Once Upon A Time

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O pequeno Konohamaru de seis anos sentou-se aos pés da velha poltrona onde seu avô, Hiruzen, estava fumando um cachimbo e com um livro nas mãos. A capa de couro continha duas coisas escritas em dourado: uma era o título “Os mais antigos contos de Konoha” e a outra era o nome da pessoa que escreveu “Lysandra Grimm”.

— Que tipo de história você gostaria de ouvir, pequenino? — perguntou o velho com o cachimbo entre os dentes.

— Uma de um guerreiro. — respondeu ele, abraçando o seu dinossauro de brinquedo.

— Pois muito bem... — Hiruzen abriu o livro e folheou as páginas antigas e amareladas pelo tempo até chegar em um conto que pensou que o menino gostaria.

“Era uma vez, em que o mundo era cheio de batalhas entre reinos, havia um grande príncipe guerreiro chamado Sasuke Uchiha, que era descrito como o mais belo dos homens e o mais bravo lutador que já existiu. Sempre depois de um dia exaustivo na temporada da primavera, ele ia meditar sob a sombra da cerejeira. Uma árvore cujo a beleza acalmava o espírito do homem, que certo dia ficou pensando em como seria se aquela árvore fosse uma mulher.

Apesar de seu pensamento não ter sido em voz alta, ele foi ouvido. E quando ele chegou no outro dia – que seria o último da primavera - ao local onde a cerejeira costumava ficar, encontrou uma moça dormindo sobre a grama, vestida em sedas tão rosas como o seu cabelo. O guerreiro ficou espantado, se perguntou onde estaria aquela árvore que o acalmava.

— Quem é você? — perguntou, quase gritando, o que acordou a jovem.

Ela abriu os olhos tranquilamente e suas íris eram mais verdes do que a própria grama robusta, e eles prenderam a atenção de Sasuke, que pode admirar ainda mais o quanto ela era bonita.

— Haruno, meu senhor, é assim que me chamam. — disse ela, revelando que tinha sido largada ali, naquele canto onde antigamente existia uma árvore.

Solidário com ela, ele a levou para seu castelo de pedra. Colocou aias ao serviço da dama, a alimentou e deu para ela um teto onde eles puderam se conhecer melhor. A jovem se mostrou ainda mais linda por dentro, se provando inteligente e tendo uma personalidade serena como a dança das folhas ao vento. Nos bailes, ela cantava e dançava de forma divinal, ao ponto de que todos no salão se viam hipnotizados, especialmente o príncipe guerreiro, que logo se viu apaixonado por aquela mulher.

Entretanto, quando a primavera chegou, a jovem desapareceu. O príncipe ficou angustiado e pôs diversos homens e mulheres atrás da tal Haruno, incluindo ele próprio. Demorou um dia e uma noite, nada foi encontrado. Desolado com a perda, Sasuke se dirigiu até o local onde tinha visto ela pela primeira vez na vida e lá estava a árvore de cerejeira, imponente e bela. Sem conseguir mais se segurar, o guerreiro chorou por um dia inteiro com saudades e agoniado pela perda daquela que seu coração tinha aprendido a amar.

Durante toda aquela primavera, ele visitou a cerejeira. Até que na última manhã dela, achou o que, ou melhor dizendo quem, tinha procurado. Haruno se via como da primeira vez que a viu, vestida em sedas rosadas e dormindo na grama. Sasuke se ajoelhou e a acordou aflito.

— Onde...onde você esteve? — questionou ele quando ela abriu os olhos e se sentou na grama, a dúvida presente em sua voz.

A mulher olhou para a grama embaixo dela e lhe contou tudo.

Seu nome verdadeiro não era só Haruno, e sim Sakura Haruno. Na primavera, ela virava a flor de cerejeira e era a senhora da estação, coroando a flora com sua beleza e aroma. Quando esse período passava, ela assumia a forma de uma mulher, tão bela quanto a árvore.

— Acabei me apaixonando por vossa alteza, e tive receio de lhe revelar quem realmente sou. — disse, e segurou as mãos de seu bravo guerreiro e príncipe.

Ele apenas sorriu, seu coração batia fortemente no peito quando deu um beijo de amor verdadeiro em Sakura. Não importava como ela se chamava, ou no que se transformava durante certo tempo, Sasuke a amava e se casou com ela.

O príncipe guerreiro se apaixonou pela cerejeira de uma forma avassaladora. Sakura então virou a princesa dos homens pela maior parte do ano e, por apenas uma estação, também era a senhora da primavera. Não importava a sua forma, Sasuke sempre ficava ao lado dela.”

Hiruzen fechou o livro e olhou para o seu neto. O pequeno Konohamaru havia dormido no meio da história abraçado ao seu bichinho de pelúcia. O velho gargalhou suavemente e soltou uma nuvem de fumaça da boca.

— Bem, parece que essa não era bem a história de guerreiro que ele queria ouvir. — falou, e voltou a colocar o cachimbo na boca.

The Moon and Cherry Blossom - Sasusaku [One-shots]Where stories live. Discover now