Capítulo Vinte e Cinco

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— Eu sinto muito.

Sabia muito bem o que era aquela dor.

— Quantos anos têm?

— Quinze.

Um ano mais velha que suas filhas, pensou.

— Você quer me contar o porquê de estar chorando?

Os olhos violetas se encheram de água novamente, e Felicity se preocupou.

— Por favor, não chore. – Tocou em uma de suas mãos. – Se não quiser falar, não precisa, eu entendo. – Olhou ao redor. – Você tem para onde ir? Um amigo?

— Não.

— Eu posso chamar alguém para levá-la para um abrigo...

— Não! – Reagiu de forma que Felicity pode ver não só medo, mas algo a mais; algo que ela mesma já sentiu antes. – Por favor.

— Sente-se, eu não vou fazer isso.

A menina se sentou.

— Como é o seu nome?

— Sophie.

— Sophie. – Sorriu fraco. – Sou Felicity.

— Eu não quero incomodar, eu...

— Não incomoda. – A cortou. – Eu não sei o que se passa com você, não sei do que tem medo, mas eu entendo bem sobre medo. Mais do que imagina. E você parece ser sozinha, então o que acha... de vir comigo?

A menina arregalou os olhos.

— Comigo você vai ter um quarto, comida e... podemos falar sobre o que quer que tenha acontecido a você depois.

— Como pode... confiar em mim assim? Como pode me oferecer isso quando nem mesmo me conhece?

— Algo em seus olhos me faz me lembrar de algo que eu passei. Eu via esse mesmo pavor sempre que me olhava no espelho. – A viu abaixar o olhar. – Eu só quero te ajudar.

— Estou sozinha há tanto tempo que não sei o que é isso.

Felicity sentiu seu peito apertar.

— Perdi tudo em um único dia. Meus pais, minha casa, minha escola, minha vida... virou de cabeça para baixo. Confiei em quem não devia e...

Felicity imaginou o final daquela história, e estremeceu.

— Você pode confiar em mim.

— Não sabe quem está colocando debaixo do seu teto.

— Quem estou colocando debaixo do meu teto?

Seus olhos se encontraram, e depois de alguns minutos de silêncio, a menina respondeu:

— Alguém que pode colocar sua família inteira em perigo.

— Por quê?

Silêncio.

— Sabe, eu pensava como você. Eu temi colocar minha família em perigo. Eu por muito tempo temi me envolver com meu marido antes de ele se tornar meu marido. Colocar as filhas dele, que agora são minhas também, em perigo. Mas eu não consegui resistir. Foi difícil, foi traumático, eu me senti culpada por algumas coisas que aconteceram, mas eu não me arrependo. Porque eu tenho a família que eu tenho hoje.

— Não posso ter esse mesmo luxo.

— Eu fui perseguida por um homem.

A menina arregalou os olhos.

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