Ashmita e a viagem ao Rio de Janeiro

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Ashmita estava em um dos seus momentos de contemplação, sentado em uma flor de lótus gigante, flutuando no ar. Ele estava meditando sobre os ensinamentos de Buda, tentando se aproximar da iluminação. Ele fechou os seus olhos, respirou fundo, e se concentrou na sua respiração.

- Ashmita... - uma voz suave e invisível chamou o seu nome.

- Sim, Buda? - ele respondeu, sem abrir os olhos.

- Eu tenho uma missão para você, meu filho. - a voz continuou.

- Uma missão? Que tipo de missão? - ele perguntou, curioso.

- Uma missão muito importante. Você deve descer ao plano terrestre, e ajudar as pessoas que estão sofrendo. Você deve mostrar-lhes o caminho da compaixão, da bondade, e do respeito. Você deve ser um exemplo para elas.

- Mas Buda... - Ashmita hesitou. - Eu não quero ir ao plano terrestre. É um lugar cheio de sofrimento, de violência, de ignorância. Eu prefiro ficar aqui, no meu plano superior, onde tudo é paz e harmonia.

- Ashmita, você não pode se esconder da realidade. Você deve enfrentá-la, e transformá-la. Você deve cumprir o seu dever como deva, como meu ajudante. Você deve ir ao plano terrestre, e ajudar as pessoas que estão sofrendo.

- Mas Buda... - Ashmita tentou argumentar novamente.

- Sem mais delongas, Ashmita. Você deve ir agora. Eu já escolhi o lugar onde você vai descer. É uma cidade chamada Duque de Caxias, no Brasil.

- Brasil? O que é Brasil? - Ashmita perguntou, confuso.

- É um país no continente sul-americano. É um país muito diverso, com muitas culturas, línguas, religiões, e etnias. É um país que tem muitos problemas sociais, econômicos, políticos, e ambientais. Mas também é um país que tem muitas belezas naturais, artísticas, e humanas. É um país que precisa da sua ajuda.

- E o que é Duque de Caxias? - Ashmita perguntou novamente.

- É uma cidade na região metropolitana do Rio de Janeiro. É uma cidade que tem uma história rica e complexa, mas também uma realidade dura e cruel. É uma cidade que tem muita pobreza, violência, corrupção, poluição, e desigualdade. Mas também é uma cidade que tem muita resistência, criatividade, solidariedade, e esperança. É uma cidade que precisa da sua ajuda.

- E como eu vou ajudar essa cidade? O que eu vou fazer lá? - Ashmita perguntou pela última vez.

- Você vai descobrir quando chegar lá. Eu vou te guiar pelo seu terceiro olho. Mas lembre-se: você deve ser humilde, paciente, e respeitoso com todos os seres vivos que encontrar pelo caminho. Você deve seguir os meus ensinamentos em todas as situações. Você deve ser um deva exemplar.

- Está bem... - Ashmita concordou com relutância. - Eu vou fazer o que você pede. Mas eu não estou gostando nada disso...

- Confie em mim, Ashmita. Você vai aprender muito com essa experiência. Agora vá! E boa sorte! - a voz de Buda disse com firmeza.

E assim Ashmita desceu ao plano terrestre, sem saber o que o esperava na cidade de Duque de Caxias...

***

Ashmita chegou ao plano terrestre em um dia nublado e chuvoso. Ele caiu do céu como um meteoro, e aterrissou em um lugar chamado Praça do Pacificador, no centro da cidade de Duque de Caxias. Ele se levantou do chão com dificuldade, sentindo-se tonto e enjoado pela viagem interdimensional.

Ele olhou em volta, e ficou assustado com o que viu: prédios velhos e sujos; ruas cheias de buracos e lixo; carros barulhentos e poluentes; pessoas apressadas e estressadas; vendedores ambulantes e mendigos; policiais e bandidos; crianças e animais abandonados. Ele sentiu um cheiro ruim de esgoto, de fumaça, de podridão. Ele ouviu um som alto de buzinas, de sirenes, de tiros, de gritos. Ele se sentiu oprimido por uma sensação de medo, de angústia, de desespero.

Quiméricos Astrais- Desventuras Mágicas(vol.I)Where stories live. Discover now