The Moon and Cherry Blossom - Sasusaku [One-shots]

Partners In Dance

Já era noite na cidade de Konoha, mas Sakura ainda estava acordada em sua casa e não estava sozinha. Na sala de estar, ela e seu melhor amigo, Sasuke estavam ensaiando para uma dança que iriam realizar no show de talentos da escola.

A dança em questão era o tango, algo que Sakura sempre admirou desde sua infância e que possuía um valor simbólico para ela, já que os seus pais eram dançarinos de tango e se conheceram por meio dessa dança.

A grande questão era que Sasuke não era alguém acostumado com passos e coreografias, ele sempre foi mais reservado, preferindo apreciar mais as músicas do que estar no meio de um palco se movimentando conforme a melodia.

Entretanto, nem mesmo esse seu costume foi capaz de impedi-lo de aceitar o convite de Sakura para dançar com ela no show de talentos. Ele até tentou ao perguntar o motivo de ela não pedir isso a Naruto, um grande amigo deles, porém, ele já havia se inscrevido no evento com um número de show de humor.

Bom, aquilo ficou sobrando para ele, mas não enxergou isso como uma coisa ruim. Muito pelo contrário, os ensaios de tango o fizeram ter ainda mais tempo ao lado de Sakura.

Ao lado dela, a garota que era apaixonada há mais de cinco anos, e que nunca tivera coragem de admitir para ela.

Para ele, a dança que outrora ele era ignorante não era mais um fardo ou uma coisa irritante, mas algo que se tornou fácil pois era Sakura que estava lhe ensinando com toda a paciência e também sorrisos quando — por acidente — ele acabava pisando em seus pés.

Naquela noite, tal como todas as outras de ensaio, ele não tinha parado de admirar Sakura por um segundo que fosse, perdendo-se sempre em sua mente quando precisava rodopiar ela.

O tango era uma dança que envolvia muita apreciação, então para ele era impossível não ficar inebriado com o perfume de Sakura e hipnotizado por aquela garota tão bela, pela sua parceira de dança.

— Você está indo muito bem, Sasuke — comentou ela, com um sorriso genuíno aparecendo em seu rosto. — Já nem precisa mais de advertências por passos errados ou pisar no meu pé.

Ela deu uma gargalhada bem suave e os lábios de Sasuke formaram um pequenino sorriso. A risada dela era a melodia mais linda que ele já havia escutado e jamais enjoaria de ouvi-la.

Ele a girou e a puxou para perto de seu corpo, fazendo-a ficar praticamente colada nele como mandava a dança.

— Eu tive a melhor professora — respondeu ele, com os olhos fixos nos dela enquanto seus dedos percorriam devagar a pele de seu antebraço. — E também tenho a parceira ideal.

Ela teve certeza que ele notou o quanto ela ficou arrepiada pelo toque que ele realizava em seu braço. Suas bochechas coraram pelo comentário que Sasuke fez e seu coração pulsou três vezes mais forte dentro de seu peito, irregulando a sua respiração.

Desde que haviam começado com aqueles ensaios semanas atrás, Sakura nunca havia esbanjado tantos sorrisos, gargalhado tanto e também estado tão arrepiada pelo toque de alguém.

Ela não era boba quando a questão era os seus sentimentos, já havia aceitado há muito tempo que Sasuke tinha praticamente roubado o seu coração, algo que ela nunca tinha procurado admitir com medo dele não sentir o mesmo e isso acabar arruinando aquela amizade que tinham.

Só que, naquele momento, sua mente mergulhou em grandes dúvidas sobre ela não estar sendo retribuída. O toque de Sasuke não parecia ser só algo ensaiado, algo de amizade, a mão dele que a enlaçava se encontrava espalmada em suas costas nuas por causa da fenda do vestido de ensaio e ela tinha um certo toque de paixão e possessividade.

E o que mais lhe fez ter tantas perguntas sobre os sentimentos dele foi aquele olhar. Aquele olhar encantado que foi de seus olhos para a sua boca e então mergulhou em um desejo que fez as suas pupilas dilatarem.

Ela estava delirando por acaso? Orou em sua mente para que não estivesse.

Seus lábios se entreabriram, convidando ele para fazer o que ela imaginou que ele quisesse tanto fazer.

Sasuke se orgulhava de ser um bom observador e naquele instante não podia ser diferente. Ele queria muito fazer aquilo, e para isso a analisou bem para ver se ela queria isso tanto quanto ele.

O peito dele subia e descia de uma forma rápida e contínua, ansiosa por algo. As bochechas e o colo dela adquiriram um tom rubro e os pelinhos de seu corpo — ele percebeu ao tocar no braço dela — de repente tinham ficado arrepiados. Os olhos outrora tão verdes quanto a grama na primavera, tinham sido engolidos por um tom ônix quando as pupilas dela dilataram, restando apenas uma linha verde as cercando.

E o que mais o fez perder o juízo, os lábios rosados parcialmente abertos.

Foi ao ver aquilo que ele não resistiu mais e fez os seus próprios lábios encontrarem os de Sakura inicialmente com carinho e doçura. Foi um beijo simples, ainda carregado de um certo temor, sem língua.

Durou apenas alguns longos segundos, suficiente para fazer os corações dos dois baterem em um ritmo ainda mais acelerado do que já estavam.

Ao quebrarem aquele contato, ambos suspiraram. Sem saber o que dizer. Foi Sakura que quebrou o pequeno momento de silêncio.

— Você...poderia fazer de novo? E depois...de novo? — a voz dela tinha saído parcialmente rouca e baixa, apenas para ele ouvir aquele pedido tão sôfrego.

Sasuke sorriu ladino e apertou ainda mais Sakura contra o seu corpo. Seus narizes tocavam um ao outro ao passo que os braços dela se acomodavam ao redor do pescoço dele.

— Claro — ele respondeu, a voz sussurrando perto dos lábios dela. — É o que eu sempre quis fazer.

E diante daquela resposta, foi Sakura que investiu, bem antes dele. O beijo que antes era apenas um simples carinho com uma pitada de medo do desconhecido, agora tinha se tornado caloroso e cheio da paixão que carregavam um pelo outro.

Inicialmente, Sakura era quem tinha o controle, mas logo Sasuke tomou o comando daquele beijo tal como ela mandava no ritmo da dança.

Suas línguas se tocaram com uma fome primária, ansiosas para matarem aquele desejo crescente que ambos deixaram acumular por tantos anos.

O contato só era quebrado quando seus pulmões clamavam por fôlego, porém, logo voltavam a se beijar e naqueles beijos eles acabaram se perdendo até suas mentes esquecerem por completo quais eram os passos da dança e até o que era tango.