Capítulo 29 (Parte I)

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CECÍLIA

Acordei com uma rajada de luz entrando na minha cara.
Com muito esforço, abri meus olhos e percebi que era João abrindo as cortinas de meu quarto de hotel.

— Às vezes eu me pergunto... Por quê? — eu perguntei tentando colocar meu cérebro pra funcionar — Por que eu te dei a chave do meu quarto, sabe?

— Bom dia pra você também, flor do dia! Feliz aniversário! — ele veio até mim e me deu um beijo na bochecha

Minha cabeça estava trabalhando tão lenta que eu nem tinha me tocado disso.

Era meu aniversário!

Eu pulei da cama. Fui até minha mala caçar a roupa que eu tinha para hoje.

Aniversários sempre foram meus momentos favoritos do ano. Talvez fosse um pouco egocêntrico pensar assim, mas quem não gosta de comemorar ter superado mais um ano inteiro sem desistir?

— Pronta pro melhor aniversário da sua vida? — eu sorri

— Tem algo planejado?

— Tenho. Mas seria incrível mesmo sem nenhum plano, até porque você vai passar o dia comigo

— Olha as coisas que eu tenho que ouvir todo dia...

— E você ama

— É... amo mesmo — ele me deu um selinho — Agora, se o senhor me der licença, eu vou me trocar

Eu falei e fiquei esperando ele sair do meu quarto

— Ah... É pra eu sair?

— Sim, eu vou me trocar

— Não é como se eu não tivesse visto o que tem por baixo desse seu pijama — eu corei — Mas tudo certo, eu tenho que ajeitar umas coisas pro nosso primeiro compromisso super sigiloso mesmo

Assim que ele deixou o local, eu fiz toda a minha rotina matinal, o que incluía escovar meus dentes, fazer meu skincare e uma maquiagem básica.

Depois, vesti a roupa que eu tinha separado: uma blusinha branca e uma saia azul meio floral que eu estava simplesmente obcecada.

Às onze horas eu desci até o quarto de João e quando ele abriu a porta, segurava uma cesta na mão.

— Você vai pra onde? Passear pelo bosque? — eu falei brincando com ele

— Nossa, que falta de sensibilidade — ele disse colocando a mão em seu peito — Não posso fazer nada romântico que já levo xingo

— Desculpa aí, último romântico

Ele riu e segurou minha mão, me guiando para fora do hotel e direção a um grande gramado que ficava a uns duzentos metros dali.
Quando ele chegou, estendeu uma toalha no chão e foi tirando comidinhas da cesta.
Por já estar perto do meio-dia, emendamos o café da manhã com o almoço.

Deitamos na toalha e começamos a olhar o céu. De pouco em pouco nos olhávamos. Foi um momento tão simples, que significou o mundo para mim. Meu mundo estava ali.

— Pronta pro próximo passeio? — ele disse algumas horas depois

— Super! — ele sorriu e me ajudou a levantar

Seu próximo passeio era um daqueles palácios antigos. A Cecília de Américo Brasiliense teria surtado ali dentro.
Eu cresci procurando fotos daqueles locais em revistas e jornais para colar em minha parede. Acho que parte de mim queria muito viver aquela vida.
Passeamos por todo o local, analisando cada mínimo detalhe.

Chegando em um dos cômodos eu olhei para meu namorado.

— Como alguém pode me conhecer tão bem? — perguntei ao me virar para ele

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