44. People (사람).

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People (사람) – Agust D

"Que tipo de pessoa eu sou?
Eu sou uma boa pessoa?
Ou, se não, uma pessoa má?
As formas de avaliar são muitas
Eu também sou só uma pessoa
As pessoas mudam, como eu mudei
Vivendo num mundo onde nada é eterno
Todas as coisas que acontecem são passageiras"

*

Pov Dahyun





Semana 1.



— Dahyun? – A profissional falou confusa. – Você está confortável?

— Na verdade, essa cadeira é um pouco dura... – Respondi tentando me encaixar no assento. – O couro está me fazendo suar também...

— Oh! – Falou surpresa e sorridente. – Eu posso deixar a sala mais fria, se quiser, e pode se sentar em outro lugar também. – Assim o fiz. Levantei-me de imediato e mirei no pequeno sofá na lateral da sala. – Mas minha pergunta se referia ao seu psicológico... Como se sente hoje?

— Desculpe. – Falei com vergonha, ela anotou algo e me olhou atentamente em seguida. – Eu estou nervosa.

— Com o que exatamente?

— Essa consulta. É tudo muito novo para mim, há anos não via uma psicóloga, entende? Só psiquiatras e é um tipo de sessão bem diferente dessa... Não sei muito o que dizer.

— Não tem roteiro a se seguir, você fala o que quiser, eu escuto. – Assenti, mas permaneci em silêncio. Eu realmente não sabia o que dizer. – Na triagem você já me deixou ciente dos seus transtornos, das medicações que toma e como foram os tratamentos que teve, mas hoje vamos falar de todo o resto, combinado?

— Combinado.

— Pode falar... – Disse sorridente, mas eu ainda estava em silêncio. – Prefere que eu te faça perguntas e você as responda?

— Sim, por favor.

— Tudo bem... O que fez essa semana?

— A semana ainda não acabou, quer saber o que fiz nesses últimos dias ou na semana passada?

— O que quiser me contar.

— Vou falar de ambos, então.

Comecei contando-a sobre as inúmeras conversas que tive com meus pais, que foram mais constantes e mais proveitosas nesses poucos dias do que as que tive nos últimos três anos, por exemplo. Enfatizei isso também. E claro, ela anotou. Aquelas anotações sempre me tiravam do sério, sempre fiquei muito curiosa sobre o que os profissionais escreviam ali, o que isso queria dizer, se eles liam no tempo livre, etc.

Depois contei sobre a escola, que apesar de ser inteligente, acabei ficando de recuperação em duas matérias. Literatura e física. Era esperado que não passasse direto, porque além de sempre ter sido relapsa e devagar nessas matérias, também perdi muitas aulas, tive muitos problemas e coisas que me distraíram.

Por fim, falei sobre meus relacionamentos. Mencionei Sana, Mei e meus amigos. Também falei sobre meus pais, que foram os mais citados do início ao fim. A psicóloga seguia anotando, fazendo algumas perguntas, mas tudo com muita cautela e atenção. Eu gostava de como ela me fazia sentir confortável, como me dava tempo de pensar, de ficar em silêncio, como me guiava num assunto quando eu tangenciava, gostava da importância que ela dava ao meu conforto físico tanto quanto ao mental. Ela era uma boa profissional.

— Você gosta da sua vida hoje? Digo, vamos imaginar apenas o hoje, os primeiros meses do ano não contam. Você gosta de como está hoje? – Ela perguntou.

Tying Cherry Knots | SaiDaWhere stories live. Discover now