Capítulo Trinta e Três

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Saiu do quarto das filhas, e andou pelo corredor, na intenção de ir até o próprio quarto, até que parou na porta do quarto dos trigêmeos. Ele leu os nomes de seus filhos na plaquinha, e sentiu um aperto no peito. Tocou a maçaneta da porta, e então, ouviu um som, ele reconheceria em qualquer lugar, afinal, quantas vezes ouviu aquele mesmo som, na época em que Cooper fazia a vida de sua esposa um verdadeiro inferno? Ele abriu a porta, já sabendo o que encontraria, mas foi pior. Ele a viu despedaçada, abraçando o enorme urso panda, no qual seus filhos adoravam, e seus olhos lacrimejaram, mas ele não deixou que nenhuma lágrima escapasse. Oliver reprimiu tudo que estava sentindo, porque no momento, a mulher que amava precisava dele, de seu apoio, de sua atenção, de seu carinho e sobretudo, precisava de sua força.

Caminhou até ela, mas ela não o olhou, continuou da mesma forma; olhos fechados, braços em volta da pelúcia, chorando como se tudo que ela pudesse fazer, era chorar, deixando que sua dor fosse demonstrada daquela forma. Ele se sentou ao lado dela, levando a mão direita até o rosto molhado e pálido, pousando no lado esquerdo carinhosamente. Ele a viu abrir os olhos imediatamente, parando de chorar alto, soluçando duas vezes, antes de olhá-lo. Ela não havia lhe percebido até aquele momento. Os olhos verdes voltaram a se encher de água, e ela o abraçou desesperadamente, chorando incessantemente, carregado de dor, carregado com a saudade e o medo que ela tinha de perder os filhos. Oliver fez o que ela estava precisando, a abraçou de volta, forte, mas sem machucá-la, enquanto sussurrava que tudo ficaria bem, e isso, era tanto para ela quanto para ele mesmo.

Nós vamos encontrar nossos filhos, eles vão ficar bem, tudo vai voltar ao normal, por favor não chore. Essas eram as frases que ele repetia e repetia no ouvido dela, querendo acreditar naquelas palavras também. Ele precisava fazê-la acreditar, porque só assim, ele poderia se encher de esperanças. Sabia que a pessoa que sequestrou os trigêmeos estava fazendo aquilo, de não fazer a ligação, para provocar, para deixar tanto ele quanto sua esposa, desesperados, mas não tinha certeza de que essa pessoa não faria nada aos seus filhos; tanto Oliver quanto Felicity sabiam que tudo poderia estar acontecendo, naquele momento; tudo e mais um pouco. Quantas vezes assistiram na TV sobre crianças desaparecidas? Pensar naquilo fazia o interior e o exterior de Oliver estremecer. Mais que isso, sentia um ódio gigantesco. Não se controlaria se machucassem seus filhos. Não conseguiria se conter, caso algo acontecesse a eles, ou pior, a sua esposa. Da última vez, não precisou fazer nada, sua esposa o fez, mas dessa vez, seria Oliver a acabar com tudo aquilo de uma vez por todas. Ele pensava, enquanto tentava acalmar a esposa.

— Felicity... – Resolveu chamá-la. O corpo dela deveria estar cansado, e para piorar, ela não havia almoçado, e isso era preocupante. – Meu amor, vamos para o nosso quarto.

— Não, eu não quero. – A voz dela estava embargada. – Eu quero sentir o cheirinho deles, só mais um pouco.

Oliver beijou os cabelos loiros.

— Baby, você nem mesmo comeu.

— Não estou com fome. – Balançou a cabeça. – Não consigo...

— Eu sei. Eu sei que é difícil, mas você precisa. Pelos nossos filhos, Felicity.

— Eu fico pensando neles... o tempo todo, eu imagino o quão assustados eles devem estar, e... se essa pessoa que os levou está machucando eles de alguma forma. – Fungou.

— Não pense assim, querida. – Ele pediu, mesmo que seus pensamentos estivessem conectados aos dela.

— Eu queria tanto, tanto que isso fosse apenas um pesadelo.

— Eu também. – Sussurrou, olhando para os berços.

— Não é justo. Não é. – Apertou as mãos em volta dele. – Eles são tão pequenos, são inocentes, não merecem passar por algo tão traumático. – Ela não parava de soluçar. – A culpa é minha.

Carpe DiemWhere stories live. Discover now