2. Gods&Monsters.

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Gods&Monsters – Lana Del Rey

“Você tem aquele remédio que eu preciso
Narcótico, injete-o
Bem direto no coração, por favor
Eu não quero saber o que é bom para mim”

*

Amanhece na grande capital da Coreia do Sul. Mais um dia de trabalho para alguns, mais um dia de estudo para outros e mais um dia difícil para Kim Dahyun.

Apesar de curtir até a madrugada no bar com seus amigos, o alarme de seu celular toca, indicando que nem tudo são flores e precisará, finalmente, arcar com as consequências de seus atos.

— Vamos, Dahyun. – O pai da menina diz, se levantando da mesa devidamente posta, porém já mexida, afinal os Kim já tinham tomado seu café matinal.

— Vai me levar hoje? – Deixou transparecer que estava surpresa.

— Eu vi o bilhete. – Olhou para menina com aborrecimento estampado em sua face.

Dahyun tinha deixado o papelzinho que recebeu do diretor na mesa do escritório dos seus pais. Torceu para que voasse, que eles não lessem ou, na melhor das hipóteses, não dessem a mínima para a folha. Mas não foi o que aconteceu, para o azar da garota.

— Viu, é? – Sorriu amarelo. – Desculpe por isso, pai. – Falava com um tom de nervosismo. – Não precisa ir até lá... Sabe, só dar um telefonema e tudo se resolve. Nem precisa ser você na ligação, pode pedir para uma secretária, né? – Sorriu mais uma vez tentando soar convincente.

— Entre no carro, Dahyun. – Ordenou já destravando o automóvel. – Sua mãe foi mais cedo para o escritório me cobrir, não posso perder tempo escutando suas desculpas.

— Está bravo comigo?

— Ainda não sei o que você fez. – Olhou finalmente nos olhos da menor. – Vai me contar?

Não deveria, mas um sorriso de satisfação brotou em seu rosto ao ouvir aquilo. Não deveria, mas sua mente divagou pensando em como poderia amenizar para o seu lado. Não deveria, mas já tinha pego seu celular afim de mandar mensagens para os amigos, pois tinha acabado de pensar em um plano e precisava de ajuda. Não deveria, mas iria em frente.

— Não fiz nada de mais. – Disse já teclando.

— É mesmo? – O homem soltou um risinho debochado. Estava claramente descrente do que sua filha tinha dito. – Por que fui chamado até lá, então?

— O Wang deve ter uma queda por você, só pode. – Devolveu o mesmo riso debochado.

— Dahyun... – Revirou os olhos. Não ficou chateado com a fala, tampouco com a pequena coisa que a filha alega ter feito, mesmo que não saiba do que se trata ainda, somente estava aborrecido por perder tempo indo até a escola. – Seja o que for, não repita, hm? – Olhou para a filha com um sorriso fino e gentil.

— É, pode ser. – Estava concentrada demais armando tudo com os amigos e mal prestou atenção na fala de seu pai.

*

Do outro lado da cidade, num carro de pequeno porte, estavam as estudantes mais responsáveis, populares e lindas da Escola Integral. Nayeon, Momo, Tzuyu, Sana e Mina estavam dividindo o automóvel por um motivo nobre: dormiram todas sob o mesmo teto, afinal pegar a estrada depois de beber é perigoso. Além disso, acordaram em cima da hora, ou seja, era dividir ou não ir a aula.

Com olheiras disfarçadas pela enorme quantidade de maquiagem, sono intenso e cansaço maior ainda, as cinco amigas juntam a pouca força que resta em cada uma delas e seguem firme até a entrada do colégio.

Tying Cherry Knots | SaiDaWhere stories live. Discover now