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•VIOLLET•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝

Todos nós em algum momento da vida passamos por situações que nos deixam com marcas que jamais serão superadas e é difícil perceber em que momento exato isso vai nos atrapalhar.

Passamos por alguns acontecimentos que no futuro alguma ação irá direcionar toda aquela dor para o momento exato em que fomos machucados e isso acontece de uma forma tão despercebida que é surpreendente. Eu sabia sobre meus grandes problemas maternos, mas estava satisfeita em esconder tudo para mim, sempre foi assim.

Eu costumava ser atraída para o perigo, para o que podia me machucar direto no peito, mas dessa vez a dor veio até mim de braços abertos e eu não pude correr.

A mulher que me deu a vida e foi embora sem me deixar lembranças o suficiente para ter onde me apegar, tinha aparecido novamente e a reação fugiu de mim tanto quanto as lágrimas que derramei por uma noite inteira. Já disse que gostava de um bom drama, mas não do tipo que me fazia amanhecer de olhos inchados.

O frio beijava meu corpo da forma mais dolorida possível e enquanto eu tentava andar com agilidade tudo parecia impedir que eu não me atrasasse.

Como se tudo o que aconteceu na tarde de ontem não tivesse sido triste o suficiente, ainda tinha uma viagem para ir, o que até me ajudou a me afastar dos problemas de dentro de casa.

Os ônibus estavam reunidos na frente da escola, alguns já cheios, mas ainda tinha um amontoado de alunos na calçada. Os professores e outros funcionários estavam tão agitados quanto meus colegas. Vi meu grupinho em uma das filas e logo corri até eles.

— Viollet! — Os dois falaram juntos como se tivessem tido um peso arrancado de seus ombros.

— Oi pessoal, desculpa a demora — Arrumei a mochila em minhas costas.

— Pensamos que não ia vir mais, não respondeu nossas mensagens — Alicce falou me analisando de cima a baixo — Você está bem?

Quando eu cogitei a ideia de falar alguma coisa, uma voz femina e familiar surgiu atrás de nós. Foquei minha atenção na mulher.

— Viollet? Por que chegou tão atrasada? — A diretora perguntou.

— Ah... Eu passei por alguns problemas pessoais — A fila começou a andar enquanto uma das professoras ia checando a lista de quem entrava.

— Droga Viollet, não têm espaço nesse ônibus, você não confirmou seu nome mais cedo.

— Me desculpa, mas onde eu vou?

Raquel olhou em volta e foi como se minha mente estivesse junto a dela quando seus olhos pararam nas duas pessoas encostadas em um carro preto. Precisei fazer uma oração para que a idéia da minha cabeça não se realizasse.

— Pode ir com Jane e o Michael.

— O que? — Eu e meus amigos perguntamos juntos.

— Não se preocupe, outros alunos foram com alguns professores, acho que eles não vão se importar se vocês forem juntos — Eu me importo.

Por que o destino gostava tanto de me juntar com aqueles dois?

Cruzei meu olhar com o dos deles e foi como se eles já soubessem o que estava prestes a acontecer. Meu coração palpitou rápido de mais para controla-lo.

Tirei todos os pensamentos perversos da cabeça e voltei minha atenção nos meus amigos. Ninguém parecia satisfeito com a notícia.

— Acho que não vamos ter nosso momento viagem de sempre — Alicce falou me fazendo escapar uma risada.

Para Sempre Nós TrêsWhere stories live. Discover now