What is Love?

106 4 0
                                    

Sasuke ficou estático, seu corpo se encontrava em um estado de completo torpor em contraste com o seu coração acelerado. Ele não podia negar para a si — mesmo que tanto quisesse — o quanto a declaração de Sakura o deixara comovido e tocado, a forma intensa com o qual aquelas palavras amorosas e desesperadas atingiram em cheio a parte mais profunda de sua alma.

Ela lhe prometia diversão, felicidade, até mesmo se oferecia para ir junto com ele. O Uchiha quase vacilou, não quebrando por um triz a sua decisão de antes, e até achou que chama-la de irritante fosse fazê-la ir embora.

Odiou subestimar uma única vez a determinação de Sakura. Dizer aquelas palavras tão duras e nenhum pouco verdadeiras doera no garoto tal como acabou doendo nela. Não era fácil ver aquele rosto tão belo ficar ensopado de lágrimas que caíam nos ladrilhos da saída da aldeia.

Tivera que ser forte, mais forte do que antes. Virou as costas e quando caminhou apenas alguns centímetros, ouviu os passos dela e sua promessa de que gritaria se ele saísse. Antes mesmo que ela pudesse continuar a falar, se teletransportou de uma maneira rápida para ficar bem atrás dela.

As palavras de Sakura morreram em sua boca e todo o seu corpo se arrepiou. Sasuke se encontrava apenas alguns centímetros de distância dela, por pouco não batendo em suas costas. O perfume adocicado proveniente dos cabelos dela o deixou com a mente entorpecida, por pouco não perdendo por completo suas palavras.

Ele mordeu o lábio inferior, procurando as palavras certas que não podiam conter toda a verdade literal sobre as suas emoções.

— Sakura... — o nome dela saiu suave e Sasuke aproveitou da sensação boa de falar o nome dela. — Obrigado por tudo.

A Haruno percebera a sinceridade presente naquele dizer tão simples, só que não conseguira entender o que exatamente ele quis dizer. Sobre o que estaria agradecendo? Seus olhos se arregalaram por alguns segundos, mas não ficaram por muito tempo abertos, pois Sasuke a golpeou em um ponto de sua nuca que a fez desmaiar. Sua visão escureceu para o mundo e para Sasuke.

O Uchiha foi rápido em ampara-la para que não caísse, ele jamais a deixaria cair. A tomou em seus braços ao passar um dos braços por trás dos joelhos dela enquanto o outro acalentava as suas costa. Já tinha carregado Sakura e, portanto, acostumara-se com seu peso sendo ele bastante familiar para os seus braços.

Queria deixa-la em casa, na cama dela, porém, isso iria demorar muito e ele não estava com muito tempo. Por isso, a contragosto, a deitou no banco de concreto com espaço para três pessoas que se situava naquele caminho ladrilhado.

Foi delicado ao fazer isso, a tratando como se fosse de porcelana e quebrasse ao mínimo descuido. Acabou se lembrando de uma das vezes em que tivera Sakura em seus braços, na luta contra Gaara quando a aldeia fora invadida. As palavras daquele dia ainda eram muito familiares para ele, já que Sakura era tudo o que mais importava. Ela, seu melhor amigo e seu sensei quase o fizeram desistir de tudo, principalmente ela, que acabou entrando sorrateira no lugar de seu ser que era tão intocável. Sakura Haruno quase o fez esquecer de sua sede de vingança, porém, não foi capaz de mata-la por completo e aquele desejo se reacendeu duas vezes mais dentro dele.

Ela lhe era tudo. Ela era sua luz, tal como o sol ilumina os dias de primavera e verão. Ela era a alegria de sua alma, que acabou se deixando facilmente se contagiar por aquele sorriso lindo e singelo incontáveis vezes mesmo que ele não demonstrasse. Ela era a vida de seu coração.

E justamente por causa de todas essas coisas boas que ela simbolizava para ele que não cedeu ao desejo egoísta de leva-la consigo tal como a Haruno sugeriu. Ele não podia e nem queria macular aquela existência tão pura a guiando junto com ele em seu caminho repleto de trevas, ira e vingança.

Ela era o seu total oposto naquele instante e por isso a agradecia tanto por ter sido aquela que mais coloriu os seus dias depois que vira toda a sua família ser massacrada.

Ficou por alguns breves minutos só a observando, passando o polegar pelo rosto impecável delineando seus traços e enxugando as lágrimas que tinham caído dos olhos dela antes dele desacorda-la. Quando parou de fazer isso, segurou a mão de Sakura, a embalando com carinho na sua.

Agradeceu por ser tarde da noite e naquelas horas não haver ninguém passando por ali e por ela estar de olhos fechados, alheia ao seu redor, pois assim ninguém poderia testemunhas as lágrimas que começaram a escapar dos olhos do Uchiha.

— Sua irritante, sou eu que te amo tanto que não consigo suportar. — falou ele, despejando pela primeira vez todas as coisas escondidas dentro de seu coração. Sua voz era baixa, como se quisesse confidenciar isso apenas a ela mesmo sabendo que ela não o ouvia.

Levou a mão dela até os seus lábios e depositou um beijo suave no dorso. Em seguida, inclinou-se para mexer no cabelo rosado tal como a flor cujo nome a Haruno carregava. Então, com todo o seu carinho e amor, Sasuke beijou a testa dela após colocar uma mexa rosada de trás da orelha de Sakura. As lágrimas do garoto Uchiha acabaram molhando as pálpebras e as bochechas de Sakura, eram tantas que ele não conseguia mais controlar.

Limpou novamente o rosto dela com cuidado, a tocando com delicadeza e doçura ao observa-la uma última vez. Agradecia por ter passado muito tempo com ela ao ponto de conseguir ter o rosto dela detalhado perfeitamente em sua memória, jamais o esqueceria e se lembraria dele toda vez que quisesse buscar calmaria ou um pouco que fosse de alento em sua jornada vingativa.

— Por favor, seja feliz. — a voz de Sasuke agora estava embargada, destacando ainda mais o seu choro e a agonia que sentia ao ter que deixa-la. — Seja feliz, mesmo que...— ele não conseguia mais encontrar forças para continuar falando, porém, as tiraria de onde quer que fosse. Engoliu parte de seu choro para poder falar. — Mesmo que não seja comigo. Queria que você soubesse que era eu que queria fazer todos os seus dias serem divertidos e alegres, mas eu não posso, eu não mereço você.

Pois agora o caminho dele possuía barreiras contra a felicidade e tudo o que fosse bons sentimentos. Saiu dali o mais rápido que podia, correndo como se escapasse de um vilão que queria mata-lo e só voltou a caminhar quando já se situava um pouco longe da vila. Nos seus passos restantes até as pessoas da aldeia do som, ficou de cabeça baixa para esconder o próprio choro e limpou suas lágrimas.

Nunca demonstraria aquele sentimento para outros, era algo seu e somente seu e aquilo nem mesmo divindades seriam capazes de abalar ou de tirar dele.

The Moon and Cherry Blossom - Sasusaku [One-shots]Onde histórias criam vida. Descubra agora