The Old Superstar

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Estava cansada de esperar. Já tinha contado todas as estatuetas na prateleira que ia do chão ao teto encostada na parede da grande sala de estar e também os discos e capas quadradas de álbuns anexados ali ao lado da estante. Por alguns segundos, fiquei apreciando um daqueles quadrados postos na parede para admiração, era a capa de álbum que eu mais amava e achava belíssima. Era de um dos álbuns da minha mãe – uma parte das capas era dela e a outra da banda de meu pai – que era estampado por um fundo cinza brilhante em que o rosto da minha mãe e parte do pescoço se encontrava, os olhos eram cobertos por uma faixa preta onde o nome Byakugou estava escrito em um rosa chamativo. Nesse, tinha todas as minhas músicas preferidas, o que era até bem difícil de decidir quando se era filha de duas lendas da música que haviam colecionado vários hits.

— Sarada. — ouvi a voz de Sakura, minha mãe, e virei o pescoço para vê-la descendo as escadarias ao lado de meu pai, Sasuke, os dois já completamente arrumados.

Mamãe usava um vestido sem alças modelo calda de sereia na cor vermelha que se encaixava com perfeição em seu corpo. No pescoço dela, estava preso um colar de brilhantes e rubis capaz de cegar mesmo que o telespectador usasse óculos. Papai trajava um de seus ternos, um que ele havia comprado recentemente só para aquela ocasião e ele era nas cores preto e branco, parecia até um pinguim.

— Finalmente! — falei aliviada, descruzei os braços e levantei. Minha roupa era simples e ao mesmo tempo luxuosa, um vestido que ia até os joelhos e tinha uma estampa de bolinhas vermelhas em um fundo branco e um lenço vermelho amarrado no meu pescoço. Eu até parecia alguma das mulheres da época de sucesso da minha mãe. — Já estava achando que vocês iam acabar faltando.

— Como você é impaciente, amendoim fofinho. — meu pai sorriu e apertou minhas bochechas rapidamente.

— Papai! — afastei a mão dele e lhe mostrei uma cara irritada, ouvi as risadinhas de mamãe.

— Vamos logo se não vamos nos atrasar. — disse minha mãe, fazendo com que nós dois a acompanhássemos para fora de casa.

Lá, se encontrava uma limousine que fora alugada. Entramos e eu fiquei no meio dos dois. Para onde íamos era um evento em honra das maiores estrelas da música e meu pai e minha mãe foram convidados o que já era de se esperar. Papai tinha sido um grande guitarrista na sua juventude – ele não era velho agora, só não estava muito novo – e fazia parte de uma banda de rock. Mamãe fora uma grande cantora que começou a carreira aos dezoitos anos, os singles dela fizeram tanto sucesso que até hoje eu ouvia as lojas tocando eles. E uma coisa que tornava tudo especial: aquele seria o primeiro evento que eu iria com os meus pais.

Durante os meus doze anos antes de hoje, eu só ficava em casa e assistia eles pela televisão indo nessas premiações. Quem costumava cuidar de mim era o tio Itachi – o melhor cozinheiro que já conheci, as tortas e os ovos fritos que ele faz são os melhores – e a tia Izumi, esposa do meu tio que sempre brincava comigo de bonecas e fazia penteados lindos no meu cabelo.

Só que agora, eu finalmente ia poder acompanhar tudo bem ao vivo. O caminho até o local do evento foi recheado de músicas dos meus pais que eram tocadas através do rádio da limousine. Não tive vergonha de cantar bem alto com eles.

Isso durou até pararmos na frente de uma grande construção de dois andares que me deixou de boca aberta. Era a Academia de Artes e Ciências de Konoha, onde todos os eventos importantes da música, televisão e cinema eram realizados.

Lá dentro, o local era ainda mais fabuloso com detalhes dourados nas paredes brancas onde haviam vários camarotes anexados e as cadeiras abaixo e bem diante do palco estavam demarcadas com nomes, para organizar todos os convidados. As três cadeiras para a família Uchiha ficavam na terceira fileira. Bem na frente, isso. Várias pessoas vinham chegando e sentando-se no lugar reservado para elas.

Tudo começou às 21hrs, com um apresentador vestido em um terno usando um microfone para falar sobre o que era e a importância daquele evento. A cada estrela que fosse chamada, uma estatueta de ouro puro na forma de nota musical seria entregue e a celebridade teria direito a um curto discurso e de cantar uma música que a Academia já tinha conhecimento sobre qual era.

Acho que passou cerca de uma hora naquela falação até ele finalmente começar a chamar os artistas por ordem alfabética o que, obviamente, fez com que a mamãe fosse uma das últimas. Contudo, quando chegou a vez dela, os aplausos foram duas vezes mais intensos e os holofotes fizeram os rubis e brilhantes do colar dela brilhar ainda mais. Notei o quanto minha mãe era querida e muitos sorriram para ela, principalmente eu e papai. Aplaudi tanto mamãe que minhas mãos ficaram até vermelhas. No palco, ela recebeu a honraria da estatueta dourada e se posicionou na frente do microfone.

— Muito obrigada, eu agradeço muito por estar aqui está noite e também honrada por ter esse prêmio em mãos. — começou ela. — Lembro que a música sempre esteve presente comigo desde quando eu me formava no ventre, mamãe contava que escutava seus discos de vinil na vitrola praticamente todos os dias e quando eu nasci não foi diferente. Com oito anos, eu já cantava muitas músicas e meu sonho desde que me lembro era o de ser uma cantora. Na escola, eu entrei para o coral o mais rápido que pude fazer após receber diversos elogios que me motivaram muito, continuei me esforçando e tive certeza de que era aquilo que eu queria. Quando ingressei nesse mundo musical para realmente ser cantora, foi difícil e passei por muitas dificuldades e obstáculos que muitos aqui provavelmente também passaram. — Nesse momento, ela ajeitou a estatueta nas mãos e se pôde ouvir sua respiração profunda. — O caminho até o sucesso foi cheio de espinhos que quase me fizeram desistir, mas eu decidi não deixar as dificuldades me pararem e sempre cantei com o meu coração, a música é parte de quem eu sou, a música foi meu suporte e foi ela que me apresentou o amor da minha vida, que me deu o presente mais lindo e sapeca do mundo. Sasuke e Sarada, não são só os meus discos e prêmios que mudaram a minha vida, vocês também estão inclusos como aqueles que eu mais amo.

Olhei para o lado e vi papai sorrindo e uma lágrima caindo. Voltei o olhar para o palco quando uma melodia familiar começou a tocar e quase pulei da cadeira de alegria quando mamãe começou a cantar “Love Love”, a minha música favorita dela. Naquele momento, quis subir naquele palco e abraçar aquela mulher maravilhosa, porém, me contive e a admirei que nem o homem ao meu lado.

— Pai, a mamãe é mesmo incrível, não é? — perguntei, sem tirar os olhos dela.

— Ela é divina. — notei fascinação, admiração, adoração e amor na voz dele e vi ainda mais disso quando o fitei por alguns segundos.

Papai sorria para mamãe, para a musa dele, para aquela antiga superstar que sempre estaria na memória de todos que a conheceram e escutaram os seus sucessos. Eu tive ainda mais certeza do quanto mamãe era a maioral naquele instante, ela seria ouvida por todas as gerações depois e isso é um fato.

Aquela noite foi a mais especial do mundo, não iria haver dia ainda mais perfeito, além de que depois de tudo, papai disse que tio Itachi estava na nossa mansão com a tia Izumi preparando o melhor jantar do mundo para toda a família comemorar. Sou realmente a garota mais sortuda do mundo, com os melhores pais e os melhores tios.

The Moon and Cherry Blossom - Sasusaku [One-shots]Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora