Aurora em: "Meninas também cagam!"

4 2 0
                                    


Aurora era uma fadinha muito vaidosa, que se achava a mais bela de todas as criaturas. Ela adorava se olhar no espelho e se elogiar, sem se importar com mais nada. Ela tinha um segredo que ninguém sabia: ela não gostava de defecar. Ela achava que isso era uma coisa feia, suja e nojenta, que estragava a sua beleza. Ela evitava ao máximo ir ao banheiro, e quando ia, ela fazia tudo muito rápido e discretamente, sem deixar nenhum rastro.

Um dia, ela estava se arrumando para ir a uma festa no castelo das fadas, onde ela esperava encontrar o seu príncipe encantado. Ela estava se maquiando e se perfumando, quando sentiu uma vontade enorme de ir ao banheiro. Ela ignorou a vontade e continuou se arrumando. Ela pensou: “Eu não vou cagar agora. Eu vou cagar depois da festa. Ninguém vai perceber.”

Ela terminou de se arrumar e saiu voando para a festa, sem se dar conta de que estava com uma bomba-relógio no seu intestino.

A festa estava animada, com muitas fadas e fadinhos dançando e se divertindo. Aurora chegou deslumbrante, com o seu vestido brilhante e as suas asas cintilantes. Ela chamou a atenção de todos, inclusive do príncipe encantado, que era um fadinho lindo e charmoso. Ele se aproximou dela e a convidou para dançar. Aurora aceitou, feliz da vida. Ela pensou: “Ele é o meu príncipe encantado. Ele vai me levar para o seu castelo e me fazer a sua rainha.”

Eles começaram a dançar, e Aurora sentiu uma conexão imediata com ele. Eles conversaram sobre vários assuntos, e descobriram que tinham muitas coisas em comum. Eles riram, se olharam, se tocaram. Aurora se sentiu nas nuvens, sem perceber que a sua vontade de ir ao banheiro estava aumentando cada vez mais. Ela pensou: “Eu não vou cagar agora. Eu vou cagar depois do baile. Ninguém vai perceber.”

Eles continuaram dançando, e o príncipe encantado a convidou para ir ao jardim, onde havia um lago com lírios e nenúfares. Aurora aceitou, encantada. Ela pensou: “Ele vai me levar para o jardim e me beijar sob a luz da lua. Ele vai me declarar o seu amor e me pedir em casamento.”

Eles foram para o jardim, e Aurora ficou maravilhada com a beleza do lugar. O lago refletia as estrelas, as flores exalavam um perfume suave, os pássaros cantavam uma melodia doce. Eles se sentaram na beira do lago, e o príncipe encantado a abraçou por trás. Aurora se sentiu no paraíso, sem notar que a sua vontade de ir ao banheiro estava ficando insuportável. Ela pensou: “Eu não vou cagar agora. Eu vou cagar depois do beijo. Ninguém vai perceber.”

Eles se viraram um para o outro, e o príncipe encantado a olhou nos olhos. Ele disse: “Aurora, você é a fadinha mais linda que eu já vi na minha vida. Você me conquistou com o seu sorriso, com o seu jeito, com o seu charme. Você é a minha alma gêmea, a minha razão de viver, o meu grande amor.” Ele se aproximou dela e disse: “Aurora, eu te amo.” Ele se inclinou para beijá-la.

Aurora não aguentou mais segurar. Ela soltou um peido tão forte que fez um estrondo no jardim inteiro. O peido foi tão fedorento que fez as flores murcharem, os pássaros caírem, os peixes morrerem. O peido foi tão violento que fez as suas asas rasgarem, o seu vestido rasgar, o seu rosto sujar.

O príncipe encantado ficou horrorizado com o que viu e sentiu. Ele disse: “Aurora, você é a fadinha mais nojenta que eu já vi na minha vida. Você me enganou com o seu disfarce, com o seu perfume, com o seu brilho. Você é a minha decepção, a minha repulsa, o meu pesadelo.” Ele se afastou dela e disse: “Aurora, eu te odeio.” Ele saiu correndo do jardim.

Aurora ficou arrasada com o que aconteceu. Ela chorou de vergonha, de dor, de tristeza. Ela pensou: “Eu perdi o meu príncipe encantado por causa de um peido. Eu estraguei tudo por causa de uma cagada.”

Ela aprendeu da pior maneira possível que não se deve segurar as necessidades naturais do corpo. Ela aprendeu que não adianta ser bonita por fora se é feia por dentro. Ela aprendeu que não vale a pena ser vaidosa se é infeliz.

Ela se levantou e saiu voando para longe, sem rumo, sem destino, sem esperança.

"Não se deve julgar as pessoas pela aparência, nem se deve negar a natureza humana".

Fim.

Quiméricos Astrais- Desventuras Mágicas(vol.I)Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum