O Encontro Inesperado

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Ashmita estava em um dos seus momentos de paz e harmonia. Ele estava sentado em uma posição de lótus, em cima de uma nuvem fofa, com os olhos fechados e a respiração calma. Ele estava meditando, tentando se conectar com o seu mestre Buda, e sentir a sua presença iluminada. Ele estava tão concentrado que não percebeu a aproximação de um pequeno ponto vermelho no céu.

Zarkon estava em um dos seus momentos de guerra e violência. Ele estava voando em alta velocidade, com a sua espada na mão e um sorriso malicioso no rosto. Ele estava procurando por uma nova vítima para desafiar, alguém que pudesse lhe dar uma boa luta e satisfazer o seu desejo de sangue. Ele estava tão empolgado que não percebeu a presença de uma pequena nuvem branca no seu caminho.

Zarkon bateu com toda a força na nuvem de Ashmita, fazendo com que ambos caíssem no chão com um estrondo que abriu uma enorme cratera no solo. Ashmita abriu os olhos assustado, e viu o diabrete caído ao seu lado, todo machucado e sujo. Zarkon se levantou rapidamente, e olhou para o deva com raiva, culpando-o pelo acidente.

- Seu idiota! O que você estava fazendo no meio do meu voo? Você me atrapalhou! Você me deve uma explicação! - gritou Zarkon, apontando a espada para Ashmita.

- Eu? Idiota? Você que é um idiota! Você que me atropelou e interrompeu minha meditação! Você me deve um pedido de desculpas! - retrucou Ashmita, levantando-se e cruzando os braços.

- Pedido de desculpas? Eu não peço desculpas para ninguém! Eu sou Zarkon, o diabrete mais forte do inferno! Eu sou o discípulo de Lúcifer, o senhor das trevas! Eu sou o terror dos anjos, o pesadelo dos humanos, o rei das batalhas! - disse Zarkon, inflando o peito e se gabando.

- Discípulo de Lúcifer? Senhor das trevas? Rei das batalhas? Que piada! Você não passa de um bebê malcriado, que gosta de brincar de guerra! Você é Zarkon, o diabrete mais fraco do inferno! Você é o capacho de Lúcifer, o perdedor bunda mole! Você deveria ser chamado de bobo das batalhas! - ironizou Ashmita, rindo da cara de Zarkon.

- Como você ousa falar assim comigo? Você não sabe com quem está mexendo! Você vai se arrepender de ter nascido! Você vai implorar pela sua vida! Você vai chorar pela sua morte! - ameaçou Zarkon, avançando para cima de Ashmita.

- Arrepender? Implorar? Chorar? Que palavras feias! Você não sabe nada sobre a vida! Você só sabe sobre a morte! Você precisa aprender a amar! Você precisa aprender a rir! Você precisa aprender a viver! - disse Ashmita, se esquivando de Zarkon.

- Aprender a amar? Aprender a rir? Aprender a viver? Que palavras bobas! Eu não preciso aprender nada disso! Eu só preciso aprender a lutar! Eu só preciso aprender a matar! Eu só preciso aprender a vencer! - gritou Zarkon, atacando Ashmita novamente.

E assim começou a luta entre os dois personagens opostos. Zarkon usava a sua espada para tentar ferir Ashmita, mas ele era rápido e ágil, e usava os seus quatro braços para se defender e contra-atacar. Ashmita usava as suas mãos para tentar acalmar Zarkon, mas ele era forte e furioso, e usava a sua cabeça para se livrar e revidar. Eles trocavam golpes dar trégua um ao outro.

A luta durou por horas, e nenhum dos dois conseguia levar vantagem sobre o outro. Eles estavam cansados, suados, machucados e ofegantes, mas não desistiam. Eles estavam determinados a provar quem era o melhor, quem era o mais forte, quem era o mais digno. Eles estavam obcecados um pelo outro.

Foi então que algo inesperado aconteceu. No meio de um dos seus ataques, Zarkon tropeçou em uma pedra e caiu em cima de Ashmita, que estava deitado no chão. Os seus rostos ficaram muito próximos, e os seus olhos se encontraram. Eles sentiram uma estranha sensação no peito, um calor que se espalhou pelo corpo, um arrepio que percorreu a espinha. Eles sentiram algo que nunca tinham sentido antes: atração.

Eles ficaram paralisados por alguns segundos, sem saber o que fazer ou dizer. Eles tentaram se afastar, mas não conseguiram. Eles tentaram se odiar, mas não puderam. Eles tentaram se ignorar, mas não resistiram. Eles se beijaram.

Eles se beijaram com paixão, com intensidade, com loucura. Eles se beijaram como se fossem os únicos no mundo, como se fossem os últimos no universo, como se fossem os primeiros na história. Eles se beijaram como se fossem feitos um para o outro.

E eles eram.

Eles eram o yin e o yang, o claro e o escuro, o fogo e a água. Eles eram o equilíbrio perfeito entre o bem e o mal, entre a paz e a guerra, entre a vida e a morte. Eles eram o encontro inesperado entre o amor e o ódio.

E eles aprenderam.

Eles aprenderam a se respeitar, a se compreender, a se aceitar. Eles aprenderam a se admirar, a se elogiar, a se apoiar. Eles aprenderam a se divertir, a se surpreender, a se encantar. Eles aprenderam a se amar.

E eles foram felizes.

No inferno, Zarkon acordou com um grito estridente em sua cama envolta de esqueletos e crânios. Ele usava um pijama azul-florido e um gorro que foi encharcado de suor pelo pesadelo que teve.

Ele se levantou e gritou para si mesmo:

- Mas que porra de sonho louco foi esse!?

Fim.

Quiméricos Astrais- Desventuras Mágicas(vol.I)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant