Carpe Diem

Capítulo Trinta e Um

Notas Iniciais

Mais um capítulo fresquinho de Carpe Diem para as minhas estrelinhas.

Eu espero que gostem.

10 de Novembro

Felicity queria muito dizer que estava escutando o que o amado dizia, mas seria mentiria; ela deveria abrir a boca e pedir para que conversassem depois, mas não conseguiu; o sono que sentia era mais forte que a vontade de dizer: meu amor, não consigo te entender agora, podemos voltar a esse assunto outra hora? Ela nem mesmo sabia — pelo menos não mais — sobre qual assunto era. No começo, falavam sobre as gêmeas estarem sempre implicando com ele, principalmente porque adoravam vê-lo emburrado ou constrangido — em especial o segundo —, mas depois, ele passou a falar e falar — algo que normalmente era ela quem o fazia — e de repente, ela já não o escutava.

O sono que sentia era irritante. Já vinha sentindo isso há alguns dias. O trabalho na empresa vinha sendo desgastante; e ela tinha certeza de que parte esse era o problema. Adorava ir trabalhar, estando ao lado do marido, melhor ainda, mas de uns dias para cá, ela não vinha desempenhando muito bem, mesmo que ninguém tenha dito algo a ela. Não era necessário que dissessem. Oliver havia a pegado dormir duas vezes durante o trabalho, assim como a secretária dele e sua assistente — que havia sido contratada recentemente, principalmente por estar tendo problemas no setor de IT.

"Muito obrigado por me escutar, meu amor"

Aquelas palavras a despertaram, não que de imediato, mas a fizeram abrir os olhos devagar, principalmente ao sentir a mão um tanto fria dele em sua coxa desnuda. Suspirou longamente, puxando a almofada afim de deitar melhor a cabeça nela.

— Perdão, meu amor.

— Hum.

O viu recolher alguns documentos de cima da mesa de centro.

— Importante?

— Para mim, mas pelo jeito não para você.

— Está sensível.

— Estávamos conversando e você dormiu. Dormiu. De novo.

Felicity mordeu o lábio ao perceber que o amado realmente havia ficado chateado.

— Estou tão entediante assim?

— Claro que não! – O abraçou por trás, tocando seu peito com ambas as mãos. – Estou exausta. Exausta, querido. Estão me enlouquecendo na empresa e parece que eles não sabem fazer nada sem mim lá. É incrível como andam fazendo idiotice a cada segundo, e quando não estou, me ligam de dez em dez minutos. – Reclamou, apoiando o queixo em um dos ombros. – É irritante.

— Por que não me contou sobre isso?

— Não queria estressá-lo. Já basta eu.

E no instante em que a viu fazer um biquinho, segurou uma risada, deixando ir embora seu mal humor, e apenas porque aquela cena havia sido divertida para ele.