Capítulo Trinta e Seis

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Notas Iniciais

VOLTEI!

O que acham de um momento descontraído em meio ao caos?

Acho que com três adolescentes é impossível não ter momentos de pura diversão, não é mesmo?

Vamos lá, então.











25 de Dezembro


— Mamãe?

Felicity se virou, encontrando suas três filhas.

— O vovô veio ver a senhora.

— Eu escutei.

As meninas a viram voltar a posição de antes, se encolhendo entre as cobertas.

— É o primeiro natal que passo longe dos irmãos de vocês. Isso está acabando comigo.

April foi a primeira a se aproximar, e então Sophie e Amily, juntas.

— Nós estendemos você, mamãe, mas precisa sair dessa cama. Tomar um sol, comer melhor... ver a nossa família. Estão todos preocupados.

— Vai ficar doente assim. – Sophie diz após April. – Mal tem tocado na comida.

— Eu sinto muito preocupar tanto vocês.

A voz embargada de Felicity quebrou o coração das meninas.

— É tão difícil respirar sem seus irmãos aqui. E em um momento como esse. Não mandaram nenhuma notícia depois... daquelas fotos. Eles devem estar tão assustados.

— É isso que eles querem, mãe, te quebrar por dentro. – Amily diz. – Não deixe essas pessoas vencerem.

Felicity respirou fundo e se sentou de novo.

— Eu queria ser mais forte, mas eu não sou.

— Você... é a pessoa mais forte que eu conheço... mãe.

Os olhos de Felicity lacrimejaram, as lágrimas começaram a descer e ela então puxou Sophie para um abraço. Era a primeira vez que ela a chamava de mãe. Nunca tinha acontecido antes. Mesmo depois da adoção. Esperou muito por isso, pacientemente. Sabia que ela precisava de mais tempo. Até pouco tempo ela era apenas uma garota perdida, sem pais e sofrendo por ter de viver se escondendo. E era por ela se sentir parte da família que se sentia feliz. Era por ela vê-la como mãe, mesmo sendo primas, que se sentia tão emocionada.

Fitou as gêmeas e as chamou para o abraço também. Não sabia o que seria dela em um momento tão sofrido sem suas filhas e seu marido. Eles estavam ao lado dela tentando reerguê-la o tempo todo. Os amigos também. Nunca estava sozinha. Mesmo tão angustiada, e querendo sim não ver ninguém, ter cada um deles ao seu lado era especial. Na verdade, não queria mesmo estar sozinha, só que estava sofrendo demais sem seus filhos pequenos ao seu lado por tantos dias. Sentia que estava entrando em um mundo sofrido de novo. Como da outra vez. Mas de forma diferente. Como quando perdeu sua mãe. Talvez fosse exatamente assim. Ainda que soubesse que seus pequenos estavam vivos. Vivos, mas sei lá o que estavam passando nas mãos de Iris e Eddie.

Carpe DiemWhere stories live. Discover now