Capítulo 32

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CECÍLIA

Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2022

Acordei mais um dia em um quarto de hotel entrelaçada nos braços de Jão.
Ele ainda dormia sereno, de uma forma que não tinha como não passar um tempão observando. Fiquei ali só olhando, até ele começar a se mexer.

— Bom dia, meu amor — ele disse com os olhos entreabertos

— Bom dia, amor da minha vida! — eu respondi abraçando-o — Feliz um ano de namoro

— Feliz um ano! — ele me puxou para si e selou
nossos lábios em um bejo delicado

Ficamos ali enrolando na cama até ouvirmos seu telefone tocar

— Você não vai atender? — perguntei

— Queria poder só ignorar — ele disse, mas em seguida pegou seu telefone e eu pude ver o nome de Renan no visor. Ele clicou em atender e colocou a chamada no viva-voz — Oi, Renan!

— Jão, eu sei que você deve estar no hotel ainda, mas a gente teve um problema com o som aqui e precisamos muito que você venha para ajudar a gente a resolver isso

— Como assim?

— Deu algum pane no equipamento e ele desconfigurou. Você vai precisar vir aqui para refazer a passagem de som

— Caraca... Me dá só um minutinho — ele disse e mutou a ligação — Você acha que tem problema se eu passar a manhã fora?

— Não, claro que não! Vai lá

— Beleza, me desculpa, meu amor! Eu vou compensar — ele se levantou e começou a se vestir

— Fica tranquilo — eu respondi ainda deitada

Ele voltou para ligação e falou um pouco mais com Renan enquanto se vestia.

Poucos minutos depois, ele veio até a cama, me abraçou e deu um beijo em minha testa.

— Eu volto já! — foi o que ele disse antes de deixar o quarto

Eu não fiquei triste, nem decepcionada. Era só um probleminha, fazia parte. Já já ele estaria de volta e poderíamos comemorar nossa data.

...

Já eram seis da tarde e nada de Jão.

Eu esperei por ele naquele quarto nas primeiras horas. Até receber uma mensagem sua dizendo que haviam mais alguns problemas e que ele precisaria ficar mais lá.
Sem problemas, eu conhecia alguns lugares aqui no Rio e adorava minha própria companhia.

No meio da tarde recebi outra mensagem sua dizendo que viria em breve, mas quando ele demorou ainda mais para aparecer, peguei minha bolsa e fui para um café na rua ler um pouco e distrair a cabeça.

Muitos minutos depois, decidi dar uma volta pela praia. Caminhei e observei o sol se pôr.

Não foi um dia ruim. Só senti falta dele.

Depois de escurecer, recolhi minhas coisas e fui para o quarto de hotel tomar um banho.

O quarto estava vazio, o que não era surpresa.

Entrei no banheiro e liguei o chuveiro. Tomei um banho longo e quente. Foi relaxante.

Me enrolei em uma toalha e deixei o banheiro. Eu estava indo em direção à minha mala pegar uma roupa, mas percebi um pedaço de papel na cama que não estava ali quando eu entrei no quarto.

Peguei ele e vi que tinha algo escrito.

"Para Cecília, com amor"

Virei o cartão para ver se havia algo escrito em seu verso e encontrei mais palavras

"No sal dessa praia me encontra e me beija.
- J."

Sem perceber, eu abri um sorriso.
Era um convite? O que ele queria dizer?

Coloquei um vestido soltinho e claro, penteei meu cabelo e saí do quarto com rasteirinhas no pé.

Não levei nada comigo. Só chamei o elevador e fui para a praia que havia na frente do hotel.

Assim que cheguei ali, avistei João sozinho com uma canga estendida no chão. Tinham algumas frutas com ele.

— É agora que a gente se esconde no escuro? — eu perguntei quando me aproximei o que fez com que ele se virasse para mim

— Na verdade acho que falta a parte do beijo

Ele se levantou, passou a mão por minha cintura e me puxou para um beijo. Era calmo e feliz.

— Fiz um piquenique pequenininho pra gente. Me desculpa por não ter aparecido hoje. Foi puro caos. Mas eu queria recompensar e...

— Tá desculpado — eu sorri — Tem como ter algo mais romântico que isso? Literalmente um piquenique na praia de noite

— Eu tentei — ele sorriu de lado

Comemos algumas frutas e ficamos ali namoricando

— Duvido você entrar no mar — ele disse no meio de algum assunto

— Eu também duvido — eu respondi e ele riu

— Se eu for você vai?

— Nesse breu? Nem pensar!

— Ah, vamos lá, Cecí — ele se levantou, tirou sua camisa e estendeu sua mão para mim

Acabei sendo convencida. Levantei e corri para a água junto com ele de vestido mesmo.

Assim que eu pisei nela, me arrependi de minha escolha. O frio me atingiu e eu fiz várias caretas. Ele riu de mim.
Em seguida, me puxou para si e me abraçou com força.

— Eu te amo, Cecília. Muito mais do que amei ontem e muito menos do que vou amar amanhã.

— Eu também amo, João. Muito — eu disse e o beijei

———
nota:
gente 🥺🥺🥺🥺

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