Family

66 5 0
                                    

Apesar de ser um momento que eles repetiam toda a noite, Sasuke e Sakura gostavam de tomar banho juntos, abraçados naquela banheira grande que tinham comprado apenas para eles desfrutarem.

A espuma os cercava enquanto Sasuke ensaboava o corpo de sua esposa, que estava sentada entre as suas pernas e de costas para ele, brincando um pouco com as bolhas de sabão.

Os dois eram casados há dez anos, mas sempre que desfrutavam de momentos pequenos como aquele juntos, era como se ainda fossem recém-casados ou até mesmo namorados que estavam terminando o ensino médio e presos nas gravações do programa de televisão que atuavam juntos.

Naquela noite, os dois iriam sair juntos para um evento beneficente que iria leiloar alguns objetos e roupas da série mais famosa na qual eles protagonizaram junto com o melhor amigo de ambos: Naruto. Seria uma noite e tanto, Sakura pensou que seria talvez a primeira vez em anos que veria como está o estado da roupa antiga de sua personagem que ela usou na fase da infância.

Aquele banho demorou cerca de 35 minutos, e teria durado menos se não fosse pelas brincadeiras e beijos roubados que aconteciam em uma pequena diferença de minutos. Os dois saíram da banheira, secaram-se e vestiram seus respectivos roupões brancos felpudos.

— Sabe, se você fosse só de roupão e esse coque frouxo ainda seria a mais linda da noite — comentou Sasuke, ao mesmo tempo em que colocava creme dental sobre sua escova de dentes.

Sakura não respondeu logo, preferindo higienizar a sua boca antes. Quando terminou e secou a sua boca, ela ficou na frente de Sasuke e contra o mármore da pia.

— Você devia parar de me bajular tanto, Sasuke. — ela deu um pequeno sorrisinho e levantou um pouco o pescoço quando notou a aproximação de seu marido, recebendo o beijo dele com os lábios entreabertos.

O gosto de hortelã fresco deu ainda mais sabor ao beijo, um que eles não se preocuparam se iria ser demorado ou não. Só pararam quando seus pulmões ficaram doloridos em busca de fôlego. Sasuke a observou com uma nítida paixão esbaldando em suas íris escurecidas enquanto uma de suas mãos acariciava o rosto de sua esposa.

— Eu só estou falando verdade — disse ele, completando com um leve selinho nos lábios dela.

Os dois saíram do banheiro que era anexado ao quarto do casal, entretanto, assim que puseram os pés no outro cômodo, os dois ouviram algumas batidas na porta.

Mamãe, papai, socorro!

Os dois arregalaram os olhos e olharam um para o outro preocupados. Aquela era a voz de Sarada, a filha dos dois. Espantados, correram com pressa até a porta e Sasuke a abriu com urgência. Ambos se depararam com uma criança de oito anos, vestindo pijama rosa com estampa de tomates — um presente de seu pai — e segurando uma lesma branca e azul de pelúcia.

— Podem fazer algo pra eu comer? — pediu a menina, com os olhos brilhando de inocência e as mãos cruzadas, como se estivesse rezando.

Sasuke e Sakura respiraram aliviados, soltando um grande peso do peito. Por um momento, pelo jeito que a menina gritou "socorro", eles pensaram que ela estivesse machucada ou alguma coisa mais grave.

Sakura se aproximou da filha, curvou suas costas para frente e pousou suas palmas nos joelhos para ficar a altura da criança.

— Podemos sim, meu amor, espera só mais um pouquinho que eu e seu pai vamos até a cozinha fazer algo bem gostoso pra você, tá bem? — Sakura deu uma piscadela e ofertou um sorriso de orelha a orelha para a filha.

Sarada também sorriu, estonteante e abraçou a mãe.

— Vou esperar na cozinha. — E depois desse aviso, Sarada saiu correndo pelo corredor.

Sakura fechou a porta e massageou a sua nuca ao voltar o olhar para Sasuke.

— Ela deu um susto e tanto na gente — comentou Sasuke.

— Nem me fale. — Sakura foi até o suporte de madeira em seu quarto onde o cabide contendo o seu vestido de gala encontrava-se pendurado. — Vem, vamos nos arrumar logo pra fazer comida pra ela e tomar o cuidado pra não sujar nossas roupas, também não podemos nos atrasar.

— A festa vem depois, Sarada primeiro. — Sasuke pegou seu paletó no suporte ao lado de onde estava o vestido de Sakura e abriu o zíper do envolto escuro de tule.

— Obviamente.

Sarada bateu palminhas quando seus pais chegaram na cozinha e deixou a sua lesminha de pelúcia em cima do balcão perto da cesta de frutas para não ter risco de sujar. Estranhou as roupas de seus pais de início, mas não ligou depois.

Sua mãe vestida algo parecido com uma calda de sereia, era um vestido verde muito bonito. Já o seu pai estava vestindo um terno comum que deveria ter custado uma grana alta. Ela ficou se perguntando qual o motivo daquela roupa ser considerada algo chique, pois deixava os homens parecendo pinguins.

— O que vocês vão fazer? — a menina perguntou.

— Alguns sanduíches e chocolate quente, meu amor — respondeu Sakura.

A mulher foi até ao armário buscar a xícara preta estampada de morangos que pertencia a Sarada, uma panela e os ingredientes na geladeira para fazer o chocolate.

— Só isso? — o tom de decepção da criança fez eles voltarem-se para ela. Seus olhos miraram o chão, cabisbaixos e o canto de seus lábios se curvaram para baixo.

— Você queria algo específico, filha? — questionou Sasuke, franzindo as sobrancelhas.

— Ah, brownies podem ser bom, cupcakes também. — a euforia tomou conta da voz da garota aos poucos ao comentar o que ela desejava.

— Sarada, eu e seu pai temos que ir a um evento logo, logo — disse Sakura, séria e sem coragem de olhar nos olhos da filha. — Não podemos fazer brownies e cupcakes, mas se você quiser, amanhã podemos passar o dia todo cozinhando e fazendo tudo o que você quiser, o que acha?

A menina correu até a mãe e passou os braços pela cintura dela, abraçando-a. Ela levantou o seu queixo e olhou para a mulher mais velha com um brilho muito nítido no olhar.

— Sim, sim, sim. — Sarada se desvencilhou do abraço. — Podemos fazer vários doces amanhã. Agora, eu vou querer fazer os sanduíches junto com o papai.

— Eu ia mesmo pedir sua ajuda nisso, fazer sanduíches é tão difícil, Sarada. — Sasuke apontou o indicador para ela e em seguida pôs a mão em cima do peito de uma forma dramática, encenando uma decepção consigo mesmo.

Normalmente, os empregados da casa poderiam fazer isso. Porém, Sasuke e Sakura não gostavam de deixar tudo para eles e momentos pequenos e domésticos assim com a filha era algo que eles gostavam de ter, tanto para aproveitarem a companhia da pequena e fazer ela sentir o amor que eles tinham por ela, quanto para construírem boas lembranças na mente da filha.

Cozinhar com ela, assistir desenhos e filmes infantis, ir ao parque e brincar com ela dentro de casa criando vários cenários fantasiosos junto com as bonecas, blocos e dinossauros de brinquedo que Sarada tinha, eram momentos que eles jamais trocariam, nem mesmo por mil eventos. 

The Moon and Cherry Blossom - Sasusaku [One-shots]Where stories live. Discover now