Capítulo 64

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Point of view: Camila

Um movimento repentino sobre a cama me fez acordar completamente atordoada, mas rapidamente compreendi o que havia acontecido. Lauren havia tido um pesadelo e pela forma como suspirava profundamente, havia sido horrível.

— Não se preocupe, meu amor. — Sussurrei aquelas palavras, tentando confortá-la. — Foi só um pesadelo, está tudo bem agora. — Acariciei seu rosto delicado, fazendo-a olhar para mim. A luz fraca do abajur me permitiu ver o quão assustada ela estava, mas assim que seus olhos encontraram os meus, aquele brilho apaixonante havia ressurgido.

Quase instantaneamente eu havia sido pega por seus braços, seu coração batendo forte próximo ao meu. Sem soltá-la, inclinei nossos corpos para que voltássemos a deitar, mantendo seu rosto próximo aos meus seios enquanto acariciava seus cabelos negros. — Não quero te perder.

— Não vai. — Beijei o topo da sua cabeça. — Eu prometo.

***

Pela manhã, Lauren parecia dormir pesadamente, ela precisava mesmo descansar, então a deixei dormindo e fui até a cozinha, não antes de beijar seu rosto adorável.

Clara — Bom dia querida.

— Bom dia.

Clara — Eu fiz nosso café da manhã, você pode me ajudar e ir acordar o Louis? — Sorri imensamente, caminhando na direção que achava ser o quarto do garoto. — Alias, onde a Lauren está?

— Ela ainda está dormindo, teve uma noite difícil. — Pela forma como me olhou, Clara parecia saber exatamente sobre o que eu estava falando.

Subi as escadas lentamente, passo a passo, me apoiando no corrimão de madeira enegrecida enquanto meu quadril e pernas ardiam constantemente. Levou algum tempo, mas consegui chegar ao quarto do Louis, pelo menos o quarto que me lembrava ser o dele. Mas por sorte, permanecia o mesmo, tirando a decoração que havia mudado drasticamente de um azul repleto de carros para um lilás fofo e minimalista. — Bom dia meu pequeno pirata. — Me senti uma completa idiota, porém feliz por lembrar do nosso dia na praia.

Louis — Bom dia mãe. — Resmungou ainda sonolento, nem ousando abrir seus lindos olhos.

Meu coração bateu tão freneticamente em meu peito que pude sentir que pararia a qualquer momento. Apesar de saber que ele havia me confundido com a Lauren, ser chamada de mãe pelo meu pequeno me causou fortes emoções. Adoraria ser chamada assim com mais frequência.

Louis — Camz? — Dessa vez ele abriu seus lindos olhinhos, notando o tão adoravel erro que havia cometido.

— Eu vim te acordar, a sua avó fez seu café da manhã, sabia?

Louis — Uhum... só mais cinco minutinhos. — Resmungou ao capotar outra vez.

Quase o peguei no colo para tirá-lo da cama, mas só então percebi duas coisas importantes. Primeiro: eu não tinha força o suficiente para isso, e segundo: ele havia crescido demais...

— Meu amor, você precisa ir para a escola. — Acariciei seus cabelos macios.

Louis — Escola é chato. — Resmungou contra o travesseiro.

— É eu sei. — Sorri com aquilo. — Mas sabe, podemos tomar sorvete depois da escola, o que acha?

Aquilo pareceu despertá-lo o suficiente para correr uma maratona inteira no mínimo cinquenta vezes seguidas. — Vou tomar banho. — Correu o mais rápido possível, me fazendo sorrir imensamente.

Observei melhor o seu quarto, notando inúmeras maquiagens sobre sua cômoda, e algo que achei ainda mais interessante, uma pequena moldura contendo uma foto de duas mulheres. A primeira reconheci no mesmo instante em que notei seus olhos esverdeados e suas bochechas fofas usando um vestido vermelho próximo a uma árvore de natal, e bem ao seu lado estava Lucy, apesar de nunca tê-la visto antes tive absoluta certeza, podia notar as semelhanças entre ela e o Louis. Ambos tinham a mesma coloração de cabelo e narizes afilados. Eu poderia ter sentido uma pitada de ciúmes, mas eu mesma havia me surpreendido. Apesar do erro que cometeu, Lucy não merecia seu final trágico, ela merecia poder abraçar e cuidar do seu filho sempre que possível, e o Louis merecia isso, precisava disso, ele a amava imensamente.

Acariciei a moldura como se pudesse dizer para ela que eu faria de tudo para cuidar dele, cuidar de ambos.

Devolvi a fotografia para o seu devido lugar, me atrevendo a organizar o desastre nada organizado em sua cômoda. Saindo do quarto logo em seguida. Talvez fosse pelo meu coração aquecido e extremamente feliz que desci as escadas sem maior dificuldade, ignorando todas as dores que meu corpo ainda frágil sentia. Quando cheguei na cozinha peguei minha mãe desprevenida, a abraçando.

Sinuhe — O que houve querida?

— Nada mãe, eu só amo ter você por perto.

Após um rápido café da manhã, Clara levou seu neto para a escola enquanto minha mãe me expulsou da cozinha, afirmando que eu deveria descansar, então o fiz.

Me deitei ao lado de Lauren, que permanecia dormindo profundamente. Não sei por quanto tempo permaneci daquela forma, acariciando seus cabelos enquanto repousava em meus braços, até que acordou sorridente. — Bom dia amor. — Aconchegou-se um pouco mais. — Dormiu bem?

Sorri. — Sim meu amor, e você? — Acariciei suas bochechas.

Lauren não respondeu, apenas inspirou profundamente em meu pescoço, me arrepiando completamente. — Preciso levar o Louis para a escola.

— Na verdade, ele já foi. — Sorri brincalhona.

Lauren sorriu. — Você quer sair um pouco? — Acenei positivamente, ansiando respirar um pouco de ar puro. — Mas claro, sem fazer esforço.

***

Estávamos sentadas sob uma grande árvore, enquanto eu estava observando as pessoas caminharem ao longe, Lauren retirava algumas guloseimas que havia preparado para nosso piquenique. Sorri quando uma lembrança que, para mim não havia sido há muito tempo atrás, surgiu em minha mente, quando caminhava neste mesmo parque e esbarrei em alguém andando de bicicleta, caí e logo fui ajudada por uma linda mulher de olhos esverdeados. Talvez tenha sido ali que nossos destinos se cruzaram, ou até mesmo naquele hospital há alguns anos, quando havia perdido o homem que seria meu esposo e fui pega por seus braços pela primeira vez. Não havia como saber ao certo, mas eu podia ter certeza de uma coisa, Lauren era meu destino, e eu estava amando cada segundo ao seu lado.

Lauren — Camz. — Seus olhos esverdeados estavam mais claros que o habitual, revelando uma imensidão esmeralda magnífica, apesar das marcas das noites mal dormidas sob seus olhos. — Eu tenho algo em mente já faz um tempo, e eu... bem, queria saber o que você acharia de... morarmos juntas... apenas eu, você e o Louis.

Morarmos juntas...

Como uma... uma família? Isso significaria... adormecer em seus braços todas as noites, acordar ao seu lado todas as manhãs, preparar deliciosos cafés da manhã para o Louis antes de levá-lo para a escola... o Louis... ele me aceitaria como... como sua família? Eu seria... sua mãe? Madrasta?

Olho diretamente para a mulher à minha frente, e por um único instante fecho meus olhos e imagino como poderia ser meu futuro ao seu lado, e a única coisa que sinto é felicidade. Não sei por quanto tempo permaneci em silêncio, mas havia sido tempo suficiente para deixá-la nervosa. — E o Sherlock. — Afirmei, a fazendo sorrir.

— Como? — Questionou, ainda confusa.

— O gato Sherlock.

— Claro, o gato, não posso esquecê-lo. — Segurei firme em sua mão, não desviando do seu olhar por nada. — Isso é um sim?

— Sim. — Sorri outra vez, como as milhares de vezes que sorria em sua presença. — É claro que é um sim.

Me permiti relaxar em seu abraço aconchegante.

Família... somos uma família.

Eu sei, eu sei, passei mais de um mês sem postar, dicupa e pf não me matem, logo logo vou postar o próximo cap, se eu sumir dnv podem me matar. OK?

Rewriting The Stars (G!P)Where stories live. Discover now