Capítulo 4

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Kalel parecia fascinada por tudo o que via na cabana, embora Lena pensasse que não era nem melhor nem pior do que as casas que a estranha devia conhecer. Lena já não notava a escuridão que resultava da escuridão das paredes de madeira, do piso de madeira e das pequenas janelas com cortinas feitas à mão fechadas sobre elas. Era uma casa limpa e organizada, que deveria exalar calor, mas havia um toque de tristeza que a impregnava. Lena também estava acostumada com isso.

"Sente-se aí e tire a camisa." Lena apontou para uma cadeira de madeira dura ao lado da mesa da cozinha. Ocupada bombeando água em uma tigela, ela estava apenas parcialmente prestando atenção em Kalel.

Enquanto ela se sentava, Kalel começou a desabotoar a camisa. "Mal nos conhecemos." Ela riu suavemente.

"Perdão?" A atenção de Lena estava focada em puxar um pequeno pote de vidro de uma prateleira em uma antessala que abrigava uma banheira de ferro com pés em forma de garra. Ela voltou para a cozinha carregando seus suprimentos medicinais.

"Nada." Kalel removeu cuidadosamente a blusa jeans, sentindo claramente a tensão em seus músculos e ossos tensos. Ela olhou para o invólucro e viu que o sangue havia sido absorvido pelo material e espalhado pela maior parte do peito. "Ah, Cristo." Ela suspirou de aborrecimento.

"Eu apreciaria se, enquanto você estiver nesta casa, você não usasse o nome do Senhor..." Lena parou ao ver Kalel coberta apenas com o invólucro ensanguentado da cintura para cima. Não foi o estado da ferida que a deixou sem palavras, era a condição do corpo nu. "Em vão."

"Desculpe." Kalel estremeceu quando esticou o braço e tentou puxar a torção do músculo do ombro.

Lena ficou um pouco surpresa com o corpo de Kalel quando se levantou para acompanhá-la de volta à cabana. Só isso já tornaria um pouco mais fácil convencer as pessoas da cidade de que ela era um homem, já que Lena nunca tinha visto uma mulher tão mais forte do que ela. Ela também notou a absoluta confiança com que Kalel se comportava, outra característica que ela só tinha testemunhado nos homens. Havia uma aura muito poderosa que cercava essa mulher, e isso deixou Lena um pouco nervosa. De repente, não parecia tão absurdo que o recém-chegado pudesse ser alguém com autoridade, como um xerife.

Agora Lena podia ver a verdadeira força física desta mulher estranha, não apenas sentir seu poder. Ela também tinha músculos de homem, embora não exatamente. Eles eram visivelmente definidos à medida que se moviam sob a pele bronzeada, mas não eram ásperos ou muito volumosos. Ela também tinha ombros fortes. Os olhos de Lena viajaram até a pele nua abaixo do tecido ensanguentado. E um torso também musculoso, sem um centímetro de excesso de gordura em lugar nenhum.

Forçando seus olhos de volta à tarefa de cuidar do ferimento, Lena ficou envergonhada e confusa por estar praticamente boquiaberta. Por outra mulher. De uma forma muito pouco feminina.

Reunindo uma gaze, um pote de conserva parcialmente cheio com um líquido leve, uma tigela de água e um pano seco, Lena evitou propositalmente olhar para sua convidada. Algo na mulher a deixou tremendo por dentro. O que há de tão enervante nesse Kalel Danvers? Colocando sua parafernália sobre a mesa, ela encontrou sua voz. "Vamos ter que tirar isso."

Kalel olhou para baixo. "Isso?"

"Sim. Preciso estancar o sangramento e limpar aquela ferida. Você não quer que ele inflame."

Atenta ao aparente desconforto de Lena, Kalel disse: "Escute, se você se sentir desconfortável com isso, eu posso fazer isso."

De repente indignada, Lena balançou a cabeça. "Não, eu farei isso." Ela colocou o pano na água, abriu o frasco e colocou a gaze dentro para absorver um pouco do líquido. "Isso não dói?" ela perguntou enquanto Kalel começava a desembrulhar seu torso.

KARLENA - Candy Couldn't Be So SweetWhere stories live. Discover now