42. On Our Way.

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On Our Way – Lana Del Rey

"Eu acho que você é muito legal, amor
Adoro tudo que você faz
Por que eu pensei tanto?
Você diz que não devo me preocupar
E você tem um plano muito bom
Meus problemas acabaram agora
Porque você é minha
Você diz que nascemos uma para a outra
Nós ficaremos juntas, finalmente
Voando por aí e estou finalmente livre"

*

Pov Dahyun





Conversar com meu pai sobre nossas mentes confusas, nossos conflitos internos que afetam o mundo externo, nossas manias, vícios, escapes e sobre como somos com dadas condições, foi uma das experiências mais confortáveis de toda minha vida.

Tive muitos momentos confortáveis, mas reduzindo aos meus pais, tive apenas alguns e esse foi um deles. Foi novo, mas não estranho. Eu precisava disso, da franqueza, de falar com alguém que me fizesse sentir como um espelho, alguém tão semelhante a mim que é até do meu sangue. Foi preciso e eu me sinto bem melhor agora.

Ele estava certo, precisávamos desse papo. A franqueza, as semelhanças, desabafos e conselhos foram os principais elementos desse tempo que passamos papeando. Eu estou bem.

Não choramos, não houve nenhuma palavra repetida. Tudo foi novo, era honesto, nada ensaiado. Saiu o que tinha de sair, foi dito o que precisava. Aconteceu com naturalidade e tranquilidade. Sem drama pela primeira vez na minha vida. Sem dores. Eu estava em paz.

Apesar de não os perdoar ainda, de ainda sentir rancor e uma indiferença para com eles, eu não os odeio, não os condeno, não desejo mal. Como esse pequeno momento, o resto das nossas vidas, nossa relação, vão seguir o mesmo curso. A naturalidade vai comandar. Tudo vai acontecer quando tiver de acontecer.

*

Pov Sana






Dia 1. Fiz as provas, fui bem, ri com meus amigos, conversei tranquilamente com meu pai, que voltou à presidência da empresa, namorei, vivi.

Dia 2. Fiz mais provas, também fui bem nestas, ouvi os choros decepcionados de alguns dos meus amigos por não terem conseguido colar, ri mais um pouco, namorei mais, vivi.

Dia 3. Penúltimo dia, mais provas, mais satisfação da minha parte, mais risadas, mais conversas profundas, rasas, aleatórias. Mais paixão com minha namorada, um vislumbre de boa relação com meu pai voltou a surgir, mais vida vivida.

Dia 4. Último dia. Provas, choros, risos, satisfação, namoros, vida. Agora ouvia-se choros não apenas por conta dos exames, mas por causa da despedida. Era o último dia de todo mundo junto, ao mesmo tempo, na escola. Alguns choravam apenas por não gostar de despedidas, mas eu, meus amigos e colegas estávamos emocionados por encarar, finalmente, o fim.

Éramos quase adultos agora, a escola chegou ao fim. Todos juntos, na mesma sala, na escola, escrevendo, rindo, implicando. A rotina ia mudar, novos caminhos irão se abrir, alguns irão se perder, outros seguirão como o esperado. Eram apenas caminhos, mas significavam, agora, o resto da vida.

Agora era somente a escola da vida. Laços estabelecidos irão se abalar, distanciar, ficar diferente. As coisas mudam, era esperado. Mas ninguém espera, nenhum jovem pelo menos, espera algo tão impactante. Sabe que vai acontecer, que um dia não precisarão mais de todas essas coisas, mas nunca estará preparado.

A escola é difícil, força-nos a conviver com gente chata, complicada. Somos obrigados a fazer coisas que nem sempre queremos, a dizer coisas que não desejamos, ou nos calar quando dá vontade de gritar. Somos castigados às vezes, passamos dos limites, cometemos erros, tiramos notas ruins, choramos, mas sempre rimos de novo. A escola é tão difícil quanto a vida, afinal isso tudo aqui também é vida.

Tying Cherry Knots | SaiDaWhere stories live. Discover now