The Moon and Cherry Blossom - Sasusaku [One-shots]

The North Princess

A ansiedade se via presente em cada parte do corpo de Sakura Haruno desde que tinha acordado naquela já tão comumente manhã gélida da tribo da água do norte. Quando chegasse a noite, iria vir um dos momentos mais importantes de sua vida e seu coração pulsava mais forte toda vez que pensava nele.

Já banhada, algumas de suas criadas particulares penteavam o seu cabelo com um pente de marfim, deixando o mar de fios róseos sem nenhum nó que fosse, enquanto as demais adentraram o seu quarto carregando a peça que ela vestiria para aquela ocasião tão especial que seria a do firmamento do seu noivado e da aliança com a Nação do Fogo.

Assim que seu cabelo já estava penteado, Sakura se levantou do banquinho que ficava de frente para o seu espelho na penteadeira e foi até a cama, onde a vestimenta tinha sido disposta para a sua avaliação.

Era uma peça bonita na qual os seus olhos verdes observaram minunciosamente. O vestido era em grande parte de um azul mais escuro que as águas profundas do oceano que circundava Agna Qel’a, a capital e principal cidade da tribo da água nortenha. As mangas eram longas e acampanadas com suas bordas decoradas por pele de urso polar assim como todo o busto, ombreiras e gola da vestimenta que eram revestidos da pele do mesmo animal. Era uma bela peça, que trazia a vivacidade das cores mais usadas pelo seu povo, o branco e o azul.

Sakura se desfez de seu roupão e, com a ajuda das servas, colocou primeiramente uma camisola de seda perolada e depois - por cima dela - o vestido, ganhando assim uma maior altivez do ar de princesa que ela já possuía. Os botões que ficavam de trás da peça foram devidamente abotoados e quando ela já estava completamente vestida, alguém entrou no seu quarto.

— Como está a minha princesinha? — perguntou Mebuki, sua mãe.

Sakura virou-se para ver a mulher mais velha, já trajada em uma roupa que utilizava os mesmos tons que a sua, porém, com o acréscimo de um lilás. Mebuki tinha os olhos praticamente brilhando ao ver a filha já quase toda arrumada, com uma dose cheia de orgulho e felicidade despontava da matriarca.

— Já estou praticamente pronta, mamãe. — respondeu Sakura, com um sorriso querendo despontar em seu rosto.

— Podem sair. — Mebuki ordenou para as criadas.

Elas cumpriram o ordenado e deixaram o aposento, permitindo que mãe e filha ficassem a sós.

A mãe de Sakura foi até a penteadeira, sendo acompanhada pelo olhar da filha, e abriu uma caixa de madeira decorada por entalhes de arabescos. De lá, retirou um diadema onde uma pedra da lua em formato redondo se destacava em meio à prata e pequeninas safiras. Sakura dobrou um pouco os joelhos e deixou que a mãe colocasse a maior joia real em sua cabeça.

— Pronto, agora você está ainda mais princesa do que já é. — disse a mulher, repousando a mão no rosto da jovem e única filha. — Ah, eu nem acredito que isso está acontecendo, parece que foi ontem mesmo que dei a luz a você e te segurei em meus braços pela primeira vez enquanto ouvia seu chorinho.

— Uma parte de mim também não acredita que isso está pra acontecer. — confessou Sakura, sua voz acabou deixando transparecer todas as emoções que sentia dentro de si tal como a respiração que começava a sair do ritmo calmo. Parecia até mesmo que havia algo em seu estômago se revirando, causando-lhe um desconforto ansioso. Ela abaixou os olhos, fitando o chão de gelo. — Estou tão nervosa, mamãe, não sei como controlar isso.

— Eu entendo, Sakura, mas procure se acalmar um pouco que seja. — aconselhou a mais velha. — Eu sei que Sasuke deve estar do mesmo jeito que você, é normal.

                                  ☾☼

Sasuke se encontrava sozinho no convés superior do navio. Seus olhos miravam os blocos de gelo que iam ficando em maior quantidade conforme se aproximavam de Agna Qel’a. O ar frio adentrou o seus pulmões, só que nem ele era capaz de apagar as chamas inquietas que cresciam dentro de seu peito. Suas mãos — que estavam cruzadas atrás dele — seguraram a barra de ferro das laterais do grande e ameaçador navio que trazia o símbolo da Nação do fogo – uma chama negra em meio ao carmesim do tecido -  na parte mais acima da embarcação. Era a Nação da qual ele pertencia.