Capítulo 12

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Point of view: Camila

Louis e eu estávamos sentados na parte rasa da água, enquanto as pequenas ondas batiam em nossos pés, conversávamos sobre como seriam os piratas.

Louis — Eles são muito legais.

— Sabe o que todo pirata deve ter? — Olhei em direção aos seus lindos e grandes olhos verdes. — Um papagaio. — Falamos em sincronia.

Louis — Eu vou ter um, e um tapa olho também.

— Você será um pirata? — Fiquei surpresa, o vendo sorrir ainda mais animado.

Louis — Vou, eu gosto do mar.

— Sabia que meu pai era um pirata? — Sorri. — Bem, mais ou menos.

Louis — Como assim?

— Meu pai era biólogo marinho, ele amava o mar, ele até tinha um barco. — Sorri com minhas lembranças da infância. — Ele raramente ficava em casa, ele sempre estava no mar.

Louis — Ele já te levou pro mar? — Louis era extremamente curioso.

— Várias vezes. — Sorri. — Uma vez eu até cai no mar. — Não contive uma risada. — Ele pulou do barco desesperado para me salvar, e quando nós chegamos em casa, a mamãe brigou conosco por horas.

Louis — Eles estão vivos? — Enquanto seus lindos e tristes olhos se perdiam na imensidão azul do mar, seu tom de voz era triste e melancólico.

— Um dia ele voltou para o mar, ele me disse que voltaria em alguns dias, mas. — Enxuguei uma lágrima. — Aconteceu um acidente com o barco. — Fechei meus olhos com força, tentando conter as lágrimas pesadas e insistentes. — Eu nunca mais o vi outra vez.

Senti seus pequenos braços me envolverem. — A minha mamãe também morreu, eu sinto falta dela. — Envolvi meus braços em sua cintura, o deixando em meu colo. — O seu papai mora aqui. — Apontou para o meu coração. — E a minha mamãe aqui. — Apontou para o seu.

— Ah, Louis. — Enxuguei algumas lágrimas teimosas. — Você é incrível, sabia?

Louis — Sabia. — Vi seu sorriso convencido e não pude evitar conter o meu. — Tia Camz, olha, uma conchinha.

— Onde? — Perguntei enquanto olhava na areia, sem encontrar.

Louis — Perto do seu bumbum. — Louis pegou uma conchinha rosa da areia e me mostrou. — É linda. — Sorriu. — Vamos mostrar para mamãe?

— Vamos. — O segurei firme e me levantei, o levando até Lauren em meus braços.

Point of view: Lauren

Estava prestes a chamar meu filho e a Camz para irmos embora, até que vi a mesma se levantar e trazer meu pequeno em seus braços, vi de longe seus sorrisos lindos e animados, meu filho mostrava algo para a sua professora, mas eu não conseguia distinguir o que seria.

Louis — Mamãe, olha. — Meu filho praticamente gritou. — Olha o que estava perto do bumbum da tia Camz. — Não pude evitar rir.

— O que? — Segurei a conchinha rosa com delicadeza. — Que linda, meu amor.

Louis — Eu vou levar para casa.

Camila — Infelizmente não pode meu bebê. — Camila o colocou no chão. — Essa conchinha mora aqui, ela faz parte desse meio ambiente, se tirarmos uma única conchinha se quer, afetará todo o meio ambiente.

Louis — Verdade? — Perguntou triste vendo sua professora acenar positivo. — Vou por no lugar dela. — Disse nos dando as costas, caminhando até perto da água sob nossa supervisão.

— Camz. — A chamei sem tirar os olhos do Louis, que já caminhava de volta. — Quando as meninas forem pro aeroporto. — A olhei nervosa. — Você quer. — Antes que eu pudesse chamá-la para sair, ouvi a voz do meu pequeno.

Louis — Pronto, tia Camz. — Sorriu orgulhoso. — Coloquei a conchinha na casa dela.

Camila — Que bom meu amor, toca aqui. — Os dois bateram suas mãos animados.

Louis — Tía Camz. — Louis estendeu seus curtos bracinhos em direção a sua professora, que o pegou no colo em seguida. — Foi o seu papai que disse sobre a conchinha?

Por mais que eu ame a ideia do meu pequeno ter a Camz como sua amiga, não posso deixar de sentir uma pitada de ciúmes da aproximação rápida dos dois. Não como algo ruim, mas, talvez porque eu não consiga ser tão amiga dele dessa maneira, eu o amo com toda a minha vida, mas não sou boa com crianças.

Camila — Foi sim, meus pais me ensinaram bastante coisas, principalmente a mamãe, ela também é professora, sabia?

Louis — É a diretora Mills? — Louis perguntou assustado, me fazendo sorrir.

Camila — Nãaoo. — Indagou divertida. — A minha mãe mora em Havana.

— Você é Cubana? — Seus lindos olhos castanhos finalmente olharam para mim.

Camila — Sim, eu vim para Miami com dezessete anos.

— Quantos anos você tem agora? — Perguntei curiosa.

Camila — Vinte e quatro, e você?

— Trinta. — Sussurrei.

Dinah — Bem velha, né? — A voz intrometida da minha irmã me fez bufar.

Camila — Eu gosto de mulheres mais velhas. — Meu queixo caiu ao ouvir suas palavras, eu realmente não esperava, mas sorri ao ver suas bochechas ficarem levemente rosadas.

Mais tarde.

Já havíamos chegado em casa há alguns minutos, tentava ao máximo fugir das prováveis perguntas e ideias malucas que minha irmã me falaria. Enquanto Louis me contava sobre o que ele e a Camz falavam na beira da água, o pequeno brincava com seu patinho na banheira, eu estava acabando seu banho quando minha irmã invadiu o banheiro.

Dinah — Finalmente te achei, nós temos que conversar. — Seu sorriso sarcástico e seu olhar malicioso me fizeram querer sumir. — Louis? — Meu pequeno a olhou atento. — Seu banho acabou, vá até a vovó, a mamãe e a titia precisam conversar coisas de adulto.

Louis — Eu não posso ouvir coisas de adulto? — Fez bico.

Dinah — Coisas de adultos são chatas, você não prefere brincar com a vovó ou ver desenho? — Dinah sorriu ao ver o largo sorriso que havia causado em meu filho.

Louis — Prefiro. — Disse se levantando rapidamente da banheira, começando a correr para fora do banheiro ainda pelado.

— Louis, volta aqui. — Praticamente gritei antes de começar a ir atrás dele.

Dinah — Meu sobrinho é um naturalista.

Clara — Louis! — Encontrei os olhos da minha irmã assustada ao ouvir a voz irritada da nossa mãe.

Dinah — Ferrou. — Corremos em direção a sala, descemos as escadas só para encontrarmos o Louis encharcado em cima do sofá.

Clara — Saia de cima do meu sofá. — Disse autoritária, fazendo meu pequeno obedecer. — Não saia correndo pelado pela casa igual sua mãe fazia.

— Eii. — Reclamei alto. — Eu nunca fiz isso.

Clara — Já pro quarto. — Louis subia as escadas emburrado, enquanto minha mãe o seguia em direção ao quarto.

— Não começa. — Falei antes que minha irmã pudesse falar qualquer coisa.

Dinah — Nossa Lauren, não precisa ser grossa. — Sorriu sarcástica. — Mas antes que você me pergunte, a Camila flertou com você, tá mais do que óbvio que ela quer te dar Lauren.

— Você não sabe, e não use essa palavra. — Comecei a subir as escadas tentando fugir. — Mas… — Parei de andar, a olhando por cima do ombro. — Você acredita que ela tenha mesmo flertado? — Senti minhas bochechas esquentarem.

Dinah — Eu te chamei de velha, e ela disse que gosta de mulheres mais velhas. — Minha irmã continuou subindo as escadas, com seu tom de deboche insuportável. — Você ainda está parada aí porquê? Não ligará para ela?

Rewriting The Stars (G!P)Where stories live. Discover now