se juntando. Enquanto Kalel estudava cuidadosamente cada homem, ela não viu ninguém que parecesse se opor, mesmo pela expressão. Assentindo triunfantemente, ela se virou para Winn. Em voz baixa, ela perguntou: "O que você tem para mim?"

Inclinando-se, o barman inclinou a cabeça em direção à mesa que já havia chamado a atenção de Kalel. "Não sei como você se sente ao lidar com índios..."

"Não tenho problemas em lidar com ninguém, desde que não me passem a perna."

"Esses meninos não farão isso. Já lidei com eles antes. Os índios são fabulosos. Eles agem no momento se acham que algo os beneficia. E estes rapazes não querem problemas com os brancos, se puderem evitar. Trate-os com justiça e eles respeitarão você. Engane-os e eles se vingarão de uma forma ou de outra. Eles podem estar em paz agora, mas não acho que seria necessário apenas o peso de uma pluma para transformá-los novamente em selvagens."

KARLENA - Candy Couldn't Be So SweetWhere stories live. Discover now