Capítulo 43

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Roma, maio de 2023

— Quer ir direto pro hotel? — João me perguntou enquanto pegava nossas malas na esteira do aeroporto

Estávamos na Itália, 3 meses antes de eu realmente me mudar para cá.

Foi ideia de João vir para cá. Ele disse que precisávamos ver um lugar para morar.

Por mim teríamos feito isso pela internet, mas ele insistiu.

Acho que parte de sua intenção era só viajar, afinal, por algum motivo "curioso" não haviam voos direto para Milão, e ele precisou comprar uma passagem para Roma, onde planejou passar três dias antes de ir realmente para minha cidade de destino.

— Vamos só dar uma passadinha no hotel para deixarmos as malas — eu respondi sua pergunta  — Aí, depois podemos passear... Pode ser?

Era sábado e não valia nem a pena tentar procurar apartamentos pela internet, nem falar com os proprietários dos imóveis que eu tinha contatado para marcar uma visita durante essa semana.

— Claro, fica ótimo para mim

Assim que pegamos as malas, saímos dali a caminho do hotel antes de começar nossos passeios.

...

Eu gostava de andar pelos lugares que eu passava quando morava aqui — agora com o João.

Fazia eu me sentir pertencente de algo.

Por onde passávamos, até aqueles lugares que eu já conhecia pareciam diferentes. Tinham ganhado mais cor.

Acho que é isso que estar apaixonada faz comigo.

Mesmo depois de um ano e meio juntos, eu e João ainda parecíamos estar no nosso primeiro mês. Claro que o relacionamento tinha seus problemas de vez em quando, mas eu sempre ficava toda boba só de olhar para ele, igual a esses casais que ainda estão se conhecendo.

Jão andava pela rua com sua mão presa a minha, como se eu fosse seu bem mais precioso. Eu apoiava minha cabeça em seu ombro de vez em quando.

Igual em filmes. Como eu sempre sonhei.

Eu via algumas pessoas olhando. Filhas falando para mães que queriam algo assim, idosos lembrando de seu tempo jovens.

Apesar de ser primavera, fazia calor ali e o sol parecia queimar a cidade de tão quente, o que não facilitou minha vida, uma vez que eu estava de calça jeans e bota.

Eu buscava desesperadamente por uma fuga daquele calor que vinha do sol, quando vi uma cabine de fotos ali no meio da rua.

Fiz questão que parássemos ali e tirássemos alguma foto para guardar aquele momento. Essas coisas bem bregas — que eu amo.

Ele topou na hora.

Pegamos uma curta fila e entramos.
Ele colocou seu braço em volta de minha cintura e, em 5 segundos, combinamos que a primeira pose seria um sorriso, depois um beijinho e por último alguma careta.

Foram os 15 segundos mais divertidos da minha vida em algum tempo.

Enquanto esperávamos nossa foto ser impressa, uma menina novinha tocou em meu ombro.

Ela perguntou se eu falava inglês e eu respondi que sim.

A garota pediu que eu ligasse meu AirDrop — que permitia a passagem de fotos por bluetooth— para que me mandasse uma foto que tinha tirado.

Eu fiquei com medo de ser algum tipo de golpe, mas ela era tão gentil que eu acabei por aceitar.

Quando a foto chegou, eu abri um sorriso tão grande.

Agradeci a garota e virei o celular para João.

Éramos ele e eu dentro da cabine.
Só dava para ver minhas pernas encostadas nas dele e sua mão em volta de meu corpo.

Apesar de a imagem não pegar nossos rostos — cobertos pela cortina da cabine —, ela captou bem nossa essência. Era linda.

Não sei o que fez aquela menina parar para tirar aquela foto.
Talvez fosse só o "charme" que Jão diz que temos ou só uma coincidência, mas pouco importava no fim, porque quando eu estava com ele nenhuma pessoa, nem nenhuma ação importava.

Voltamos a andar com as mãos dadas e paramos apenas em frente ao Coliseu.

Apreciamos a vista daquele lugar histórico, pelo qual milhões de pessoas haviam passado.

Por séculos, milhões de amigos, casais apaixonados, familiares, amantes desafortunados e até pessoas solitárias passaram por ali. Tudo aquilo me deixava sentimental.

Eu tinha a sorte de ver aquele lugar ao lado do amor de minha vida.

Virei-me para ele, que encarava a grandiosidade daquela arquitetura.
Quando ele percebeu meu olhar, com o canto de sua visão, virou seu rosto, fixando seus olhos nos meus.

— Eu te amo muito — eu falei e beijei-o

— Eu também te amo — ele respondeu assim que nos separamos e ficou em silêncio em seguida — Mas eu ainda acho estranho...

— O quê? — perguntei curiosa

— Sei lá. Acho que é destino a gente ter se reencontrado

— Acho que esse destino de que você tá falando tem nome e sobrenome: Catarina Romania —
nós rimos — Tô brincando... Eu também acho que foi. Quando eu contei sobre você ter me contratado, a Gianna disse que foi um alinhamento de astros

— E que alinhamento! Deve ser desses raríssimos

— Alinhamento milenar... — eu disse — Você não acha?

— Tem como não achar? — ele passou seu braço em volta de meu pescoço e me puxou para perto em um abraço.

E foi naquele abraço que eu quis permanecer para sempre. Para o resto do mês, do ano, da década, daquela vida e de todas as outras.



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———nota:oi amores,eu vi que vocês tavam pedindo por continuação, e eu juro que estou tentando escrever em meio ao caos que tá minha vida (resolvendo 1 trilhão de coisas acumuladas, porque eu sou uma procrastinadora nata) não to dando tanta contaes...

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nota:
oi amores,
eu vi que vocês tavam pedindo por continuação, e eu juro que estou tentando escrever em meio ao caos que tá minha vida (resolvendo 1 trilhão de coisas acumuladas, porque eu sou uma procrastinadora nata)
não to dando tanta conta
esse capítulo eu tinha escrito a maior parte, então consegui postar hoje, mas não sei quando vou conseguir publicar a próxima
vou tentar ser o mais rápida possível, mas caso não dê, eu espero que vocês entendam!! :)

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